Lobices

…meiguices de lobos e não só…

PELA MANHÃ

sever020aa“… chegas pela manhã … logo a seguir ao último luar … e trazes margaridas no teu sorriso … vens com os olhos brilhando pétalas … e as mãos erguidas em ovação … trazes a paz no teu andar … no compasso terno do teu coração … chegas pela manhã … logo a seguir ao teu último sonho … resplandecente de ondas do mar … trazes o sorrir de um beija-flor … trazes alegria, trazes amor … vens com os lábios abertos ao mel … e os braços abertos ao abraço … cantas, deliras de espanto … e esqueces o teu cansaço … és serenidade doce do meu encanto … és luxúria do meu segredo … és encanto que me tira o medo … és flor que me cobre como um manto … chegas pela manhã … logo a seguir ao último luar … chegas pela manhã … sem lágrimas, sem pranto … chegas pela manhã … num gesto doce … do teu terno e suave amar…”

28/03/2016 Posted by | Diversos | 1 Comentário

Belo, era esse pedaço de ternura no teu rosto

Tinha eu treze anos quando ele acamou com uma dessas doenças que não perdoam, mas que ele aceitou, consciente da sua pequenez neste mundo, consciente que aquela era a vontade de alguém mais forte que toda a força desta vida, para aquém e para além desta que temos.
Durante dois anos houve momentos de dor e houve momentos de paz; nesses momentos mais felizes de paz, lá ia eu de mão dada com ele passear um pouco para aliviar a carga psicológica que ele sabia carregar e aguentar firme como uma rocha; pequeno de estatura, e magro para além da magreza da própria doença, ele dava aqueles passos com a firmeza de um homem que nada tinha a temer e tudo tinha a enfrentar; ele dava aqueles passos com a firmeza de um homem que não tem medo de nada, nem daquilo que ele já sabia ter de enfrentar um dia.
Os seus passos pequenos, mas firmes, faziam compasso com os meus, ainda pequenos também pela idade ainda de criança, mas sentia-me como que o guardião daquele homem que naqueles momentos estava à minha responsabilidade e isso dava-me uma grande felicidade por estar a seu lado; também eu tinha consciência da doença que o minava pouco a pouco, também eu tinha forças para enfrentar aquela estranha harmonia de paz que nos rodeava aos dois; uma paz diferente, um bem estar compartilhado e interligado pelas duas mãos que se davam uma na outra, como dois cúmplices conscientes do “crime” que estavam a cometer a bem da harmonia e da paz de espírito, pois era carinho o que nos rodeava e envolvia.
Mas o dia da partida (ou da chegada como ele dizia às vezes por brincadeira) estava próximo. E quando esse dia surgiu ele teve consciência desse facto e soube-o enfrentar com uma dignidade que ainda hoje respeito e sempre respeitarei.
Deitado na sua cama e eu sentado a seus pés ele me olhou: os seus lábios já muito finos, mas firmes, disseram: “Vai chamar a tua Avó”. Corri pelo corredor e fui chamar a minha Avó que, como sempre (toda a sua vida), estava agarrada aos tachos no fogão de lenha; na cozinha pairava um cheirinho a sopa quente (Meu Deus, que saudades !).
“Bó.. o vô chamou-a.”
Ela largou o fogão, limpou as mãos ao seu avental e dirigiu-se para o quarto onde ele estava; segui-a logo.
Ela entrou no quarto e eu fiquei à porta vendo.
Naquele momento, todo ele se transformou: na sua frente estava a sua Maria de todo o sempre, a Maria que sempre o acompanhou e que lhe deu as quatro filhas que ele tanto amou, a Maria que tantas vezes ele arreliou e ela perdoou. Na ombreira da porta eu assisti: a sua face pálida ganhou cor, os seus olhos pequeninos brilharam de plena felicidade e a sua boca se abriu com um enorme sorriso ( o maior e mais bonito sorriso de felicidade que eu já vi em toda a minha vida !) e disse: ” Maria, senta-te aqui.”
Minha Avó se sentou à cabeceira da cama e ele com o mesmo sorriso disse já numa voz mais apagada: ” Abraça-me.”
Minha Avó o entrelaçou e eu vi os seus olhos pequeninos fecharem-se para todo o sempre, acompanhado com aquele sorriso lindo de felicidade ! 

Devia-te esta homenagem, Avô !

O teu neto Joaquim,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,Dia de chuva

30/08/2015 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Trazias

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“…trazias o perfume de uma flor e o sabor de uma iguaria… trazias tudo o que eu desejava, o que eu queria… trazias contigo a doçura do teu olhar e a leveza do teu toque para o meu corpo amaciar… trazias o sol e o brilho das estrelas… trazias o sorriso estampado na pele e o cheiro da maresia quando se espalha na areia… trazias tudo o que um homem anseia… trazias o amor dentro de ti, o amor que se dá e não se regateia, o amor que sempre perdura mesmo quando partes… trazias a esperança no rosto e os lábios entreabertos prontos para o beijo, para o doce toque em que todos os sabores se transformam em mel… de braços abertos meu ser te aguardava, ansioso… certo da tua vinda, da tua chegada… e o abraço se deu num enlaçar de paz e de ternura… e todo o ser se deu e se recebeu e as mãos se entrelaçaram… e num serpentear de passos arrastados porque leves, os caminhos nos levaram… e o sabor a tudo num leito se aconchegou… e o amor que veio e o amor que esperou, por ali, naqueles instantes infinitos, se quedou e a si mesmos se entregaram na paz que só os que amam sabem sentir…”

18/12/2012 Posted by | Diversos | 2 comentários

A caixinha de marfim

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“…eram extremamente apelativos… estavam ali à minha disposição… em cima da mesinha de cabeceira… era uma caixinha escura que ela usava para ter à mão os comprimidos que a faziam dormir… nunca liguei qualquer importância ao valor daquela caixinha e, no entanto, ela continha o passaporte para uma viagem, uma sem retorno… nunca houvera pensado nisso, excepto naquela noite… uma noite em que ela não estava ali deitada comigo (nunca mais estaria)… uma noite em que acabara de chegar de mais um bar e depois de ter ingerido um bom pedaço de álcool para me aquecer a alma tão fria e tão dormente que já nem a sentia… também, para que queria eu uma alma?… que é que ela me dá ou me faz?… a caixinha preta continuava ali… quantos comprimidos teria ela deixado desde a última vez que a encheu depois de os tirar da embalagem de marca do medicamento?… a minha mão direita estendeu-se para aquela caixinha preta tão apelativa como tão consoladora pelo imaginário que já me estava a provocar… não custaria nada e dormiria para sempre… tão bom… era disso que eu estava a precisar ou seria de mais um pouco de gin?… mas para tomar os comprimidos eu precisava de beber alguma coisa e essa coisa estava também ali à mão… debaixo da cama, talvez também deitada no chão por cima do tapete… teria ainda algum líquido?… o suficiente para engolir os comprimidos?… já não tinha forças para me levantar e ir buscar outra garrafa… a caixinha preta continuava ali e a minha mão já estava em cima dela… senti aquela textura (penso que era marfim) sob os meus trémulos dedos mas senti-a fria e um arrepio percorreu-me a coluna… ou teria sido outro tipo de arrepio?… não sei quanto tempo estive com aquela caixinha na mão… não sei quanto tempo demorei a tomar uma decisão… não sei quanto tempo a olhei com um turvo olhar… não sei porque razão não a segurei… dei por mim a olhar para ela sem saber para que é que ela servia e naquele momento apenas me apeteceu dormir… tão perto do derradeiro sono… tão desejado… ali tão à mão… reparei então que estava deitado sobre o lugar dela com o braço direito estendido para a mesinha de cabeceira segurando a caixinha preta que continha o passaporte para a derradeira viagem… tantas vezes assim estivemos… tantas vezes senti o seu calor, o seu respirar, o seu arfar… tantas vezes assim ficamos depois de fazermos amor… e, neste estúpido momento, repetia aquela posição estendendo a minha mão para uma viagem… não consegui conter o choro… não consegui aguentar as lágrimas… não consegui segurar a caixinha preta… não consegui partir… restou-me a certeza que no dia seguinte teria mais uma noite de frio…”

06/12/2012 Posted by | Diversos | 1 Comentário

Estrelas

“… e as estrelas chegaram e trouxeram-me o suave sorriso dos teus lábios… e vinha com a claridade prateada da lua que se escondia da tua beleza… e as estrelas me trouxeram a doçura do teu olhar em arcos de luz, essa claridade da tua alma que tanto me seduz… e vinha com o brilho da tua pele macia como a seda que qualquer bicho-da-seda teceria… e as estrelas chegaram e me presentearam com o calor doce do teu toque… sentir-te é uma benção que traz a paz ao deitar meu enlevo no teu regaço e,  sem espaço, vinha o luar espreitar… sorria ele ao ver-te chegar e sabia ele da minha alegria em te receber, plena de luz e de amor que qualquer deus sabia antever… abristes os braços e te deste em sintonia com a veste que não trazias… não precisavas pois tu mesma eras todos os véus que cobrem as estrelas de todos os céus… sorrias nessa entrega plena de dádiva que eu tanto queria… estavas ali, cheia de ti, pronta para mim… porque as estrelas te trouxeram num mar de pétalas de uma doce rosa em qualquer jardim… o meu…”

(photo from lobices.photobucket)

12/11/2012 Posted by | Diversos | 1 Comentário

Queria ser o teu sonho

“…Em frente ao espelho da cómoda do teu quarto, sentada num banquinho forrado a tecido de cortinado vermelho, penteavas os teus cabelos, num ritual que funciona mesmo sem dares por isso… a escova passava ora uma, ora duas vezes, de cima para baixo e alisava os teus cabelos sedosos, cor de mel e de marfim… brilhavam no espelho e te revias momento a momento numa expectativa de mudança, o que não acontecia pois não podias ficar mais bela do que aquilo que já eras… a beleza em ti não residia nem morava … era!… A tua camisa de noite, acetinada bege, de rendas sobre o peito alvo de seios firmes e redondos, deixava transparecer a cor da tua pele suave e doce ao olhar sem ser preciso tocar… a tua cama de lençóis de prata, aguardava o teu corpo numa ânsia lasciva de quem à noite, só, te espera num desespero de intocabilidade… e tu, demoravas… da cómoda tiraste um frasquinho de perfume e te ungiste com ele o que provocou um agradável respirar a todos os móveis que te rodeavam… e a tua cama, ansiava pela tua presença… e o teu corpo demorava a conceder-lhe esse desejo… levantaste-te de frente do espelho e te miraste novamente de corpo inteiro e gostaste da tua imagem alva e bela naquele quarto iluminado pela tua presença… olhaste de soslaio e sorriste… sentaste-te na beira da cama e esta suspirou docemente perante a antevisão de que breve te possuiria… Tiraste os teus pézinhos leves de dentro dos chinelos de cetim vermelho, levantaste um pouco o lençol e te entregaste total e lentamente ao prazer de estender do teu corpo e da entrega final ao teu leito… a tua cama nem sequer se moveu… aquietou-se para não te perturbar, para que não te arrependesses daquilo que acabaras de fazer, com medo que te levantasses e ela te voltasse a perder… a tua cama inspirou baixinho a fragrância do cheiro da tua pele e deixou-se ficar aguardando o teu próximo movimento… deitada de bruços te deixaste finalmente ficar e tua cabeça leve pousada de mansinho na almofada, arfava lentamente o teu respirar de prazer por mais uma noite de descanso e de sonhos… Teus olhos semicerrados viram a lâmpada acesa e teu braço se estendeu ao interruptor da mesinha de cabeceira para a desligares… os teus movimentos eram propositadamente lentos para que o tempo demorasse ainda mais do que aquele que já existia… e a tua cama sentia… na obscuridade do teu quarto, teus olhos semicerrados olharam o tecto e se fixaram na sua alva cor que permitia uma réstia de luz no meio da escuridão… olhaste a janela e pelas frinchas da persiana, divisaste a luz cinzenta duma lua crescente… avizinhava-se uma noite de lua cheia e teu corpo descansou por um momento… a tua cama então suspirou e te abraçou fortemente… em suas mãos te acabavas de entregar… e o sono chegou…. adormeceste… não sei mais o que se passou… a noite decorreu, teu corpo diversas vezes se moveu… a tua cama não se movia, com receio de te acordar… abraçava-te sempre para não te deixar fugir… sentia-te sua e possuía-te num sonho imenso de impossibilidade, de impotência, de raiva, por não te conseguir ter tendo-te ali… tua mente adormecida, movia-se e sabia-se que sonhavas… a tua cama te tinha ali, indefesa, sozinha… sonhavas e eu aqui, nada mais te pedia… nada mais desejava… queria apenas ser o teu sonho…” (Photo from dandaramachado.wordpress.com.in.google)Ver mais

31/10/2012 Posted by | Diversos | 2 comentários

Par

“…Não há perto nem longe, nem local nem ausência, nem lágrima nem sorriso, nem fuga nem prisão… Para amar basta querer ser e estar… numa entrega total… Não ser apenas um corpo com outro corpo mas ser muito mais do que isso: ser o par!… Ser o desejo de ser… ser o desejo de estar ali em corpo e alma numa fusão única, num momento só…”

20/09/2012 Posted by | Diversos | 2 comentários

O que tu és

“… és sinónimo de paz, na palavra que me dás… és sinónimo de beleza
nesse olhar profundo sem mácula de tristeza… és sinónimo de alegria no toque
suave que em mim um teu sorriso cria… és sinónimo de paixão quando disfruto o
bater mais forte do meu coração… és sinónimo de harmonia quando me beijas
enlaçados em sintonia… és sinónimo de luz quando no escuro da noite teu amor
me seduz… és sinónimo de serenidade quando no abraço matamos a saudade… és
sinónimo de ternura quando na partida o teu olhar em meus olhos perdura… és
sinónimo de puro amor quando nos afagamos com a alma e os corpos sem pudor… és
saudável loucura quando sinto a nossa mútua procura e nos afogamos no delirar de
um sentir que tudo é tão simples quando sabemos porque é que nos estamos a
amar… és tudo o que um simples mortal busca na imortalidade que a qualquer um
ofusca no silêncio do grito que amaina a febre do ruído que quebra tudo mesmo
que fosse granito… és tudo o que o amor busca no olhar, no toque, no beijo que
de momento em momento se reduz ao desejo, trazendo como prenda, tecido em flocos
de doce renda, o caminho percorrido como sempre desejado, obtido e que a luz em
nossos corações se acenda para num florir matinal ou num anoitecer normal, o
doce sabor nos acorde ou nos adormeça em profunda certeza que o dia seguinte
mais não será do que um novo fruir do amor que nos envolve e a cada momento nos
devolve na mais plena pureza do aceno tão natural como há pouco sobre nós
desceu… porque se te sinto minha, sei que me sentes teu…”

27/08/2012 Posted by | Diversos | 1 Comentário

Desejo

“… o teu corpo perfeito, deitado no leito, de pura seda acetinada feito, exalava o perfume perfeito… deixava antever, sem te tocar nem sentir, o esbelto prazer de olhar para ele e bastar sorrir… mais não seria necessário se a força do desejo se quedasse por ali… mas a languidez da libido perfurava todo o sentido em te possuir… aproximei-me de ti sem te olhar e sem que me visses… era apenas um desejo que bastava que sorrisses para que eu parasse e não prosseguisse… mas os teus lábios carnudos abriram-se em pétalas desnudos e me sorriram num convite perfeito… o ardor estava ali, a teus pés e meu corpo teceu o desejado amor de tudo o que depois aconteceu… volteámos a alma, os sentidos, a voz rouca, o arfar da pele, o toque no teu mar e o saboroso doce a mel… perfurei tuas entranhas em doces movimentos com forças tamanhas que te fizeram sugar teus próprios gemidos… a doçura perdura dentro de nós e antevê-se nos nossos olhos o desejo de, novamente, a sós, voltarmos a ser um só corpo e um só desejo num derradeiro lampejo de profunda paz… o deleite do amor que ele nos traz…”

25/08/2012 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Basta

…eu tinha qualquer coisa para te dizer, algo que já anda dentro de mim há milhares de anos e nunca tive essa oportunidade…

…há dias, quando surgiste na minha vida, um pouco alheada do próprio mundo, quando ali surgiste espelhada na minha alma, eu estive quase quase para te dizer…

…penso que me faltou a coragem e a voz se me embargou; calei dentro de mim o que deveria ter gritado; talvez tenha esquecido a forma de gritar, talvez só saiba calar… não sei… já não sei…

…mas eu tinha qualquer coisa para te dizer, algo que me possui e me rasga a mente, num acto demente do meu próprio ser de aqui estar sem saber falar, sem saber o que te dizer, sem saber gritar o que tanto tenho calado… milhares de anos de silêncio dentro de mim…

…milhares de anos de solidão da minha própria voz; milhares de anos de espera que surjas ali à esquina, em qualquer lugar, e num momento de paz eu te possa gritar todo o meu amor…

…áhh dor que dói e me corrói a alma de tanto calar esta tão louca forma de te amar… dor de aqui estar e não saber o que te dizer, de não saber traduzir esta minha forma de tão somente te sorrir…

…e sorrio-te a todo o instante, aqui, ali, em qualquer lugar ainda que distante… não me preocupa se me ouves, se escondes as palavras que tão docemente me são devolvidas porque não enviadas; doces palavras de paz, ternura, carinho, amor… em doses de candura mas eivadas de toda a minha dor…

…estão aqui mas sei que tinha qualquer coisa para te dizer; como posso gritar se a voz se me tolda em silêncios ocos e sem eco ou se com eco ecoam apenas dentro do meu vazio, um vazio que não preencho ou se preencho apenas o preencho com a minha própria alma já de si tão gasta por durante todos estes milhares anos não me teres dito: Basta!…

09/08/2012 Posted by | Diversos | 1 Comentário

Serenidade

26/06/2012 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Encontro

…“…trazias o perfume de uma flor e o sabor de uma iguaria… trazias tudo o que eu desejava, o que eu queria… trazias contigo a doçura do teu olhar e a leveza do teu toque para o meu corpo amaciar… trazias o sol e o brilho das estrelas… trazias o sorriso estampado na pele e o cheiro da maresia quando se espalha na areia… trazias tudo o que um homem anseia… trazias o amor dentro de ti, o amor que se dá e não se regateia, o amor que sempre perdura mesmo quando partes… trazias a esperança no rosto e os lábios entreabertos prontos para o beijo, para o doce toque em que todos os sabores se transformam em mel… de braços abertos meu ser te aguardava, ansioso… certo da tua vinda, da tua chegada… e o abraço se deu num enlaçar de paz e de ternura… e todo o ser se deu e se recebeu e as mãos se entrelaçaram… e num serpentear de passos arrastados porque leves, os caminhos nos levaram… e o sabor a tudo num leito se aconchegou… e o amor que veio e o amor que esperou, por ali, naqueles instantes infinitos, se quedou e a si mesmos se entregaram na paz que só os que amam sabem sentir…”

10/06/2012 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Amantes

“… e o amor não se esgota nos momentos em que os amantes se encontram… o amor perdura para além deles, dos momentos e dos próprios amantes… o amor fica em cada um como uma marca no tempo que vai para lá do tempo em que foi… o amor vai com cada um e reaje ao menor sinal de memória… reactiva-se a si próprio quando já lá não está, naquele momento em que se ama… eleva-se para além da sua m…eta e tenta chegar ao momento seguinte, momento esse que não se sabe se vai existir mas que se deseja e do qual se sabe apenas que será um novo momento… o amor não se esgota no momento em que os corpos se esgotam e descansam… o amor vai além desse esvair porque se não for nunca será amor… o amor não se esgota no peito de cada um porque continua na memória de ambos… o amor é isso, é saber que não foi só e apenas aquele momento… o amor prolonga-se a si próprio para além de si mesmo e daqueles que o vivem… o amor está para lá do próprio amor…”

08/06/2012 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Adormecendo

“… deixa enroscar-me nos teus braços… coloca tua mão na minha cabeça e enrola os teus dedos nos meus raros cabelos… baixa um pouco a tua fronte e beija a minha boca… deixa enroscar-me no teu colo… sentir a tua maciez e ver de baixo para cima o teu sorriso… ver-te junto a mim e saber-te ali comigo… de tal forma que quando olhas eu sou o teu olhar… de tal forma que quando sorris eu sou os teus lábios… de tal forma que quando me afagas eu sou a tua mão… de tal forma que quando me tocas eu sou o teu corpo… de tal forma que quando me olhas eu sou o teu olhar… deixa pousar o meu cansaço na tua serenidade e sentir a tua paz na minha guerra… baixar as armas e sentir a trégua na tenda que se ergue no deserto da batalha… humedecer as mãos na brisa da água que corre no ribeiro que nos circunda… lavar a cara na frescura do vento que nos embala… sentir que nem tudo é real mas que o sonho nos preenche… sentir que, por vezes, só o desejo chega, só o querer basta, só o pensar nos satisfaz… deixa-me ser não só a realidade mas também o que não somos… deixa-me olhar para dentro de ti e ver-me inteiro… deixa-me tocar-te com o sonho e saber-me parte dele como sei que ele é uma parte do meu eu verdadeiro…”

04/06/2012 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

E em ti Mulher, eu me eternizo

“…Os meus olhos pousam em ti e todos os meus sentidos te olham num delirar mútuo de atenção… Vejo o teu corpo e deleito-me na tua alvura… Cheiro o teu cheiro e aspiro a tranquilidade da tua paz… Ouço o teu respirar lento, como um lamento que não lamento… As minhas mãos tocam os teus cabelos e envolvem-se neles… Acerco-me de ti e te toco… Te sinto global e ali inteira frente a mim… Beijo a tua boca e tudo se torna como num festim de doces carícias e sabor a sal… Estou inteiro no teu corpo inteiro e me sinto nele como sinto o teu corpo em mim… É apenas um abraço, um enlace de braços que apertam sem apertar, sentindo apenas o teu respirar… Minhas mãos percorrem a tua pele acetinada linda… Fecho os olhos procurando apenas sentir… E sinto o desejo crescer em mim e o teu arfar sobe de tom… Como é bom… A minha boca se cola na tua boca e a minha língua se funde dentro dela como se da tua se tratasse… É apenas mais um enlace… Sinto o teu peito quente junto ao meu e beijo teus mamilos num acto de procura da loucura… Loucura que me invade lentamente, premente ali presente ou então como se tudo mais estivesse ausente… Meus braços te envolvem e se descobrem momento a momento como se fosse a primeira vez que no teu corpo se movem… Sinto o cálido odor do teu corpo quente de amor, oferecendo-se como numa espécie de orgia sem pudor… Minhas mãos tacteiam centímetro a centímetro toda a tua pele, todos os recantos de teus encantos e se encontram, de repente, sobre o teu ventre quente, dolente… Afago tuas coxas e as tuas ancas e as aperto contra mim… Procuro o teu sexo e o acaricio… Beijo-te completamente num único beijo e me torno desejo do teu próprio desejo… Te envolvo num abraço mais e te penetro… És tu que me possuis… Não te tenho, és tu que me tens… Movimentos se entrelaçam como se não fossemos dois mas um só… Os nossos corpos se fundem num arfar profundo de loucura… Já não sei o que sou, apenas em ti estou… Eu sou tu e tu és eu numa fusão de ser e estar… Na verdade és tu que me possuis, eu não te tenho, és tu que me tens, em ti eu me dou…E em ti me eternizo…”

01/06/2012 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Porque te amo ?

“…amo-te porque te amo… porque me sinto bem quanto te olho… quanto te toco… quando te beijo… quando sinto a tua pele perfumada junto da minha… quando te vejo sorrir para mim… quando ouço a tua voz… quando te ris… quando me tocas, me acaricias e me fazes sentir homem… amo-te quando me dizes que também me amas, quando me dizes gostar de mim, quando me olhas e vejo no teu olhar a tua alma e o reflexo da minha… quando sabemos que nada mais no mundo nos importa… quando sentimos que tudo o que gira à nossa volta está parado e somos o centro de tudo… amo-te quando te digo que te amo, quando te sussurro palavras ternas, quando ouço as que me dizes… amo-te quando me dás um mimo, um sabor, o roçar ao de leve ou mesmo forte… amo-te porque te amo… porque te sinto bem quando me olhas… quando me tocas… quando me beijas… quando sinto que sentes a minha pele… quando te sorrio… quando ouves a minha voz… quando me rio… quando te toco, quando te acaricio e te faço sentir voar… amo-te quando estou aqui ou aí… amo-te mesmo quando não estamos ou não somos… amo-te porque sei que te amo, porque sinto que te amo, porque vivo esse amor duma forma terna, doce, suave e pura mesmo quando os corpos se entrelaçam e vibram em loucura… amo-te assim, tão simples…tão tudo em ti e em mim…”

28/05/2012 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Encontro

“…trazias o perfume de uma flor e o sabor de uma iguaria… trazias tudo o que eu desejava, o que eu queria… trazias contigo a doçura do teu olhar e a leveza do teu toque para o meu corpo amaciar… trazias o sol e o brilho das estrelas… trazias o sorriso estampado na pele e o cheiro da maresia quando se espalha na areia… trazias tudo o que um homem anseia… trazias o amor dentro de ti, o amor que se dá e não se regateia, o amor que sempre perdura mesmo quando partes… trazias a esperança no rosto e os lábios entreabertos prontos para o beijo, para o doce toque em que todos os sabores se transformam em mel… de braços abertos meu ser te aguardava, ansioso… certo da tua vinda, da tua chegada… e o abraço se deu num enlaçar de paz e de ternura… e todo o ser se deu e se recebeu e as mãos se entrelaçaram… e num serpentear de passos arrastados porque leves, os caminhos nos levaram… e o sabor a tudo num leito se aconchegou… e o amor que veio e o amor que esperou, por ali, naqueles instantes infinitos, se quedou e a si mesmos se entregaram na paz que só os que amam sabem sentir…”

24/05/2012 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Saudades

“…Tenho saudades tuas… Queria ter-te aqui comigo, a meu lado, de mãos dadas ou de olhos nos olhos… Cingir-te a cintura e apertar-te contra mim e sentir teu corpo… Desejar o teu desejo… Ouvir teu coração bater com a minha face sobre o teu peito… Beijar-te a boca e saber-me dentro de ti… Sentir-me mais uma vez como as muitas que senti… Tenho saudades tuas… Chamar pelo teu nome… Ouvir a minha voz pronunciar esse som e saber-me respondido com o teu sorrir… Estar onde estás e saber-me contigo, aberto de mim para te receber em plenitude… Entrar no teu ser e saber-me lá residente, não ontem nem hoje mas, sempre… Perder-me no teu labirinto e jamais encontrar a saída… viver os caminhos e as esquinas que se cruzassem à nossa frente e deixar de conhecer o tempo que nos cerca… olvidar a dor da ausência do teu doce amar… Tenho saudades tuas…”

23/05/2012 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Tempo para acordar

19/05/2012 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Tempo para dormir

23/04/2012 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Carta a meu pai

“…faz hoje 26 anos que partiste… Estás noutro local, um local para onde foste, um local de sossego, de paz, não é ?… Tenho saudades tuas, pai !… Lembras-te do dia em que nos disseste até breve ?… Lembras-te dos dias em que sempre estiveste a nosso lado, lembras-te de tudo de bom que se passou antes de ires, lembras-te de tudo de mau que se passou antes de ires ?… Recordas o dia em que eu nasci, recordas o dia em que passaste ao estatuto de pai ?… Sei perfeitamente que te recordas e que só por isso te valeu a pena viver; sei que viveste em função dos teus, daqueles que faziam parte da tua própria vida, daqueles que eram a razão da tua existência!… Sei muito bem o quanto sofreste por mim e por todos os teus; sei perfeitamente o quanto lutaste para que nada me faltasse, para que tudo estivesse sempre bem… Lembras-te do dia em que te faltou algo para que eu não sentisse essa falta ?… Lembras-te do dia em que não comeste para que eu tivesse comida ?… Lembras-te do dia em que poupaste nos cigarritos para que eu tivesse dinheiro para o meu tabaco ?… Lembras-te do dia em que tiveste de pedir a um amigo para teres dinheiro para mim ?… Lembras-te do dia, de todos os dias da tua vida em que passaste mal para que em todos os dias da minha vida eu passasse bem ?… Lembras-te ?… Sei que te lembras e sei que sabes que tenho saudades tuas… um beijo para ti, pai!…”

20/04/2012 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Sempre belo

19/04/2012 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

O meu último cigarro

“… tudo aconteceu num ápice, num momento normal da vida… era cerca do meio dia e meia hora do dia 18 de Abril do ano de 1988 e encontrava-me de pé encostado ao balcão do café do Luís a comer uma tosta mista e a beber uma cerveja… de repente, a minha vista esquerda deixou de ver… tapei o olho direito com a mão e apenas via um cinzento prateado e uma mancha escura para o lado esquerdo… calmamente, continuei a comer, comi mais um bolito e bebi o meu café… saí normalmente, segui para o meu escritório e fui lavar a cara e deitar água para a vista… mas nada aconteceu, tudo se manteve na mesma… a pé, dirigi-me para a Clínica Santo António, ali perto, entrei, segui até ao balcão e com uma calma tremenda disse à funcionária: – Desculpe, estou a perder a visão, estou a sentir-me mal e a entrar em pânico… por favor, vá transmitir isto ao Médico (por acaso, havia Oftalmologia e havia um em serviço àquela hora)… a moça, muito atónita a olhar para mim, lá se levantou da sua cadeira e seguiu em direcção ao gabinete clínico… quando regressou, um minuto depois, disse-me: – venha se faz favor que o senhor doutor atende-o já… depois de agradecer lá segui para a sala de espera… de dentro do gabinete saiu um doente e eu entrei de imediato… contei o que se estava a passar, fui bem examinado e o diagnóstico foi-me dado logo ali: – o senhor acaba de ter um AVC e precisa de ir imediatamente para a Neurologia. Aguarde um momento que eu vou ver se o meu colega está de serviço… ali fiquei a aguardar… a calma aparente obrigou-me a acender um cigarro, o último que fumei, seriam cerca das 15 horas desse dia… quando o oftalmologista regressou levou-me para o gabinete da neurologia onde o especialista me examinou e confirmou o diagnóstico anterior… passou-me um relatório e disse-me para ir ao Delegado de Saúde carimbar o chamado P1 para poder ir fazer de imediato um TAC… assim fiz… no dia seguinte, de manhã, obtido o documento segui para o Porto onde fiz o dito exame… deitei-me na bela marquesa do túnel do terror e surge um enfermeiro de seringa na mão… aí eu disse: – Um momento por favor: o que vai fazer?… ao que ele me explicou ir injectar-me o iodo para contraste e que iria sentir um ardor na cara que desceria pelo peito até às pernas e que desapareceria nos pés… (assim, na verdade, aconteceu) mais descansado, fiquei estático com a cabeça presa por uma fita e disseram-me para não me mover e olhar para uma luzinha vermelhinha que estava por cima da minha testa… e, pronto, ao fim de uns minutos, saí do túnel e mandaram-me esperar para ver o resultado… havia, na verdade, sofrido um pequeno acidente vascular cerebral provocado por arteriosclerose tabágica (durante 27 anos havia fumado 2 maços diários)… mandaram-me embora com a famosa receita da Aspirina 100 e que deveria ser seguido pela especialidade e fazer uns campos visuais de quando em vez… entretanto, a cegueira foi abrandando apesar de ter durado 33 horas… segui os conselhos e, nunca mais fumei… faço assim, hoje, 24 anos sem tabaco… creio que foi uma vitória apesar de a ter conseguido por ter apanhado um dos maiores sustos da minha vida… e aqui acabei de contar a minha odisseia de como parei de fumar…”

18/04/2012 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Anatomia do beijo

“…coloco um beijo na palma da minha mão e olho-o para o estudar, para o entender, para saber algo mais sobre ele… a sensação é apenas de toque suave dos meus lábios na palma da minha mão… nada mais retenho que o saber que senti a minha pele tocada pela minha própria boca… preciso saber mais sobre o beijo… examinar minuciosamente de forma a sentir o beijo como algo físico, palpável, real… então, aproximo-me de ti e olho-te nos olhos, nesses olhos que brilham dentro de mim como se tu não estivesses ali mas aqui, como se tu fosses parte do meu ser… toco-te com as minhas mãos nos teus ombros e dou um passo em direcção a ti… tua face serena, abre-se num sorriso… levo a minha mão aos teus cabelos e acaricio-os deslizando na seda dos mesmos… os nossos corpos encostam-se ao de leve num toque global presente sem ausência de sentidos, bem pelo contrário, com os sentidos todos em alerta… olho a tua boca entreaberta nesse sorriso que me encanta e seduz… és luz… és sol… és brilho em meu redor… humedeço meus lábios e aproximo-me lentamente da tua face… toco com eles ao de leve na pele que reluz perante o meu olhar… sinto o sal… um sabor leve a mar… os meus lábios tocam as tuas pálpebras fechadas para receber o meu beijo… sinto um suave sentir, um sorrir no olhar como se de outra boca se tratasse… retiro a minha boca e olho-te de novo… preciso saber o porquê do beijo saber a tudo o que tu és, numa dimensão de ser paz, doçura, mel e mar… vejo-te humedeceres os teus lábios e muito suavemente toco-os com os meus… mantenho a minha boca ao de leve no teu lábio superior e de seguida saboreio o teu lábio inferior… e sinto amor…sinto que preciso de sentir mais, de saber mais e melhor o porquê da paixão… é nesse momento que toco em completo a tua boca e saboreio o mel que tal sensação me transmite… as línguas tocam-se ao de leve para em seguida se fundirem num só beijo, num só toque… já não são duas bocas que se beijam pois é apenas o beijo em si mesmo que ali se encontra, se forma, se transmuta, se torna ávido e sereno ao mesmo tempo… mantemos o sentir tais sentidos, leves, lábios mordidos, línguas entrelaçadas e o sabor doce penetrar em permuta o âmago daquela sensual luta de pele com pele, de alma com alma, de corpo com corpo… e a paixão nasce daí e cresce em mim como em ti… saboreamos o momento… entramos em transe e deixamos de ser quem somos… e o beijo perdura num planar de doçura… e o beijo se torna dono de nós num galopar de sensações plenas, profundas mas de tal forma suaves e serenas que o beijo deixa de ser beijo para passar a ser desejo…”

13/04/2012 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

O som do vento

11/04/2012 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Existem pontes para serem atravessadas

Imagem

10/04/2012 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Aleluia

08/04/2012 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

E as núvens se abriram

07/04/2012 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Veludo

03/04/2012 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Dia de Ramos

01/04/2012 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Adormecendo

“… deixa enroscar-me nos teus braços… coloca tua mão na minha cabeça e enrola os teus dedos nos meus raros cabelos… baixa um pouco a tua fronte e beija a minha boca… deixa enroscar-me no teu colo… sentir a tua maciez e ver de baixo para cima o teu sorriso… ver-te junto a mim e saber-te ali comigo… de tal forma que quando olhas eu sou o teu olhar… de tal forma que quando sorris eu sou os teus lábios… de tal forma que quando me afagas eu sou a tua mão… de tal forma que quando me tocas eu sou o teu corpo… de tal forma que quando me olhas eu sou o teu olhar… deixa pousar o meu cansaço na tua serenidade e sentir a tua paz na minha guerra… baixar as armas e sentir a trégua na tenda que se ergue no deserto da batalha… humedecer as mãos na brisa da água que corre no ribeiro que nos circunda… lavar a cara na frescura do vento que nos embala… sentir que nem tudo é real mas que o sonho nos preenche… sentir que, por vezes, só o desejo chega, só o querer basta, só o pensar nos satisfaz… deixa-me ser não só a realidade mas também o que não somos… deixa-me olhar para dentro de ti e ver-me inteiro… deixa-me tocar-te com o sonho e saber-me parte dele como sei que ele é uma parte do meu eu verdadeiro…”

27/03/2012 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Serenidade de guardiã

26/03/2012 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Sítios do meu novo sítio

17/03/2012 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Mudança – meus novos domínios

12/03/2012 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Um pequeno

07/03/2012 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Inversão

01/03/2012 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Tenho saudades tuas

“…Tenho saudades tuas… Queria ter-te aqui comigo, a meu lado, de mãos dadas ou de olhos nos olhos… Cingir-te a cintura e apertar-te contra mim e sentir teu corpo… Desejar o teu desejo… Ouvir teu coração bater com a minha face sobre o teu peito… Beijar-te a boca e saber-me dentro de ti… Sentir-me mais uma vez como as muitas que senti… Tenho saudades tuas… Chamar pelo teu nome… Ouvir a minha voz pronunciar esse som e saber-me respondido com o teu sorrir… Estar onde estás e saber-me contigo, aberto de mim para te receber em plenitude… Entrar no teu ser e saber-me lá residente, não ontem nem hoje mas, sempre… Perder-me no teu labirinto e jamais encontrar a saída… viver os caminhos e as esquinas que se cruzassem à nossa frente e deixar de conhecer o tempo que nos cerca… olvidar a dor da ausência do teu doce amar… Tenho saudades tuas…”

26/02/2012 Posted by | Diversos | 2 comentários

Quarta feira de cinzas

22/02/2012 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Adeus, Mãe

…E PORQUE TODOS LHE DERAM OS PARABÉNS QUANDO ELA FEZ 96 ANOS… E PORQUE É DE MINHA VONTADE, VENHO DIZER QUE A MINHA MÃE PARTIU ESTA NOITE EM COMPLETA PAZ…

19/02/2012 Posted by | Diversos | 3 comentários

Por amor

«Um até já, meu amor, que por amor se corre e por amor se não percorre… um até já, meu amor, pelas correrias que correste e pelas paragens à minha espera… um até já, meu amor, pelo amor caminhado, pelo amor parado como os dias que correm á nossa frente e nos arrastam irremediavelmente para essa morte… a morte do amor que de amor morreu no dia em que em vez de um até já, me disseste adeus…»

18/02/2012 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Dia dos Namorados

14/02/2012 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Nunca te falei de amor

 “… nunca te falei de amor… tenho falado imenso sobre como amar ou sobre o que é amar ou sobre a diferença entre o amar e o gostar… tenho falado muito sobre como é que sabemos quando estamos a amar, quando sabemos o que é amar… como é amar, porque amar é o único caminho… mas nunca te falei de amor… nunca te falei desse sentimento lindo que me envolve numa capa protectora e me faz sentir feliz e bem disposto… nunca te falei desse sentimento tão nobre e tão belo que nos faz sentir o principe dos contos de fadas… nunca te falei de amor apesar de já ter falado tanto de como amar-te… é fácil amar-te… é bom amar-te… é tão doce saber que te amo, que te estou amar como é doce saber que me amas, que me estás a amar… é tão simples e tão perene o saber que amamos, que nos amamos, que somos um só apesar de formados por dois seres distintos… é tão bom amar-te… tão simples amar-te… tão doce saber-me amado… pois, mas nunca te falei de amor… do que é o amor, de que é que ele é feito e do que é que ele nos faz… como tenho dito, quando falo de amar, amar é sofrer, por isso e em primeiro de tudo, o amor é dor… é uma dor que nos preenche o peito e se alastra pela alma adentro como se de uma doença se tratasse… depois, não tem cura e a febre sobe e o amor recrudesce e enobrece quem ama… o amor é o fruto do acto de estarmos a amar… por isso, o amor dói… é como se fosse um parto com dor, quando se ama… do acto de amar nasce o amor e desse nascer, dessa alvorada de luz, a dor povoa-nos e cerca-nos para o resto das nossas vidas… amar é tão simples, tão fácil, tão bom, tão doce… é apenas doarmo-nos ao outro numa entrega total e sem esperar nada no retorno… daí que seja fácil pois dar é apenas uma acção… o amor é o que nasce, o que vem, o que surge dessa acção, dessa atitude de dádiva… e, por isso, dessa dacção, dessa entrega, algo sai de nós, algo se desprende de nós e é esse algo que transforma o acto de amar numa dor profunda, numa dor quente, numa dor sem dor mas que dói… e é nessa dor que sentimos que se ama, é no sentir dessa dor que sabemos que estamos a amar e a sermos amados… é nessa dor que se nos revelamos um ao outro com a fusão de dois seres num só… e nessa fusão, o amor é… e ele só o é, ele só existe, ele só é real se nos fizer doer… e quão purificadora é essa dor, quão sereno é esse sofrer, esse acto de querer, esse acto de receber já que amar é dar, o amor é o que se recebe e nesse saber que temos algo que nos é dado pelo outro, sabemos porque a dor, a partir daí, se instala, vibra, arrepanha, angustia, inebria também, anestesia-nos e a dor se transforma, por aceitação, na mais doce forma de amarmos… se não sentires que te dói então é porque não amas… bendita, pois, a dor que me invade, que me transcende e me faz saber o quanto te amo!…”

10/02/2012 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Explosão solar

05/02/2012 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Delicadeza

02/02/2012 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Anatomia de um beijo

“…coloco um beijo na palma da minha mão e olho-o para o estudar, para o entender, para saber algo mais sobre ele… a sensação é apenas de toque suave dos meus lábios na palma da minha mão… nada mais retenho que o saber que senti a minha pele tocada pela minha própria boca… preciso saber mais sobre o beijo… examinar minuciosamente de forma a sentir o beijo como algo físico, palpável, real… então, aproximo-me de ti e olho-te nos olhos, nesses olhos que brilham dentro de mim como se tu não estivesses ali mas aqui, como se tu fosses parte do meu ser… toco-te com as minhas mãos nos teus ombros e dou um passo em direcção a ti… tua face serena, abre-se num sorriso… levo a minha mão aos teus cabelos e acaricio-os deslizando na seda dos mesmos… os nossos corpos encostam-se ao de leve num toque global presente sem ausência de sentidos, bem pelo contrário, com os sentidos todos em alerta… olho a tua boca entreaberta nesse sorriso que me encanta e seduz… és luz… és sol… és brilho em meu redor… humedeço meus lábios e aproximo-me lentamente da tua face… toco com eles ao de leve na pele que reluz perante o meu olhar… sinto o sal… um sabor leve a mar… os meus lábios tocam as tuas pálpebras fechadas para receber o meu beijo… sinto um suave sentir, um sorrir no olhar como se de outra boca se tratasse… retiro a minha boca e olho-te de novo… preciso saber o porquê do beijo saber a tudo o que tu és, numa dimensão de ser paz, doçura, mel e mar… vejo-te humedeceres os teus lábios e muito suavemente toco-os com os meus… mantenho a minha boca ao de leve no teu lábio superior e de seguida saboreio o teu lábio inferior… e sinto amor…sinto que preciso de sentir mais, de saber mais e melhor o porquê da paixão… é nesse momento que toco em completo a tua boca e saboreio o mel que tal sensação me transmite… as línguas tocam-se ao de leve para em seguida se fundirem num só beijo, num só toque… já não são duas bocas que se beijam pois é apenas o beijo em si mesmo que ali se encontra, se forma, se transmuta, se torna ávido e sereno ao mesmo tempo… mantemos o sentir tais sentidos, leves, lábios mordidos, línguas entrelaçadas e o sabor doce penetrar em permuta o âmago daquela sensual luta de pele com pele, de alma com alma, de corpo com corpo… e a paixão nasce daí e cresce em mim como em ti… saboreamos o momento… entramos em transe e deixamos de ser quem somos… e o beijo perdura num planar de doçura… e o beijo se torna dono de nós num galopar de sensações plenas, profundas mas de tal forma suaves e serenas que o beijo deixa de ser beijo para passar a ser desejo…”

28/01/2012 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Poetas

“…quis ser um poeta que tivesse asas… e poesia em cada voo… quis ser um poeta cujas palavras vos enchesse a casa… e que vos reencontrasse em cada dor… quis ser um poeta que fosse fogo e água e sol e terra… e que com todos esses elementos criasse um novo ser… mas há poetas que são simplesmente poetas… há poetas que ainda nem sabem que o são… há poetas… imensos… tentei um dia ser um desses poetas… e sei hoje que um poeta nunca morre… faz-se em vida mesmo na morte, soltam as asas e levam-vos o vento… protegem-vos e fazem-se ao caminho convosco… peregrinam em vós… que com ele caminhais… bebeis o sorriso dos poetas… vedes pelos seus olhos, e por detrás desses olhos, uma alma que brilha e ilumina cada recanto escuro da vossa própria alma… e é em dias de negro e frio que mais precisais dos poetas… porque eles são fonte, força e semente… um poeta nunca mente… ele, o poeta, é a vossa armadura, a vossa madrugada e o fim de tarde… a vossa lua nova ou lua cheia… são perenes todos os poetas… nascem e renascem… mesmo sem nunca morrerem… nada destrói um poeta, nem a voz nem o sentir… quis ser um desses poetas que tivesse asas e poesia em cada voo… podemos ser usados, abusados, até como lixo abandonados, enegrecidos e deturpados… simplesmente somos quem somos … podemos ser retalhados, citados e aviltados… podemos ser usados como arma de arremesso… podemos ser teorizados e complicados… podemos ser mistificados e cristalizados… podemos até servir de pasto em chamas inquisitoriais… não somos orações, nem homilias nem credos… e não nos deixamos cair… não somos ameaça do fim do mundo… não somos propriedade de ninguém… não somos espada nem guilhotina… não cabemos na pena nem no ódio de quem de nós se apropria… somos apenas poetas… somos simplesmente imensos… não cabemos em nenhuma semana nem em qualquer dia… somos de todos os tempos… não nos deixamos aprisionar por nenhuma alma negra… somos apenas asas… não somos anjos… somos apenas amor e amamos… e se agora sei, como tão bem sei, que as palavras vos podem fazem voar, que às vezes vos levam para lá do mar, em asas de vento, de dor e de amor… sei também, como sabem todos, que não há palavras nem versos, nem poesias que cheguem para transformar um poeta num anjo…”

25/01/2012 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Descanso

18/01/2012 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Basta

…eu tinha qualquer coisa para te dizer, algo que já anda dentro de mim há milhares de anos e nunca tive essa oportunidade…

…há dias, quando surgiste na minha vida, um pouco alheada do próprio mundo, quando ali surgiste espelhada na minha alma, eu estive quase quase para te dizer…

…penso que me faltou a coragem e a voz se me embargou; calei dentro de mim o que deveria ter gritado; talvez tenha esquecido a forma de gritar, talvez só saiba calar… não sei… já não sei…

…mas eu tinha qualquer coisa para te dizer, algo que me possui e me rasga a mente, num acto demente do meu próprio ser de aqui estar sem saber falar, sem saber o que te dizer, sem saber gritar o que tanto tenho calado… milhares de anos de silêncio dentro de mim…

…milhares de anos de solidão da minha própria voz; milhares de anos de espera que surjas ali à esquina, em qualquer lugar, e num momento de paz eu te possa gritar todo o meu amor…

…áhh dor que dói e me corrói a alma de tanto calar esta tão louca forma de te amar… dor de aqui estar e não saber o que te dizer, de não saber traduzir esta minha forma de tão somente te sorrir…

…e sorrio-te a todo o instante, aqui, ali, em qualquer lugar ainda que distante… não me preocupa se me ouves, se escondes as palavras que tão docemente me são devolvidas porque não enviadas; doces palavras de paz, ternura, carinho, amor… em doses de candura mas eivadas de toda a minha dor…

…estão aqui mas sei que tinha qualquer coisa para te dizer; como posso gritar se a voz se me tolda em silêncios ocos e sem eco ou se com eco ecoam apenas dentro do meu vazio, um vazio que não preencho ou se preencho apenas o preencho com a minha própria alma já de si tão gasta por durante todos estes milhares anos não me teres dito: Basta!…

15/01/2012 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

O calcanhar do Rio Douro

12/01/2012 Posted by | Diversos | 1 Comentário

Sinto

Sinto que não sinto o que queria sentir; não sei se o que sinto é ou não o sentir do que sinto que não sinto sentir-se dentro de mim; desespero na angústia angustiada de me ver assim, nú, despido do nada, vestido numa pele cansada que cobre um corpo cálido mas tremente não de frio mas de quente; de um calor sem dor mas abrasador. E é este frio que me aquece num conforto dolente que me adormece neste deambular lento que até parece que fenece como flor varrida ao vento que não se esquece. Sinto que minto a mim mesmo na procura de não sentir o que sinto e não queria sentir. Vomito então o que quero esquecer mas sufoco no próprio vómito. Desejo indómito que não pára nunca de me dominar. Onde estás força de vontade de gritar? Onde estás prece urgente de abalar? Onde estás desejo prenhe de tortura? Já não sinto. Tenho de ir. Preciso dormir.

10/01/2012 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

De braços abertos

07/01/2012 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Toque

“… deito a cabeça no teu regaço… olho-te a face serena… e teus lábios sorriem… tuas mãos se envolvem nos meus cabelos e a massagem leva-me ao sonho… fecho os olhos e deixo-me vogar no teu corpo… dentro de ti… à tua volta… mesmo sem te tocar te sinto… tuas mãos tocam o meu ser como se nos meus lábios estivesse todo eu, como se a minha boca fosse todo o meu corpo… teus dedos leves e suaves me transportam, nesse toque, para lá de mim mesmo e me deixo ficar por momentos apenas nesse espaço, nesse limbo, nesse suave sentir de seda e com sede de um beijo… é esse beijo que acontece a seguir… é esse toque que me faz emergir de mim para imergir-me em ti… apenas um leve sabor a pétala duma qualquer flor… apenas um leve sabor e tudo o que nos rodeia a seguir é tão-somente o amor…”

05/01/2012 Posted by | Diversos | , | 2 comentários

Mandalas

04/01/2012 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Pura

02/01/2012 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Feliz Ano Novo

01/01/2012 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Status

“…com um pouco de loucura, viajo dentro de mim, olhando o meio em que me enleio, adicionando à vida um pouco de ternura, e parto à procura do dia em que me encontre pleno de mim mesmo, sem culpas nem perdões, apenas com laços de paz e bons e apertados abraços de solidões presentes nestes eternos momentos de carinhos ausentes…”

30/12/2011 Posted by | Diversos | 1 Comentário

Photoscape

28/12/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Depois do Natal, um saltinho de pardal

25/12/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

FELIZ NATAL

20/12/2011 Posted by | Diversos | 1 Comentário

Suavidade

18/12/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Quando sabemos que se ama?

“… há dias escrevi-te dizendo as razões pelas quais te amo… escrevi dizendo, afinal, que te amo porque te amo… mais tarde comecei a pensar se existe um momento a partir do qual se começa a amar e se esse momento existe, como sabemos então que se ama?… disse-te também há tempos que o amor não tem tempo nem espaço pela simples razão de que o Amor apenas, é… vive, subsiste, existe, está… é algo definido, concreto mesmo não sendo físico nem metafísico, o Amor é algo que é… sendo assim, não tendo o Amor tempo nem espaço e sabendo nós que amamos, como se sabe que se ama?… dediquei todo o tempo da minha vida à procura do Amor, na busca constante do meu “Graal”, na demanda do porquê do se ser e do se estar e das razões pelas quais aqui estamos… durante todos esses anos procurei e um dia (não interessa quando porque o Amor não tem tempo nem espaço) descobri que o Amor está (é) em cada um de nós… não é nada que se descubra ou possua ou se encontre… ele, o Amor, está em nós mesmos… se ele está em nós então ele é nosso, de nossa pertença e faremos dele o que bem se quiser… daí que, quando afirmo as razões pelas quais eu te amo, estou ao mesmo tempo a dizer que te amo apenas porque sei que o Amor que está dentro de mim, passa para ti… deixa de ser “meu” e começa a “existir” em ti porque apenas e só, te doo esse Amor, numa entrega sem pedir troca… dando-o, sei que o dou e nesse momento passo a saber que te amo… assim, só existe uma única forma de sabermos se amamos (ou quando é que sabemos que estamos a amar), é sabendo que o Amor que estava em nós foi dado a outrem, entregue simplesmente, como dádiva… e esse Amor pode estar num simples gesto, num olhar, num acenar, num toque, num sentir, não se ser o que éramos e passarmos a ser de outrem… nesse momento, quando nos sentirmos parte do outro, saberemos que estamos a amar… em contrapartida, quando soubermos que fazemos parte de outrem também saberemos que estamos a ser amados… porque apenas e só, o Amor… é…”

15/12/2011 Posted by | Diversos | 1 Comentário

Transformar

…peguei em mim mesmo e sacudi-me; esperei que saisse algo que tivesse a mais; mas não caiu nada de mim; continuei a sacudir e ouvi algo indefinido; era como que uma recordação dentro da minha alma ou do meu coração; como saber?… Peguei então em ti e despi-me de ti; tirei-te de dentro de mim. Coloquei-te ali ao meu lado e olhei para ti. Foi nessa altura que me senti nú. Mas não consegui vestir-te de novo. Já não cabias dentro de mim. Que fazer então?

…sonhos destruidos, caminhos não percorridos ou teriam sido mesmo percorridos? Como é que não reconheço se os percorri ou não? Confusão dentro de mim.
…sacudo as memórias mas a força centrífuga da saudade as mantêm aqui dentro. Fico atento.
…espero olhar em frente, não me sentir demente, talvez solidão somente; eternamente aqui ao meu lado presente.
…arrumo os fatos que me vestem a alma e com calma procuro novas roupas que me tapem a nudez que me enregela o corpo, como nado morto, triste e absorto…
…quero ressuscitar, quero simplesmente me transformar, vestir-me de novo, olhar para o espelho e sorrir, cantar, bailar; pegar em mim e voltar a caminhar qualquer que seja o caminho que tenha ainda de palmilhar…
…é que os pés, mesmo de barro, ainda são os mesmos; cansados de andar, é certo, mas os que sempre me sustentaram de pé nesta tremenda e actual falta de fé...

12/12/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Lacrimosa

10/12/2011 Posted by | Diversos | 1 Comentário

Perdurar

“… e o amor não se esgota nos momentos em que os amantes se encontram… o amor perdura para além deles, dos momentos e dos próprios amantes… o amor fica em cada um como uma marca no tempo que vai para lá do tempo em que foi… o amor vai com cada um e reaje ao menor sinal de memória… reactiva-se a si próprio quando já lá não está, naquele momento em que se ama… eleva-se para além da sua meta e tenta chegar ao momento seguinte, momento esse que não se sabe se vai existir mas que se deseja e do qual se sabe apenas que será um novo momento… o amor não se esgota no momento em que os corpos se esgotam e descansam… o amor vai além desse esvair porque se não for nunca será amor… o amor não se esgota no peito de cada um porque continua na memória de ambos… o amor é isso, é saber que não foi só e apenas aquele momento… o amor prolonga-se a si próprio para além de si mesmo e daqueles que o vivem… o amor está para lá do próprio amor…”

09/12/2011 Posted by | Diversos | 1 Comentário

Aniversário

08/12/2011 Posted by | Diversos | 1 Comentário

Leve

06/12/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Agir

“…quantas e quantas vezes, ou talvez não, pedimos um milagre… algo que nos mude a vida para melhor, algo que nos faça deixar de sofrer, algo que nos tire a lágrima que teima em correr, algo que nos permita sorrir para sempre e não mais ser dor… quantas e quantas vezes, ou talvez não, pedimos um milagre… algo que nos modifique a forma de ser, de podermos ser melhores ou até mesmo de podermos ajudar os outros… algo que tire o sofrimento no mundo, algo que permita a paz entre as pessoas… quantas e quantas vezes, ou talvez não, pedimos um milagre… um milagre para nós!… Estamos sempre a pedir um milagre na nossa vida; estamos sempre a pedir um milagre que nos tire a dúvida, a dor, a fome, o desânimo, a doença e tantas outras coisas que nos atormentam… tantas e tantas vezes e o milagre não vem e amaldiçoamos a prece por ela não ser ouvida… talvez fosse melhor não pedir um milagre… talvez fosse melhor sermos nós próprios o próprio milagre: mudarmos a nossa maneira de sentir o que somos e passar a sentirmos o que queremos ser; talvez nos baste sentir o que queremos e alegrarmo-nos com o que temos, com o que nos é dado usufruir… talvez nos baste sentir o que queremos ser e sermos o próprio milagre… quantas e quantas vezes, ou talvez não, pedimos um milagre e esquecemo-nos de o “fazer”, de o “elaborar”, de o “conquistar”… de sermos nós a agir…”

04/12/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

(e)terno

01/12/2011 Posted by | Diversos | 1 Comentário

Sedução

“…talvez seja essa tua força, invisível aos olhos humanos, que me seduz… talvez sejam apenas os teus olhos ou até mesmo, como já o tenho dito muitas vezes, a tua boca… talvez seja essa tua fragilidade ou essa tua doçura… talvez a tua ingenuidade ou até mesmo a tua garra… talvez a tua voz ou mesmo até o teu silêncio… talvez o teu tudo ou o teu nada… talvez seja essa tua pose de fazer face à luta ou a tua lágrima sentida… talvez a tua revolta ou até mesmo a tua cedência… talvez apenas o teu toque, o teu cheiro ou o teu beijo… talvez apenas o seres apenas tu e eu ser apenas eu… mas que me seduzes de verdade, não o posso negar…”

30/11/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Gold

29/11/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Aceitar

“… um dia (não sei quando) disseram-me que entre o possível e o impossível se encontra a vontade do Homem… ao longo da vida, todos os momentos que eu vivi, foram momentos impossíveis de viver (porque a própria vida é um milagre e eu não acredito em milagres mas em causas que provocam consequências) mas como foram vividos, logo a impossibilidade tornou-se possível… ao longo da vida verifiquei que tudo o que me era dado vivenciar não havia sido “criado” por mim mas apenas estava ali e eu o vivia, eu o sentia, eu fazia parte desse momento… ao longo da vida eu fui verificando que tudo é complicado e ao fim e ao cabo tão simples pela simples razão que somente a simplicidade é autêntica, ou seja, olhar à nossa volta e sentir que tudo o que nos cerca é natural, normal, vida em si mesma, sem ornamentos nem floreados… não somos nós que estamos a enfeitar a vida porque as flores já existem… não somos nós que estamos a perfumar os ambientes porque os odores já circulam à nossa volta… não somos nós que descodificamos os códigos, os códigos já não são enigmas, os enigmas já não são complicados porque tudo é tão simples de entender, tudo é tão simples de vivenciar… nada é impossível, portanto, tudo é viável, basta aceitar…”

27/11/2011 Posted by | Diversos | 1 Comentário

Profusão

25/11/2011 Posted by | Diversos | 1 Comentário

União

24/11/2011 Posted by | Diversos | 1 Comentário

Trazias

“…trazias o perfume de uma flor e o sabor de uma iguaria… trazias tudo o que eu desejava, o que eu queria… trazias contigo a doçura do teu olhar e a leveza do teu toque para o meu corpo amaciar… trazias o sol e o brilho das estrelas… trazias o sorriso estampado na pele e o cheiro da maresia quando se espalha na areia… trazias tudo o que um homem anseia… trazias o amor dentro de ti, o amor que se dá e não se regateia, o amor que sempre perdura mesmo quando partes… trazias a esperança no rosto e os lábios entreabertos prontos para o beijo, para o doce toque em que todos os sabores se transformam em mel… de braços abertos meu ser te aguardava, ansioso… certo da tua vinda, da tua chegada… e o abraço se deu num enlaçar de paz e de ternura… e todo o ser se deu e se recebeu e as mãos se entrelaçaram… e num serpentear de passos arrastados porque leves, os caminhos nos levaram… e o sabor a tudo num leito se aconchegou… e o amor que veio e o amor que esperou, por ali, naqueles instantes infinitos, se quedou e a si mesmos se entregaram na paz que só os que amam sabem sentir…”

21/11/2011 Posted by | Diversos | 1 Comentário

O Lobices faz hoje 8 anos

O LOBICES FAZ HOJE 8 ANOS

 

19/11/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Beauty 2

16/11/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Ventre

…no meu ventre não escondo nada
…nem a noite nem a madrugada
…no meu ventre guardo a mágoa
…deste meu peito raso de água
…no meu ventre explode o amor
…que solto ao vento se esvai
…e em pélagos de sangue
…no teu rosto ele cai
…no meu ventre explode o amor
…sentido, dorido, sofrido
…amor passado, presente e futuro
…no meu ventre escondo tudo
…com o meu ventre expludo
…em míriades de estrelas
…que vagueando pelos céus
…enchem os lindos olhos teus
…no meu ventre escondo as palavras
…do meu ventre dou à luz as palavras
…do meu ventre
…de bem dentro de mim
…me dou completo

15/11/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Para o meu Zé, de Adélia Prado

Eu te amo, homem, hoje como

Toda a vida quis e não sabia,

Eu que já amava de extremoso amor

O peixe, a mala velha, o papel de seda e os riscos

De bordado, onde tem

O desenho cómico de um peixe – os

Lábios carnudos como os de uma negra.

Divago quando o que quero é só dizer

Te amo. Teço as curvas, as mistas

E as quebradas, industriosa como uma abelha,

Alegrinha como florinha amarela, desejando

As finuras, violoncelo, violino, menestrel

E fazendo o que sei, o ouvido no teu peito

Para escutar o que bate. Eu te amo, homem, amo

O teu coração, o que é, a carne de que é feito,

Amo sua matéria, fauna e flora,

Seu poder de perecer, as aparas de tuas unhas

Perdidas nas casas que habitamos, os fios

De tua barba. Esmero. Pego tua mão, me afasto, viajo

Pra ter saudade, me calo, falo em latim porá requintar meu gosto:

Dize-me, ó amado da minha alma, onde apascentas

o teu gado, onde repousas ao meio-dia, para que eu não

ande vagueando atrás dos rebanhos de teus companheiros”.

Aprendo. Te aprendo, homem. O que a memória ama

Fica eterno. Te amo com a memória, imperecível.

Te alinho junto das coisas que falam

Uma coisa só: Deus é amor. Você me espicaça como

O desenho do peixe da guarnição de cozinha, você me guarnece,

Tira de mim o ar desnudo, me faz bonita

De olhar-me, me dá uma tarefa, me emprega,

Me dá um filho, comida, enche minhas mãos.

Eu te amo, homem, exatamente como amo o que

Acontece quando escuto oboé. Meu coração vai desdobrando

Os panos, se alargando aquecido, dando

A volta do mundo, estalando os dedos pra pessoa e bicho.

Amo até a barata, quando descubro que assim te amo,

O que não queria dizer amo também, o piolho. Assim,

Te amo do modo mais natural, vero-romântico,

Homem meu, particular homem universal.

Tudo o que não é mulher está em ti, maravilha.

Como grande senhora vou te amar, os alvos linhos,

A luz na cabeceira, o abajur de prata;

Como criada ama, vou te amar, o delicioso amor:

Com água tépida, toalha seca e sabonete cheiroso,

Me abaixo e lavo teus pés, o dorso e a planta deles

Eu beijo.

 

 

ADÉLIA PRADO. Poema “Para o Zé” in Poesia Reunida, São Paulo: Siciliano, 1991

14/11/2011 Posted by | Diversos | 1 Comentário

Beauty

10/11/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Perdurar

“… e o amor não se esgota nos momentos em que os amantes se encontram… o amor perdura para além deles, dos momentos e dos próprios amantes… o amor fica em cada um como uma marca no tempo que vai para lá do tempo em que foi… o amor vai com cada um e reaje ao menor sinal de memória… reactiva-se a si próprio quando já lá não está, naquele momento em que se ama… eleva-se para além da sua meta e tenta chegar ao momento seguinte, momento esse que não se sabe se vai existir mas que se deseja e do qual se sabe apenas que será um novo momento… o amor não se esgota no momento em que os corpos se esgotam e descansam… o amor vai além desse esvair porque se não for nunca será amor… o amor não se esgota no peito de cada um porque continua na memória de ambos… o amor é isso, é saber que não foi só e apenas aquele momento… o amor prolonga-se a si próprio para além de si mesmo e daqueles que o vivem… o amor está para lá do próprio amor…”

08/11/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Toca do trovão

06/11/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Acenar

“… o tempo passa demasiadamente depressa… quando damos pelo facto, seja ele qual for, o tempo esvaiu-se e quase não o vimos passar… quando não o vemos passar porque ele foi usado em positiva vivência, é óptimo recordar esses momentos que não vimos passar porque o tempo estava a ser ganho por algo bom que recordaremos com prazer… porém o tempo voa e quando damos por ele, ele já passou e já são horas de dizer um novo adeus, um até breve, um até depois… fica o sabor de tudo o que se viveu… fica a saudade desses momentos… fica a ânsia de que eles voltem depressa mais uma vez… e quando o tempo de viver esses doces momentos acaba, fica em nós a presença do outro, o cheiro, o sabor, o tacto, o som e a imagem que fixamos com ternura para, no mínimo, a levarmos dentro de nós… até ao próximo encontro… no entretanto, fica o aceno, o olhar para trás, o dizer aquele adeus com a mão estendida e o rosto, apesar de tudo, sereno e com um sorriso nos lábios… o acenar até que a esquina surge e o passo continua calmo no percorrer daquela rua…”

03/11/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Sol

31/10/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

A trindade do amor

Distinguem-se 3 tipos de amor, susceptíveis de encaixarem uns nos outros:

1. EROS (erotismo). É o amor carnal, sexual. O desejo físico do outro exprime-se pela paixão amorosa, vivida, muitas vezes, na falta e no sofrimento.

2. PHILIA (amizade). O amor carnal evolui para o amor-ternura. Não é mais somente um instinto carnal, ou uma concupiscência. Ele dá-se. É alegre, expansivo. É o amor conjugal realizado e aquele que é dado aos seus filhos e reciprocamente. É também amizade. No entanto, permanece mais ou menos interessado.

3. AGAPE (caridade). É o amor dado sem procura de contrapartida. É o bem por excelência. Os crentes encontram a sua fonte em Deus, que é amor.

Há pois oposição entre o amor-EROS de concupiscência e de cobiça, e o amor-PHILIA, ou Agape, que são amores de benevolência e de amizade. Quer-se bem a alguém, em vez de o possuir. Os dois sentimentos, na maior parte das vezes, justapõem-se.

O amor-EROS não é uma virtude. «É uma questão de sentimento e não de vontade, diz Kant, e eu não posso amar porque eu o quero, menos ainda porque eu o devo; daí se conclui que um dever de amar é um contra-senso.»

Efectivamente, «o amor não se comanda porque é ele quem comanda, diz A. Comte-Sponville.»Mas à medida que se avança na sabedoria e na virtude, desligamo-nos dos desejos egoístas e elevamo-nos nos graus do amor.

Primeiro, só se ama a si mesmo, depois o outro e depois os outros.

Assim, «a benevolência nasce da concupiscência pois o amor nasce do desejo, do qual não é mais que a sublimação alegre e satisfeita. Este amor é uma virtude: querer o bem do outro é o próprio bem» (Ibidem, p. 349.)É o ideal. «O ideal da santidade», sublinha Kant. Ele guia-nos e ilumina-nos. É uma virtude pois é uma excelência.

E, milagre, «o amor que realiza a moral liberta-nos dela». «Ama e faz o que quiseres», dizia Santo Agostinho.O amor é pois, o começo de tudo.

(in Jean Guitton et Jean-Jacques Antier – Le Livre da la Sagesse et dês Vertus Retrouvées)

28/10/2011 Posted by | Diversos | 2 comentários

Bouquet

26/10/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

O dedo de Deus

23/10/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Snow white

20/10/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

In red

18/10/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Dourados

15/10/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

O uivo

…Levantou-se com um sobressalto, que a fez erguer a coluna num impulso sôfrego, um nó de desespero atado na garganta. Segurou-a com uma das mãos, como se contivesse a respiração ainda ofegante. A escuridão estava toda emersa numa tonalidade azul, criando uma atmosfera quase irreal no interior do quarto. Uma estranha luminosidade vinha do exterior, e penetrava no quarto pelo espaço entre as velhas cortinas desbotadas. Dirigiu-se à janela como se algo a chamasse. Espreitou por trás do veludo envelhecido do reposteiro e viu um vidro quebrado, estilhaçado no canto inferior esquerdo. Formava um desenho perfeito de uma teia. Tocou-lhe e automaticamente levou o dedo à boca, sugando o sangue do corte que acabara de sofrer. Soltou um breve gemido de dor, frustrado de fúria. Lá fora, a lua erguia-se gigantesca, majestosa, rodeada de uma aura azul intensa, que cobria todas as coisas de improváveis reflexos. Sentiu um incómodo arrepio, como uma fria corrente enferrujada a mover-se no interior da espinha. O espaço à sua volta, de súbito, ganhava novos contornos. Estremeceu perante um breve desacerto do mundo. Julgou ouvir ruídos, um estalar de madeira, ecos de passos atrás de si, o som das sombras a mover-se pelas paredes do quarto. Voltou-se e tremeu. Deu dois passos incertos, esquecida do próprio corpo. O chão estava alagado; os pés descalços enregelados. Ouvia uma torneira aberta, que pingava lentamente. O som adensava-se segundo a segundo, ecoava pela casa toda, cada vez mais próximo, cada vez mais grave, cada vez mais alto, com requintes de tortura. Segurou a cabeça entre as mãos, crispando os dedos entre os cabelos, tapando os ouvidos quase até ao limiar da dor. Enlouquecia. Abriu as portadas e saiu. Correu para a floresta que se estendia, negra e silenciosa, a sul da casa. Não se vestiu. A camisa branca de algodão finíssimo esvoaçava enquanto corria. Um som distante, longínquo, como um uivo, envolvia agora todo o espaço entre as árvores. Tudo à sua volta permanecia assombrosamente azul. Olhava para o céu e os seus olhos cintilavam, fazendo perguntas às estrelas ausentes. Correu a um ritmo alucinante, rasgando a noite escura com a sua deslumbrante figura pálida. Se pudéssemos congelar o momento, encontrar-se-ia a mais bela fotografia do mundo. Era atrás do lobo que corria. Um lobo que conhecia sem nunca ter visto, que a chamava sem nunca ter tocado um fio dos seus cabelos. Sonhara com ele durante seis noites seguidas, um segundo mais cada noite, até que o sonho a puxou para dentro e ela foi ao seu encontro. Correu atrás dele, movida pelo sonho, dominada pela loucura. Corria como se perseguisse a própria vida, e gritava. Gritava o nome do seu amor, como se lhe respondesse. Correu até ficar sem forças, lentamente vergou os joelhos e deixou-se cair no chão húmido. Tinha chovido nas horas anteriores, muito certamente. Cravou as mãos na terra até que esta lhe doesse, negra e perfumada, entre as unhas. Sentiu um frio muito fino percorrer-lhe a parte de trás do pescoço, desde a nuca, descendo até à cintura. Depois um calor imenso a escorrer-lhe pelos braços. Tinha o lobo junto do seu corpo, o seu olhar ferido de medo. Aproximou-se do seu rosto, conseguia sentir-lhe a respiração na face gelada. Mergulhou os dedos finos no pêlo em redor do pescoço, num gesto ambíguo. Como se segurasse, como se repudiasse. Sentia-o roubar-lhe o sopro de vida, ao mesmo tempo que a alimentava de uma inexcedível sensação de eternidade. A escuridão era tão intensa que a noite parecia estender-se sobre todas as coisas, sem limites, insondáveis as suas profundezas. Reinava uma calma inquietante. O seu coração pulsava acelerado dentro do peito, o olhar num fervilhar insustentável de paixão. Olhou à volta, demorando um segundo a reconhecer o espaço do quarto. Um segundo depois, o outro lado do pesadelo: Está um homem ao seu lado. Está frio. O branco dos lençóis tingido de vermelho. Do corpo imóvel e pálido escapa-se um fio rubro e espesso. O olhar preso no infinito. Um último gesto de angústia suspenso na mão. A boca entreaberta, fixo nos lábios um suspiro, com o nome do seu amor.

13/10/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Planeta Marte numa rosa

08/10/2011 Posted by | Diversos | 1 Comentário

Diferente

05/10/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Serralves a P/B

04/10/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

A nossa longa caminhada

“…há uma coisa que é necessário definir: todos nós, quando escrevemos (ou falamos), dizemos coisas reais e dizemos coisas irreais… fazemos um misto de retórica vã e não só… colocamos muito de nós e também muito daquilo que vai no nosso imaginário… não só falamos do que sabemos como também falamos do que não sabemos mas, principalmente, falamos com a Alma, com aquilo a que eu chamo de “desejo”… fala-se do que “desejaríamos” que assim fosse… quando não “foi assim” então fala-se do desejo de não ter sido como desejáramos que tivesse sido… somos todos duma ambiguidade angustiante (quer se queira admitir isto ou não)… mentimos a nós mesmos para nos desculparmos de tudo só que nos esquecemos que não somos culpados de nada… a ilusão não está em nós mas em tudo o que nos é dado como perceptível, ou seja, o que nos rodeia é que pode ser ilusão… nós não somos uma ilusão… a ilusão gira à nossa volta e tenta-nos de forma a que se perca a noção do que é a verdade e do que é a mentira… ficamos, então, apenas com o que temos… e o que é que temos?… a esperança de estarmos enganados ou de nos termos enganado e de que há ou vai haver solução… desesperadamente procuramos resolver esse problema… doutras vezes, desistimos e deixamos que tudo “morra” no limbo do esquecimento… no entanto, esse limbo é também ele mesmo uma ilusão pois o esquecimento não é viável… não podemos “cortar” ou “apagar” a memória… e esta é a que nos devora… engole-nos por vezes duma forma assustadora e noutras vezes duma forma mais suave mas não deixa nunca de nos engolir… somos como que absorvidos por esse buraco negro que é a lembrança… lembramos tudo, principalmente o bom porque subconscientemente escondemos num recanto da nossa memória tudo o que foi mau… até porque nunca tivemos a culpa do mal ou do mau acontecido… somos uns eternos inocentes… fazemos assim, ao longo da vida, exorcismos aos nossos demónios em vez de lançarmos louvores aos nossos anjos… passamos uma vida inteira a lamentar o inlamentável em vez de nos alegrarmos com tudo o que não deve ser esquecido… e tudo, tanto o bom como o mau, deve ser contabilizado na nossa passagem por esta dimensão do aqui e agora… e só há uma forma de se “conviver” nesse estádio de vida: é aceitar o que nos é dado viver… é aceitar o que nos é dado pois nada daquilo que “temos” é nosso… foi-nos concedido passar por isso, foi-nos concedido vivermos nisso, foi-nos concedido vivenciar determinados factos, factos estes que serão única e exclusivamente nossos e de mais ninguém… mais ninguém no universo sente o que eu sinto, mais ninguém no universo sente o que tu sentes… somos seres únicos, individuais e totalmente imperfeitos… vamos a caminho da perfeição mas que tarda em chegar… vamos ter muito que caminhar ainda até conseguirmos a espiritualidade do ser… porém e como ainda somos imperfeitos é-nos “concedida” a capacidade de “chorar”… é por isso que nada nos satisfaz… é por isso que buscamos a felicidade (quando ela está aqui, dentro de nós)… é por isso que sofremos… é por sermos ainda imperfeitos que não sabemos (ainda não aprendemos) aceitar… no que me diz respeito, tento duma forma lenta mas sistemática, tentar aceitar mas, na verdade vos digo, que não é fácil e, por vezes pois, preciso de “gritar” e de usar a tal forma de equilíbrio que me permita lentamente sentir o caminho que piso numa caminhada que sei tenho de fazer, sem olhar para o caminho mas apenas com a vontade enorme e grandiosa de caminhar… caminhemos, pois, de mãos dadas com o Amor, o único que nos fará sorrir e ter mais forças para percorrermos esse caminho, o caminho da Sabedoria, da Luz, da Paz e da Harmonia…”

01/10/2011 Posted by | Diversos | 2 comentários

Matizada

30/09/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

.

…AS FÉRIAS ESTÃO A CHEGAR AO FIM
…DEU PARA RETEMPERAR OS NEURÓNIOS

29/09/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Férias

22/09/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Meu Douro

16/09/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Toque

“… deito a cabeça no teu regaço… olho-te a face serena… e teus lábios sorriem… tuas mãos se envolvem nos meus cabelos e a massagem leva-me ao sonho… fecho os olhos e deixo-me vogar no teu corpo… dentro de ti… à tua volta… mesmo sem te tocar te sinto… tuas mãos tocam o meu ser como se nos meus lábios estivesse todo eu, como se a minha boca fosse todo o meu corpo… teus dedos leves e suaves me transportam, nesse toque, para lá de mim mesmo e me deixo ficar por momentos apenas nesse espaço, nesse limbo, nesse suave sentir de seda e com sede de um beijo… é esse beijo que acontece a seguir… é esse toque que me faz emergir de mim para imergir-me em ti… apenas um leve sabor a pétala duma qualquer flor… apenas um leve sabor e tudo o que nos rodeia a seguir é tão somente o amor…”

13/09/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

9/11 Never more

11/09/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Descanso

03/09/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Serralves

29/08/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Composição

24/08/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Hora do café

18/08/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Certeza

“…tivesse eu a certeza de tudo e não estaria aqui; tivesse eu essa certeza que a incerteza não nos permite possuir e eu não estaria aqui… possuiria o dom da sabedoria do quando, do como, do onde e também do porquê e ainda do para quê… tivesse eu essa certeza que a incerteza não nos permite obter e eu estaria em ti e não em mim… possuiria o dom do ser e do estar onde me fosse dado querer e estaria no teu olhar; perder-me-ia no teu corpo e deixaria de me querer voltar a encontrar… labirinto fosses e eu palmilharia a eternidade sem me preocupar com a saída; fosse eu apenas uma centelha da tua respiração e tudo no mundo caberia na minha mão; fosse eu apenas o pulsar do teu pensamento e voltaria a ser apenas o vento… o vento sem lamento, o vento que me traria o sabor do aroma do teu corpo a ondular em mim, mesmo que fosse como um tormento, um doce tormento… tivesse eu a certeza de tudo e não estaria aqui… seria como a luz que como a uma borboleta tanto seduz… seria o tudo e o nada na totalidade absoluta do ser, seria isso tudo mesmo que não te pudesse ter…”

15/08/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Lacrimosa

13/08/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Blast

09/08/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Seduzir

“…talvez seja essa tua força, invisível aos olhos humanos, que me seduz… talvez sejam apenas os teus olhos ou até mesmo, como já o tenho dito muitas vezes, a tua boca… talvez seja essa tua fragilidade ou essa tua doçura… talvez a tua ingenuidade ou até mesmo a tua garra… talvez a tua voz ou mesmo até o teu silêncio… talvez o teu tudo ou o teu nada… talvez seja essa tua pose de fazer face à luta ou a tua lágrima sentida… talvez a tua revolta ou até mesmo a tua cedência… talvez apenas o teu toque, o teu cheiro ou o teu beijo… talvez apenas o seres apenas tu e eu ser apenas eu… mas que me seduzes de verdade, não o posso negar…”

30/07/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

O voo picado do Falcão

28/07/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Movimento

… terminaram as palavras… as letras deixaram de existir… as frases já não podem ser formuladas e a comunicação escrita ou falada findou… o Homem deixou de poder dizer um simples vocábulo e nem um só ditongo se consegue escrever ou articular… mas a sua necessidade de gritar leva-o a inventar novas formas de comunicar… passa a usar o seu corpo para insinuar as sílabas e começar a juntar os elementos que formam a ideia, a imagem ou apenas o sentido… o seu corpo passa a ser a caneta ou a corda vocal… e as mãos tocam ali, acolá ou aqui… movem-se no espaço e sentem que do outro lado existem outras mãos que fazem o mesmo… e todos começam a gesticular… e do gesto, passam ao encontro, ao toque mútuo, ao abraço, ao enlace, à carícia, ao beijo, à ternura, a todo o género de acto que defina um desejo de comunicar, de dizer: estou aqui, estás aí, podemos falar?… então trocam-se os toques e todos se movem no mesmo sentido… no Mundo existe o silêncio mas passou a existir o abraço… algo que o Homem já havia esquecido há muito… e apesar de o riso não ser articulado, existe o sorriso… e apesar do grito se ter silenciado a lágrima pode escorrer pela face e dessa forma se diz o que se passa, o que se sente, o que se deseja, o que se vê e o que se quer que seja entendido… o Homem calou a voz mas não consegue deixar de comunicar… e o seu corpo passa a ser o elemento base dessa acção… e, dessa forma, mesmo não podendo dizer que se ama, pode-se dizer o mesmo num sorriso, num beijo, num toque, num abraço, num desejo… e o Amor, por mais que o Homem possa perder as suas faculdades, jamais morrerá… e Amar, continuará a ser o único caminho!…”

25/07/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Sombra

24/07/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Pólen

21/07/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Silêncio

“…Há um silêncio absoluto aqui até mesmo dentro de mim… Estou só, acompanhado apenas da minha solidão… por isso, não estou sozinho… estou acompanhado, logo não estou só… Estranho… O silêncio penetra dentro de mim sem pedir licença… também não sou capaz de lhe impedir a entrada… ele é tão livre quanto eu e eu, possuidor dessa liberdade, deixo-o entrar e sinto que a excitação que ele me provoca é sinal de prazer… Um prazer proveniente da paz que ele, o silêncio, alberga… Com ele, vem apenas o som da deslocação do ar quando ele chega sem avisar… É que, de repente, só (estando só) o sinto quando ouço o silêncio da sua chegada… Senta-se aqui ao meu lado e vejo perfeitamente que ele me olha de soslaio… mas não lhe ligo importância… quem se julga ele?… Alguém de muito especial?… Devo-lhe alguma deferência?… Não… Não lhe franqueio sempre a entrada?… Então, que mais ele quer?… Que lhe dirija a palavra?… Não!… Mil vezes não!… Se o deixo penetrar-me é porque assim o desejo e o quero, em silêncio, em paz, ouvindo-o sem o ouvir… sabendo apenas que ele está aqui… A solidão, por seu lado, essa não se importa muito pela presença dele… já está habituada… Olha-o com desdém como se ele, o calado silêncio, fosse ninguém… Sabe muito bem que ele não me faz mossa… sabe perfeitamente que ela, a solidão, é que é a minha amante preferida, hoje cinzenta (pode ser) mas amanhã, quem sabe, se colorida… É apenas a paz que me traz sereno e me faz sentir o seu frio ameno… é que o silêncio tem temperatura, ora é doce e quente, ora azedo e frio… mas já reparei imensas vezes que quando é azedo se sente um frio ameno… não enregela nem me estremece o corpo… amorna-me a alma e deixo-me ficar na mordomia da sua presença… É tudo apenas um estado de solidão a sós com o silêncio que me faz companhia… Por isso, não esfria… Deixa-me estar como quero… E ele se queda também e fica… Não incomoda… Sabe que a qualquer momento que eu queira, o mando embora… sabe que um grito forte pode, num ápice, cortar o ar que ele deslocou ao chegar… Ele sabe isso e por isso não se preocupa comigo… Mantém apenas um vago olhar… Como quem não sabe se parta ou se deve ficar… Depende apenas e só do meu grito… se este, o grito, do meu peito sair com força, com ânimo, com desejo de ser quem sou e não quem quero parecer ser… O problema com que me debato é saber o que sou ou mesmo até quem sou… Serei eu próprio o silêncio?…”

19/07/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Por amor

«Um até já, meu amor, que por amor se corre e por amor se não percorre… um até já, meu amor, pelas correrias que correste e pelas paragens à minha espera… um até já, meu amor, pelo amor caminhado, pelo amor parado como os dias que correm á nossa frente e nos arrastam irremediavelmente para essa morte… a morte do amor que de amor morreu no dia em que em vez de um até já, me disseste adeus…»

18/07/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Conjunto

16/07/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Desconhecida

11/07/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Praia lavadinha

10/07/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Beleza

08/07/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Da cor do blogue

06/07/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Mais suave

02/07/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Jarro amarelo

29/06/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Suavidade

25/06/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Simetria

21/06/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Rosa bravia

17/06/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Rota de colisão

13/06/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Super Nova

10/06/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Cluster

 

03/06/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Alva

28/05/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Mistura

Mistura

26/05/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Dueto

>

11/05/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Hoje

>…e porque hoje gotas de chuva também me lavaram a alma
…e porque hoje também despi meu corpo e me olhei inteiro
…e porque hoje senti a sombra da minha ausência
…e porque hoje sorri à solidão e não fechei a janela
…e porque hoje abri a porta e entrei dentro de mim
…e porque hoje berrei o silêncio e o grito calei
…aqui vim e me quedei sorrindo do choro que ainda não chorei

09/05/2011 Posted by | Diversos | 3 comentários

>A new rose

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07/05/2011 Posted by | Diversos | 1 Comentário

>Poetas

>“…quis ser um poeta que tivesse asas… e poesia em cada voo… quis ser um poeta cujas palavras vos enchesse a casa… e que vos reencontrasse em cada dor… quis ser um poeta que fosse fogo e água e sol e terra… e que com todos esses elementos criasse um novo ser… mas há poetas que são simplesmente poetas… há poetas que ainda nem sabem que o são… há poetas… imensos… tentei um dia ser um desses poetas… e sei hoje que um poeta nunca morre… faz-se em vida mesmo na morte, soltam as asas e levam-vos o vento… protegem-vos e fazem-se ao caminho convosco… peregrinam em vós… que com ele caminhais… bebeis o sorriso dos poetas… vedes pelos seus olhos, e por detrás desses olhos, uma alma que brilha e ilumina cada recanto escuro da vossa própria alma… e é em dias de negro e frio que mais precisais dos poetas… porque eles são fonte, força e semente… um poeta nunca mente… ele, o poeta, é a vossa armadura, a vossa madrugada e o fim de tarde… a vossa lua nova ou lua cheia… são perenes todos os poetas… nascem e renascem… mesmo sem nunca morrerem… nada destrói um poeta, nem a voz nem o sentir… quis ser um desses poetas que tivesse asas e poesia em cada voo… podemos ser usados, abusados, até como lixo abandonados, enegrecidos e deturpados… simplesmente somos quem somos … podemos ser retalhados, citados e aviltados… podemos ser usados como arma de arremesso… podemos ser teorizados e complicados… podemos ser mistificados e cristalizados… podemos até servir de pasto em chamas inquisitoriais… não somos orações, nem homilias nem credos… e não nos deixamos cair… não somos ameaça do fim do mundo… não somos propriedade de ninguém… não somos espada nem guilhotina… não cabemos na pena nem no ódio de quem de nós se apropria… somos apenas poetas… somos simplesmente imensos… não cabemos em nenhuma semana nem em qualquer dia… somos de todos os tempos… não nos deixamos aprisionar por nenhuma alma negra… somos apenas asas… não somos anjos… somos apenas amor e amamos… e se agora sei, como tão bem sei, que as palavras vos podem fazem voar, que às vezes vos levam para lá do mar, em asas de vento, de dor e de amor… sei também, como sabem todos, que não há palavras nem versos, nem poesias que cheguem para transformar um poeta num anjo…”

05/05/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Mais uma das minhas rosas

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03/05/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Dia da Mãe

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“… durante 3 dias o teu corpo se contraiu com as dores de parto e a criança que trazias no ventre não queria sair… durante 3 dias o teu corpo se contorceu de dores e eu, impávido e sereno, dentro do teu ventre, alheado do mundo que te rodeava, aguardava talvez que o meu mundo não explodisse e a minha vida fosse ali, onde estava… ao terceiro dia de dor, no dia 8 de Dezembro, fui obrigado a sair de dentro de ti… tiraram-me à força e eu pude ver a luz do dia e tu pudeste descansar… nasci no dia da Imaculada Conceição, a concepção por natureza, o dia em que se celebrava o dia das mães… ainda hoje, para ti e para mim, 60 anos passados, esse é o teu dia, o dia em que, pela única vez foste mãe… o meu nascimento forçado provocou a tua impossibilidade de gerar mais filhos e jamais pude ter irmãos… trataste de mim, sempre… hoje, sou eu que trato de ti… porque mereces e porque ainda és a minha mãe…”

01/05/2011 Posted by | Diversos | 4 comentários

>Beltane

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“…logo à noite, em meia lua, o fogo me rodeará e me irá levar para as legendárias paragens onde o amor que fecunda a terra, torna real a lenda que tanto encanta…”

30/04/2011 Posted by | Diversos | 1 Comentário

>A partida do meu amigo

>“…o Black tinha 16 anos… era um espírito livre… nunca teve uma coleira nem uma trela… nunca esteve preso numa casota ou fechado dentro de casa… a rua era o seu reino… era metade meu e metade do Dr. João, o Veterinário… eu dava-lhe alimento e estadia e o médico tratava dele, das vacinas, etc… o Black era o “ser” mais conhecido desta minha terra, deste meu canto… toda a gente o conhecia e ele conhecia toda agente… nunca fez mal a ninguém e sorria… sabia sorrir aquele meu amigo… tinha o hábito de correr atrás dos carros e a mania de se deitar no meio da rua… fazia os carros pararem ou abrandarem para poderem passar… mas já toda a gente sabia que era assim… teve alguns atropelamentos… um dia ficou sem o olhito esquerdo (mas essa história fabulosa de inteligência animal eu já contei) e teve de ser operado… outra vez teve de ser operado ao intestino… desta vez, o último atropelamento não o poupou… um traumatismo dorsal na coluna terminou com a sua força de se manter “vivo” e apesar de todas as tentativas de o tratarem, o meu amigo teve de partir… sei que partiu no tempo Pascal mas não quero saber o dia… quero recordar apenas os passeios que ele dava a meu lado… se eu ía ao Banco ele ía comigo e entrava… se eu ía aos ctt ele ía comigo e entrava lá e em muitos outros locais… as pessoas sabiam quem ele era… todos os dias ele subia a rua e ía à Clínica Veterinária visitar os seus amigos… como eu costumava dizer, era o meu guarda-costas apesar de não ter porte nem ser de raça para tal… era apenas um animal feliz, amigo de todos… meu companheiro diário dos passeios que eu fazia para esticar as pernas… caminhava ao meu lado ou um pouco à frente pois já sabia o itinerário… partiu… voou finalmente no último voo da liberdade… aquilo que ele mais prezava na vida: ser livre!… E foi-o… adeus companheiro!…”

27/04/2011 Posted by | Diversos | 5 comentários

>25 de Abril, sempre

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25/04/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Tempo de Paixão

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22/04/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Tu, meu Pai

>“…faz hoje 25 anos que partiste… Estás noutro local, um local para onde foste, um local de sossego, de paz, não é ?… Tenho saudades tuas, pai !… Lembras-te do dia em que nos disseste até breve ?… Lembras-te dos dias em que sempre estiveste a nosso lado, lembras-te de tudo de bom que se passou antes de ires, lembras-te de tudo de mau que se passou antes de ires ?… Recordas o dia em que eu nasci, recordas o dia em que passaste ao estatuto de pai ?… Sei perfeitamente que te recordas e que só por isso te valeu a pena viver; sei que viveste em função dos teus, daqueles que faziam parte da tua própria vida, daqueles que eram a razão da tua existência!… Sei muito bem o quanto sofreste por mim e por todos os teus; sei perfeitamente o quanto lutaste para que nada me faltasse, para que tudo estivesse sempre bem… Lembras-te do dia em que te faltou algo para que eu não sentisse essa falta ?… Lembras-te do dia em que não comeste para que eu tivesse comida ?… Lembras-te do dia em que poupaste nos cigarritos para que eu tivesse dinheiro para o meu tabaco ?… Lembras-te do dia em que tiveste de pedir a um amigo para teres dinheiro para mim ?… Lembras-te do dia, de todos os dias da tua vida em que passaste mal para que em todos os dias da minha vida eu passasse bem ?… Lembras-te ?… Sei que te lembras e sei que sabes que tenho saudades tuas… um beijo para ti, pai!…”

20/04/2011 Posted by | Diversos | 3 comentários

>Fim de semana

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15/04/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Anatomia de um beijo

>“…coloco um beijo na palma da minha mão e olho-o para o estudar, para o entender, para saber algo mais sobre ele… a sensação é apenas de toque suave dos meus lábios na palma da minha mão… nada mais retenho que o saber que senti a minha pele tocada pela minha própria boca… preciso saber mais sobre o beijo… examinar minuciosamente de forma a sentir o beijo como algo físico, palpável, real… então, aproximo-me de ti e olho-te nos olhos, nesses olhos que brilham dentro de mim como se tu não estivesses ali mas aqui, como se tu fosses parte do meu ser… toco-te com as minhas mãos nos teus ombros e dou um passo em direcção a ti… tua face serena, abre-se num sorriso… levo a minha mão aos teus cabelos e acaricio-os deslizando na seda dos mesmos… os nossos corpos encostam-se ao de leve num toque global presente sem ausência de sentidos, bem pelo contrário, com os sentidos todos em alerta… olho a tua boca entreaberta nesse sorriso que me encanta e seduz… és luz… és sol… és brilho em meu redor… humedeço meus lábios e aproximo-me lentamente da tua face… toco com eles ao de leve na pele que reluz perante o meu olhar… sinto o sal… um sabor leve a mar… os meus lábios tocam as tuas pálpebras fechadas para receber o meu beijo… sinto um suave sentir, um sorrir no olhar como se de outra boca se tratasse… retiro a minha boca e olho-te de novo… preciso saber o porquê do beijo saber a tudo o que tu és, numa dimensão de ser paz, doçura, mel e mar… vejo-te humedeceres os teus lábios e muito suavemente toco-os com os meus… mantenho a minha boca ao de leve no teu lábio superior e de seguida saboreio o teu lábio inferior… e sinto amor…sinto que preciso de sentir mais, de saber mais e melhor o porquê da paixão… é nesse momento que toco em completo a tua boca e saboreio o mel que tal sensação me transmite… as línguas tocam-se ao de leve para em seguida se fundirem num só beijo, num só toque… já não são duas bocas que se beijam pois é apenas o beijo em si mesmo que ali se encontra, se forma, se transmuta, se torna ávido e sereno ao mesmo tempo… mantemos o sentir tais sentidos, leves, lábios mordidos, línguas entrelaçadas e o sabor doce penetrar em permuta o âmago daquela sensual luta de pele com pele, de alma com alma, de corpo com corpo… e a paixão nasce daí e cresce em mim como em ti… saboreamos o momento… entramos em transe e deixamos de ser quem somos… e o beijo perdura num planar de doçura… e o beijo se torna dono de nós num galopar de sensações plenas, profundas mas de tal forma suaves e serenas que o beijo deixa de ser beijo para passar a ser desejo…”

13/04/2011 Posted by | Diversos | 3 comentários

>Amanhecer

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10/04/2011 Posted by | Diversos | 2 comentários

>Exposição

>“…queria expor a totalidade do meu ser no teu corpo… deitar-me nele e descansar… esperar a manhã seguinte sem alterar a forma de sentir… vibrar apenas com o facto de me saber em ti pousado ao de leve, de mansinho, como se lá não estivesse… delirar com os teus movimentos e sentir o meu corpo mover-se ao som dos teus… olhar-te os seios e sorrir nos teus mamilos… ver teu ventre quieto, dolente, ali à minha frente… tua sedosa pele em cheiros de jasmim ou de rosa pétala… deixar-me levar pelo teu sonho e pelo teu respirar… ondular… marear… vogar… fluir, ser e estar… e quando do sono o teu ser acordar eu olhar teus olhos matinais e neles me afogar… suster a respiração e desfalecer nos teus braços…”

06/04/2011 Posted by | Diversos | 1 Comentário

>A primeira rosa deste ano

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04/04/2011 Posted by | Diversos | 2 comentários

>Gotículas

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31/03/2011 Posted by | Diversos | 1 Comentário

>Vaso chinês

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28/03/2011 Posted by | Diversos | 1 Comentário

>Dizer

>…eu tinha qualquer coisa para te dizer, algo que já anda dentro de mim há milhares de anos e nunca tive essa oportunidade…

…há dias, quando surgiste na minha vida, um pouco alheada do próprio mundo, quando ali surgiste espelhada na minha alma, eu estive quase quase para te dizer…

…penso que me faltou a coragem e a voz se me embargou; calei dentro de mim o que deveria ter gritado; talvez tenha esquecido a forma de gritar, talvez só saiba calar… não sei… já não sei…

…mas eu tinha qualquer coisa para te dizer, algo que me possui e me rasga a mente, num acto demente do meu próprio ser de aqui estar sem saber falar, sem saber o que te dizer, sem saber gritar o que tanto tenho calado… milhares de anos de silêncio dentro de mim…

…milhares de anos de solidão da minha própria voz; milhares de anos de espera que surjas ali à esquina, em qualquer lugar, e num momento de paz eu te possa gritar todo o meu amor…

…áhh dor que dói e me corrói a alma de tanto calar esta tão louca forma de te amar… dor de aqui estar e não saber o que te dizer, de não saber traduzir esta minha forma de tão somente te sorrir…

…e sorrio-te a todo o instante, aqui, ali, em qualquer lugar ainda que distante… não me preocupa se me ouves, se escondes as palavras que tão docemente me são devolvidas porque não enviadas; doces palavras de paz, ternura, carinho, amor… em doses de candura mas eivadas de toda a minha dor…

…estão aqui mas sei que tinha qualquer coisa para te dizer; como posso gritar se a voz se me tolda em silêncios ocos e sem eco ou se com eco ecoam apenas dentro do meu vazio, um vazio que não preencho ou se preencho apenas o preencho com a minha própria alma já de si tão gasta por durante todos estes milhares anos não me teres dito: Basta!…

25/03/2011 Posted by | Diversos | 1 Comentário

>Primavera

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21/03/2011 Posted by | Diversos | 2 comentários

>Dia do pai

>“…Estás noutro local, um local para onde foste, um local de sossego, de paz, não é ?… Tenho saudades tuas, pai !… Lembras-te do dia em que nos disseste até breve ?… Lembras-te dos dias em que sempre estiveste a nosso lado, lembras-te de tudo de bom que se passou antes de ires, lembras-te de tudo de mau que se passou antes de ires ?… Recordas o dia em que eu nasci, recordas o dia em que passaste ao estatuto de pai ?… Sei perfeitamente que te recordas e que só por isso te valeu a pena viver; sei que viveste em função dos teus, daqueles que faziam parte da tua própria vida, daqueles que eram a razão da tua existência!… Sei muito bem o quanto sofreste por mim e por todos os teus; sei perfeitamente o quanto lutaste para que nada me faltasse, para que tudo estivesse sempre bem… Lembras-te do dia em que te faltou algo para que eu não sentisse essa falta ?… Lembras-te do dia em que não comeste para que eu tivesse comida ?… Lembras-te do dia em que poupaste nos cigarritos para que eu tivesse dinheiro para o meu tabaco ?… Lembras-te do dia em que tiveste de pedir a um amigo para teres dinheiro para mim ?… Lembras-te do dia, de todos os dias da tua vida em que passaste mal para que em todos os dias da minha vida eu passasse bem ?… Lembras-te ?… Sei que te lembras e sei que sabes que tenho saudades tuas… um beijo para ti, pai!…”

19/03/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Poema sem pontuação

>Possuo o teu corpo apenas à flor da minha pele

Olhando teus olhos com a posse do meu sonho

Inspirando teu aroma de suave sabor a sal

Toco-te ao de leve apenas ouvindo teu sussurro

Não sinto a textura apesar de estares tão perto

Mas minha pele devagarinho e ao de leve te recebe

E teus olhos vibram na escuridão da minha ausência

Nada te peço a não ser que não me leves a mal

Que sinto desejos de ti e do teu corpo me orgulho

Mas já não sei se sinta o que não se percebe

Se a presença de ti em mim ou a da tua aquiescência

Não sobeja o que não existe na mente demente

De um querer imenso de te ver e saber ser

Em ti presença autêntica essência deste querer

Palavras revoltas soltas debruadas a solidão

E em sentidos desejos deste tão amargo coração

Que a si mesmo se fere na espera do encontro

Para num abraço sentido que tarda em chegar

Poder saborear os aromas do teu próprio desejar

18/03/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Aguarela

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16/03/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Novas palavras

>“… quisera escrever palavras que ainda não tivessem sido ditas ou escritas porque ainda não inventadas e dedicar-tas só para ti… dizer-te palavras diferentes de todas as que já foram ditas, escritas, reditas e reescritas… poder sentir que aquelas palavras eram só para ti e que mais ninguém as houvera lido ainda nem sequer sido sonhadas porque não inventadas nem rotuladas com significados óbvios… poder sentir que o destino delas era único e que mais ninguém se pudesse apropriar delas porque seriam apenas tuas… poder sentir que nada do que pudesse até então ter sido dito havia sido repetido… seriam palavras para escrever um livro onde nele descrevesse tudo o que estivesse na minha Alma e nunca houvera dela saído para o exterior… seriam sim claro, palavras de amor… mas essas existem em todo o lado, estão espalhadas pelo espaço de todos os pontos cardeais, em todos os cantos, dirigidas em todos os sentidos, conduzindo o Amor para a sua simplicidade ainda que indolor… seriam sim claro, palavras de ternura, de carinho, de afago, de candura, de puro desejo de as sorver num só trago e mais não existissem excepto no teu coração pois para ele elas haviam sido dirigidas… queria sim escrevê-las num só fôlego, num só dizer, num só escrever, numa só direcção e saber que as havias recebido, sentido e digerido dentro do teu ser… palavras escritas para mais ninguém as ler… só tu as receberias e as sentirias porque saberias que te pertenciam… queria, pois, inventar novas palavras que exprimissem o que já sabes sem eu as escrever porque tas digo ao ouvido, porque tas entrego no corpo, porque elas se entranham em ti vindas de mim, num crescendo de Amor sem palavras ditas ou escritas de cor, apenas sentidas pelo teu existir… dessa forma, não necessito de as inventar porque elas já existem dentro de ti quando as entendes no momento em que não as pronunciando, a ti somente as entrego… fico assim sem necessidade de as escrever porque elas mais não são do que o sentir em mim a força do âmago do teu ser…”

14/03/2011 Posted by | Diversos | 1 Comentário

>Open

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12/03/2011 Posted by | Diversos | 1 Comentário

>Distância

>“…a distância do nosso amor fica na distância do nosso olhar, na
distância do nosso toque, na distância das gotas de suor dos nosso
corpos quando fazem amor… a distância do nosso amor fica na
distância do teu respirar junto ao meu peito ou no beijo que deposito nos teus lábios… a distância do nosso amor fica na ânsia de nos voltarmos a encontrar e sentirmos que amar não é só ser e estar mas também o desespero do ter de ir e não poder ficar… a distância do nosso amor fica na distância dos dedos quando se entrelaçam e os corpos se abraçam e ao som de uma doce melodia, os corpos juntos num só, levemente sobre si mesmo rodopia… a distância do nosso amor fica na distância das pequenas distâncias dos pequenos nadas a que damos tanta importância… a distância do nosso amor fica apenas a um simples passo da nossa própria distância…”

10/03/2011 Posted by | Diversos | 2 comentários

O outro blogue

…também me podem visitar em:

http://lobices-4.blogspot.com/

08/03/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Gold

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08/03/2011 Posted by | Diversos | 1 Comentário

>Dentro de mim

>“… trago-te dentro do meu peito escudada por ternos laços de afeição, de carinho e de paixão… trago-te no meu peito acolhida por todos os laços de serenidade e amor, num cabaz de tudo o que a paz nos pode tornar em seres felizes sem dor… trago-te no meu coração guardada em pétalas de azul celeste de douradas cores que ao longo dos tempos me deste… trago-te em ternuras embrulhada de coloridas sensações de tudo o que a tua presença me dá… trago-te dentro de mim ao sabor do que sinto que vive em ti e que pressinto saber-te dona do meu ser num estado de prazer, de tudo o que me é permito ter… trago-te dentro do meu coração, numa prece, ou oração, num saber que amar é o que te dou e o que recebo em troca numa deliciosa flor, seja ela qual for, mas que representa sempre e para sempre o presente de tudo o que me dás… tenho-te dentro de mim com serenidade e tudo o que representa o amor em paz…”

06/03/2011 Posted by | Diversos | 2 comentários

>Cor

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04/03/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Carta de amor

03/03/2011 Posted by | Diversos | 2 comentários

Deixem-me ser um poema

02/03/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Moldura

>“…olhavas-me de baixo e eu sentia-me como presa naquele quadro dependurado naquela parede nua… havias-me pintado, traço a traço, ruga a ruga com aquele lápis de cera preta com que fazias os teus gatafunhos… olhavas-me de baixo e eu sentia-me perdida no meio do teu olhar que não sabia ler, que não sabia entender… havias-me traçado a pele enrugada à volta dos olhos, nas faces, as próprias linhas do franzir habitual da minha testa… como me houveras pintado tão bem… ainda recordo aquela manhã em que sentada no banco da cozinha me havias pedido para posar para ti… ri-me como se pudesses fazer tal coisa… e, depois destes anos todos passados, em que regresso apenas em memória, olho-te de cima e vejo-te a olhar para mim daí de baixo, em pé nesse chão de tábuas rabugentas e bafiosas… olhas-me com um olhar parado, sem fulgor, apagado, mas olhas-me e recordas-me… só não consigo entender se me olhas por respeito se por amor… e a dúvida mantém-me presa dentro desta moldura…”

02/03/2011 Posted by | Diversos | 1 Comentário

>Azedas

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28/02/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Vontade

>“…amo desde o momento que quero amar até ao momento em que decido não amar… para amar é preciso querer amar como quem tem frio e quer calor ou como quem está cansado e quer descansar… tão simples quanto isso: é apenas um acto de exercício de um querer… não amamos por amar ou porque fomos aprender a amar como quem vai aprender uma nova disciplina; só se aprende uma nova ciência desde que se queira aprender; é preciso querer aprender; ninguém é obrigado a amar como ninguém é obrigado a não amar ou até mesmo a odiar… para amarmos é preciso que se queira amar: dizer mesmo – eu quero – e sentirmos que esse é um querer simples e sem artifícios… amar é uma entrega absoluta sem qualquer barreira, mesmo que magoe, que fira, que não seja o que pensávamos que seria… amar é uma dádiva e não um receber o que quer que seja, dando-nos para além de nós próprios mesmo que isso signifique perder alguma coisa… amar pode ser a perda de nós mesmos em prol de alguém que precise mais de mim do que eu próprio preciso e pode significar, portanto, dor, lágrima, choro, tristeza, amargura, infelicidade, desespero, quiçá até mesmo desamor… amar não é sorrir e dizer: Que bom, amo!… amar é dizer eu estou aí em ti e não em mim… amar é olhar para mim e sentir que só faço falta a ti e que me sobro a mim próprio… amar é tão simplesmente isso: querer estar naquele que precisa de mim mesmo que isso queira dizer que me perca, que deixo de ser o que sou ou o que gostaria de ser, mesmo que signifique a dor e a perda que tanto abomino e não desejo… para amar basta apenas querer amar… e a lágrima escorre pela minha face e a dor é forte mas, eu quero amar!…”

26/02/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Fálico

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24/02/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Renascimento

>“…é simples e ao mesmo tempo complicado estar deste lado; olhamos para o outro lado e não o entendemos… porque deste lado somos matéria e do outro lado somos espírito, consciência… não somos ainda capazes de nos convencermos que a nossa verdadeira identidade é eterna, a nossa verdadeira essência é etérea e não material… vivenciamos apenas aqui e agora, neste espaço-tempo que nos foi concedido, o estado bruto da materialidade e habituamo-nos desde pequeninos a sermos “donos”; queremos possuir; queremos ter; agarramo-nos ao corpo e a morte passa a ser tabú; a matéria pesa porque física e não damos, por isso, conta do espírito… é simples e ao mesmo tempo complicado estar deste lado; olhamos para o outro lado e não o entendemos… e, no entanto, é tão simples: basta aceitar que a morte é apenas um renascer!…”

22/02/2011 Posted by | Diversos | 1 Comentário

>Névoa matinal no meu quintal

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20/02/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Comigo

>“…trago comigo a seda do teu cabelo, a maciez do teu beijo, a doçura do teu toque, o brilho do teu olhar, a atenção do teu escutar… trago comigo, na minha pele, na minha alma, no meu coração, a tua essência aqui brotada em mim durante os momentos da fruição dos seres que se tomam serenos mesmo num simples abraço… é apenas um hiato de tempo este espaço que nos separa… de resto, tudo está aí como tudo está aqui… um saber de um sabor a sentidos vividos em amor…”

18/02/2011 Posted by | Diversos | 1 Comentário

>Manchas do fim de tarde

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16/02/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Dia dos Namorados

>– Como se ama?… perguntou-me ele com aquele olhar tímido
– É simples; primeiro é preciso querer amar; depois, ama-se, respondi-lhe
– Como assim?… notei-lhe incredulidade no olhar
– Só se ama quando queremos isso; nunca conseguiremos amar se não o quisermos; por muito que se teime em fazer uma dada tarefa, se não acreditarmos no que estamos a fazer e se não a quisermos fazer, a tarefa jamais termina, ou se termina, não sairá perfeita. Com o “amar” é a mesma coisa: temos que querer amar e então, sabendo que queremos “isso”, é fácil amar
– Fácil?… interrogou
– Sim, fácil porque estarás a fazer algo que queres; se não quiseres amar não o vais conseguir
– Pois… olhou para o chão e perguntou novamente: – Disseste que primeiro era preciso querer; isso quer dizer que há mais alguma condição?
– Claro, respondi-lhe com um sorriso; segundo, é preciso crer!…
– Como assim?
– Tal como disse: querer amar e crer nessa forma de amar
– Bolas!… Assim é muito dificil…
– Claro que é!… Quem te disse que amar era fácil?
…olhou para mim, sorriu e correu escadas abaixo… espreitei pela janela; no pátio, a Teresinha (a amiguinha dele) esperava-o com um brilho no olhar! …Limitei-me a sorrir!…

14/02/2011 Posted by | Diversos | 1 Comentário

>Beleza

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13/02/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Ensaio sobre a loucura

>Primeira carta:

“…acordei por volta das 3 e 15 da manhã… sim, era isso… olhei para o relógio da mesinha de cabeceira e marcava 3 e 15… é um relógio daqueles de ponteiros luminosos… Olhei para o tecto sem saber porque razão acordara, mas lembro-me que talvez tenha ouvido a porta de um carro, lá fora, a bater ao fechar-se… olhei de seguida para os buraquinhos das frinchas da persiana da janela e divisei a luz da noite… a rua tem candeeiros e vê-se essa luz ainda que difusa… Senti o corpo morno e passei a minha mão pelos meus seios acariciando os bicos do peito… Deixei a minha mão descer pela barriga até sentir o meu sexo e desejei ter-te ali comigo… a minha mão acariciou os pelos púbicos e lentamente introduzi um dedo na minha vagina… Deixei-me estar assim durante uns momentos e lembrei-me de ti… lembrei-me de todos os momentos que te tive e que a meu lado te senti… Sabes, quando me abraçavas e me sentia pequenina, dessa forma mágica que tens de me abraçar… quando me beijavas e me sentia desfalecer ao sentir a humidade dos teus lábios… sabes, não sabes?… Sei que sim… Lembras-te daquele dia em que nos encontramos pela primeira vez?… O dia em que nos olhamos e os nossos corações bateram?… Aquele dia mágico que marcou o resto dos outros nossos dias?… Acordei sem saber por razão acordava mas penso que a saudade marca o sonho e, se calhar, estaria a sonhar contigo… Lembras-te daquele dia em que estavas sentado no sofá da nossa sala e me ajoelhei a teus pés?… Lembras-te de termos feito amor na mesa da cozinha?… Lembras-te daquelas férias que tivemos na montanha e lembras-te de certeza de termos feito amor deitados naquele chão branco de neve… Lembras-te de, no fim, teres lavado o teu sexo com a fria neve que estava ao nosso lado?… Lembras-te como ele ficou pequenino por causa do frio?… Lembras-te como nos rimos às gargalhadas?… E daquele dia que fizemos amor no carro?… A meio deste um grito porque te aleijaste numa perna no travão de mão?… Sim, porque não te haverias de lembrar, se eu me lembro tão bem… e daquela outra vez na praia, escondidos numa duna, quando eu fiquei cheia de areia… Acordei às 3 e 15 e já são 3 e 40!… 25 Minutos a pensar nisto… sinto-te em mim, meu amor e não estás aqui presente… mas sinto-te… sei que sou eu que me acaricio mas é como se fosses tu… sinto como se fossem as tuas mãos, o teu corpo quente, o teu hálito a maçã que costumavas comer a toda a hora… eras doido por maçãs… nunca soube porquê… nunca considerei isso importante mas era importante para ti, não era?… Os teus beijos quentes e húmidos, num saltitar constante entre os meus mamilos e a minha boca… Como beijavas tão bem… mas sei que mesmo que beijasses mal, para mim era sempre bom, doce, quente, por vezes abrasador… como eu costumava dizer que acendias em mim o fogo da lareira sempre acesa… eu sei que fui sempre “louca” por ti mas tu sempre gostaste de mim assim… eu sei que sim… eu sentia que tu gostavas de mim assim… tu também eras louco, sabias?… Sim, a tua loucura me incendiava e quando nos rebolávamos na cama parecia que tudo se partia e a cama chiava… como nós nos riamos disso… coisas giras e loucas, não eram?… Meu bem, como me lembro de ti assim?… Porque acordei eu a pensar em ti?… Porque é que ainda penso em ti ou porque é que estou sempre a pensar em ti?… Sabes que não há um único momento da minha vida que não pense em ti?… Eu sei, eu sei que dizem que estou louca… mas eles não sabem que já não estou louca, já estive, sim já estive louca por ti… agora já não estou… estou feliz, triste mas feliz e tu sabes porquê, não sabes?… Sabes, eu sei que sabes… Já são 4 da manhã… Acho que vou dormir um pouco… Penso que vou sonhar contigo e depois… depois voltar a acordar para pensar mais uma vez nos nossos dias felizes, nos dias que passamos juntos, naqueles dias em que a loucura era permitida e nada mais interessava… até ao dia em que te foste… Nunca soube porquê, porque me deixaste, porque não me quiseste mais… porquê, meu amor?… O sono está a regressar… sabes, deram-me mais uma injecção e vou ter de dormir, sim?… Eu vou dormir mais um pouco, meu amor… mais um pouco… mais um pouco… como ainda te amo… sim, serei sempre a tua Maria, meu amor… tua para sempre… para sempre…”

a tua Maria

Segunda carta:

“…continuo a acordar todas as noites… não há forma de o evitar… a tua ausência incendeia-me os sentidos… a tua falta provoca-me esta ânsia de te sentir presente… sofro neste sofrimento sofrido de dor e solidão… já não sei quem sou… também não interessa… lembras-te da última carta que te escrevi… sim, daquela em que acordei às 3 e 15 da manhã?… Essa…sim, quando senti a tua falta e me acariciei como se fosses tu que o estivesses a fazer… oh meu amor, como sinto a tua falta!… Não, não sei que horas são… até o relógio me tiraram deste sepulcro… olho pelas frinchas da janela e vejo luar… não sei a quantos estamos… mas isso tem importância?… Que valor terá o dia em que me encontro se não te encontro num só momento?… Desespero neste tormento de sentir a tua falta e não te sentir a presença… Como poderia sentir se tudo o que sinto é dor?… Todos os nossos momentos me passam pela memória e esta lembrança chora, chora como se fosse ela a minha própria alma e eu não existisse… Aqui onde estou não me lembro do que sou, só me lembro de ti e de todos os momentos em que estive contigo e contigo vivi… Sim, agora não vivo, apenas recordo… Dizem que recordar é viver… oh meu amor como pode ser viver se cada vez que me lembro, sinto que estou a morrer… as tuas mãos estão aqui no meu peito apertando-me os seios como tu tanto gostavas de fazer… a tua boca na minha boca e a humidade da tua língua na minha língua… o doce beijo nos meus mamilos e como as tuas mãos me penetravam com doçura e força ao mesmo tempo… oh meu bem, como te amo tanto… como te quero tanto… oh meu bem que lágrimas tão amargas estas que broto a todo o momento… olha, devem ser 4 da manhã… vem aí a enfermeira com a injecção do costume… continuam a dizer que esta minha loucura não tem cura… eu sei que não tem, como poderia ter?… Como me posso curar da tua ausência?… Como posso viver nesta minha morte?… Não sei meu amor, não sei… A enfermeira me aconchegou os cobertores… sabes, está frio e sinto frio dentro de mim… já não consigo falar… apenas olho no vazio… neste vazio que me preenche… Mas não preciso de mais nada, basta-me a lembrança dos momentos que vivemos… basta-me esta dor que vive comigo… bastam-me estas lágrimas… o meu pão de cada dia… o meu alimento neste vazio… sinto os olhos pesados… sei que vou dormir mais um pouco mas estou feliz pois vou dormir contigo nos meus braços, nestes braços que não te sentindo te lembram, te tocam, te apertam contra mim… lembras-te de quando adormecíamos assim?… Como era bom acordar a meio da noite com os braços dormentes e sentir o calor do teu corpo abrasar este meu ser que de tanto te querer te perdeu… oh meu amor, como te amo… como sinto a tua ausência… vou dormir… até mais logo… lembra-te de mim como me lembro de ti… um resto de noite feliz, meu amor…”

a tua Maria

Última carta:

“…já é habitual acordar a meio da noite… é sempre naqueles intervalos entre o efeito das drogas que me dão… aproveitei sempre esses momentos para te escrever, meu amor… porém, estou convencida que esta será a minha última carta e, sinceramente, não sei o que te quero dizer… meu amado, meu bem, meu doce, meu tudo, meu ser, minha alma, minha única razão de existir: não sei sequer se irás ler estas minhas palavras… como é hábito e tu sabes, devem ser 4 da manhã… está na hora de mais uma dose e a enfermeira deve estar a chegar… restam-me poucos minutos e estas serão as últimas que vou poder te escrever… as outras cartas que te enviei, onde recordava tudo o que de belo e bom tivemos durante os tempos em que estivemos juntos, também não sei se foram parar às tuas doces mãos, (tão doces de todas as carícias que me levaram ao êxtase e ao delírio, tão suaves que eram, meu amor, tão doces que as sentia em mim como se minhas fossem, como se me pertencessem desde sempre)… não sei se te disseram como estou, não sei se sabes no que me tornei… mas, há cerca de meia dúzia de dias (como se contam os dias aqui?… não me perguntes porque não te sei responder…) ouvi-os dizer que já não havia nada a fazer e que a única forma era o isolamento total e final… vão, pois, privar-me da única coisa que tinha vinda do exterior… a luz da lua nas noites frias porque sem ti e da luz do sol gelado porque não a teu lado… tiram-me também o bater das gotas da chuva que me faziam contar os segundos em que olhava o tecto e recordava tudo o que fomos… vão, portanto, enviar-me para longe de mim mesma, encharcar-me de drogas e mais drogas para que eu não possa reagir e gritar como tenho gritado estes últimos anos… gritado por ti, meu amor, gritado pela tua ausência, pelo amor que tivemos, por tudo de bom que passámos, por tudo o que está gravado na minha alma, na minha pele, no meu ser, na minha totalidade… como dizer-lhes que não estou louca, como dizer-lhes que o que sou é apenas o resultado do que fomos… como dizer-lhes que nada tenho porque apenas e só tu me faltas e que nada mais desejo que não seja o que um dia fomos… queria, antes de ir, antes (eu sei) de morrer de falta de ti, olhar-te apenas mais uma vez; fixar teus olhos e sorrir no teu sorriso… tocar teus lábios e tornar-me num beijo… sentir tuas mãos nos meus seios e ser eu mesma esse toque… sentir teu sexo me penetrar e ser eu mesma a penetração… meu amor, apenas uma última vez e eu ficaria curada… mas tenho consciência (sabes aquela consciência que nos resta no intervalo curto entre as injecções) de que tal não vai acontecer e sei que o meu túmulo estará naquelas 4 paredes sem grades porque sem janelas; já tinha ouvido falar delas quando cá entrei… ouço passos; deve ser a enfermeira do turno da noite… deve ser a próxima toma de mais um calmante… o habitual, a norma, o gesto, o ritual, a morte em ensaio… sei que já não vou ter mais tempo… o tempo terminou… vou levar comigo todas as recordações que me restam porque nada mais tenho nem nada mais quero: quero apenas que não me tirem a recordação do som do teu riso, o sabor do teu toque, o brilho do teu olhar… isso eles não me conseguem tirar… é isso o que vou levar comigo… quando partir para sempre deste corpo físico que já nada sente, irás dentro da minha alma e serei sempre feliz para onde quer que eu vá, tu estarás lá… eu sei, meu amor, eu sei… me despeço para todo o sempre… deixo-te a minha paz, a paz que obtive na loucura do nosso amor, a paz que me toca ao de leve enquanto sonho contigo… nada mais resta… perdoa-me por te ter amado tanto… perdoa-me por não conseguir deixar de te amar… perdoa-me por te levar comigo no meu coração… adeus, meu amor…”

a tua Maria

LOBICES

12/02/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Adormecendo

>“… deixa enroscar-me nos teus braços… coloca tua mão na minha cabeça e enrola os teus dedos nos meus raros cabelos… baixa um pouco a tua fronte e beija a minha boca… deixa enroscar-me no teu colo… sentir a tua maciez e ver de baixo para cima o teu sorriso… ver-te junto a mim e saber-te ali comigo… de tal forma que quando olhas eu sou o teu olhar… de tal forma que quando sorris eu sou os teus lábios… de tal forma que quando me afagas eu sou a tua mão… de tal forma que quando me tocas eu sou o teu corpo… de tal forma que quando me olhas eu sou o teu olhar… deixa pousar o meu cansaço na tua serenidade e sentir a tua paz na minha guerra… baixar as armas e sentir a trégua na tenda que se ergue no deserto da batalha… humedecer as mãos na brisa da água que corre no ribeiro que nos circunda… lavar a cara na frescura do vento que nos embala… sentir que nem tudo é real mas que o sonho nos preenche… sentir que, por vezes, só o desejo chega, só o querer basta, só o pensar nos satisfaz… deixa-me ser não só a realidade mas também o que não somos… deixa-me olhar para dentro de ti e ver-me inteiro… deixa-me tocar-te com o sonho e saber-me parte dele como sei que ele é uma parte do meu eu verdadeiro…”

10/02/2011 Posted by | Diversos | 1 Comentário

>Dentro de mim

>“… trago-te dentro do meu peito escudada por ternos laços de afeição, de carinho e de paixão… trago-te no meu peito acolhida por todos os laços de serenidade e amor, num cabaz de tudo o que a paz nos pode tornar em seres felizes sem dor… trago-te no meu coração guardada em pétalas de azul celeste de douradas cores que ao longo dos tempos me deste… trago-te em ternuras embrulhada de coloridas sensações de tudo o que a tua presença me dá… trago-te dentro de mim ao sabor do que sinto que vive em ti e que pressinto saber-te dona do meu ser num estado de prazer, de tudo o que me é permito ter… trago-te dentro do meu coração, numa prece, ou oração, num saber que amar é o que te dou e o que recebo em troca numa deliciosa flor, seja ela qual for, mas que representa sempre e para sempre o presente de tudo o que me dás… tenho-te dentro de mim com serenidade e tudo o que representa o amor em paz…”
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08/02/2011 Posted by | Diversos | 1 Comentário

>Como um adorno de porcelana

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06/02/2011 Posted by | Diversos | 1 Comentário

>Dizer

>…eu tinha qualquer coisa para te dizer, algo que já anda dentro de mim há milhares de anos e nunca tive essa oportunidade…

…há dias, quando surgiste na minha vida, um pouco alheada do próprio mundo, quando ali surgiste espelhada na minha alma, eu estive quase quase para te dizer…

…penso que me faltou a coragem e a voz se me embargou; calei dentro de mim o que deveria ter gritado; talvez tenha esquecido a forma de gritar, talvez só saiba calar… não sei… já não sei…

…mas eu tinha qualquer coisa para te dizer, algo que me possui e me rasga a mente, num acto demente do meu próprio ser de aqui estar sem saber falar, sem saber o que te dizer, sem saber gritar o que tanto tenho calado… milhares de anos de silêncio dentro de mim…

…milhares de anos de solidão da minha própria voz; milhares de anos de espera que surjas ali à esquina, em qualquer lugar, e num momento de paz eu te possa gritar todo o meu amor…

…áhh dor que dói e me corrói a alma de tanto calar esta tão louca forma de te amar… dor de aqui estar e não saber o que te dizer, de não saber traduzir esta minha forma de tão somente te sorrir…

…e sorrio-te a todo o instante, aqui, ali, em qualquer lugar ainda que distante… não me preocupa se me ouves, se escondes as palavras que tão docemente me são devolvidas porque não enviadas; doces palavras de paz, ternura, carinho, amor… em doses de candura mas eivadas de toda a minha dor…

…estão aqui mas sei que tinha qualquer coisa para te dizer; como posso gritar se a voz se me tolda em silêncios ocos e sem eco ou se com eco ecoam apenas dentro do meu vazio, um vazio que não preencho ou se preencho apenas o preencho com a minha própria alma já de si tão gasta por durante todos estes milhares anos não me teres dito: Basta!…

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05/02/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Igreja de Alcochete

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04/02/2011 Posted by | Diversos | 1 Comentário

>Busca

>“… procuro em todos os poros do meu corpo a tua presença… vasculho a penugem que me cobre na busca de um traço teu, de uma marca deixada na selva do meu corpo… uso a mente na concentração do pensamento de todos os momentos vividos para os reencontrar em mim… uso a imaginação e penetro nas minhas artérias, nos meus músculos, nos meus tendões; tento ver as marcas que a tua estadia em mim deixou… minuciosamente, uso todos os meus sentidos: olho-me completo, milímetro a milímetro, cheiro-me, saboreio a minha pele e ouço o bater do meu coração, toco-me, acaricio-me… e vejo-te em mim, e sinto o teu cheiro a pétalas… o meu palato sente o sabor doce dos teus lábios, do teu beijo, do teu sal… ouço o sussuro das tuas palavras nos meus ouvidos e abandono-me aos teus devaneios… são pequenos nadas do meu dia a dia na procura de ti sempre presente em mim… são pequenos nadas da minha vivência enquanto tento olvidar os pequenos nadas da nossa ausência… olho-me sempre e vejo-te… e a tua presença é constante mesmo quando não estou a teu lado, mesmo quando não somos um só e nos fundimos de tal forma que tudo o que és fica indelevelmente gravado em mim…”

01/02/2011 Posted by | Diversos | 1 Comentário

>Sol

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30/01/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Fiel companheiro

>“… chamava-se Ben-Hur… não tinha raça certa e era preto… hoje o meu Black faz-me lembrar um pouco esse meu primeiro cão… eu tinha na altura os meus 5 anos e me lembro muito bem dele… tinha a sua casota ao fundo do quintal junto aos galinheiros e ao pombal… (já naquele tempo o meu pai era columbófilo e de muito cedo a minha paixão pelos pombos se revelou que mais tarde, vim também a interessar-me pela modalidade)… servia de guarda mas de dia andava solto pelo quintal… já contei no meu antigo blogue algumas histórias do meu actual Black mas sobre este meu primeiro companheiro ainda não havia escrito algo sobre ele… quando os meus pais saíam de casa e eu tinha de ficar, ele o Ben Hur ficava comigo dentro de casa… então, inocentemente, brincava com ele e recordo que o seu corpo era maior que o meu… recordo que um dia a brincadeira me cansou e eu adormeci deitado no chão do corredor… ao meu lado o Ben Hur tinha-se deitado com a pata debaixo do meu pescoço e naquela posição ficara até os meus pais chegarem… acordei com o rosnar do bicho… meus pais queriam pegar em mim mas o cão não o permitia… talvez dentro dele se travasse uma batalha: a quem obedecer?… Ao dono, meu pai, ou defender a posição do seu fiel companheiro que era eu?… Recordo de me ter levantado e ao mesmo tempo ele se levantou também e se sacudiu, como é costume deles quando saiem da água, como para desentorpecer os músculos que deveriam estar exaustos da posição ora assumida… não tenho uma recordação muito fiel do olhar dele mas lembro-me do meu, dez anos depois quando ele morreu após prolongada doença e já cego não deixou de olhar para onde eu estava a ver os seus últimos momentos… não me via mas sentia-me… quando tombou o focinho preto no cimento do chão, os meus olhos não contiveram as lágrimas… e, sinceramente, não sei porque me lembrei hoje dele, aqui e agora… talvez porque o latido lá fora do meu actual Black me tenha feito recuar 50 anos no tempo e lembrar-me do meu primeiro cão…”
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28/01/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Único

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26/01/2011 Posted by | Diversos | 1 Comentário

>Poetas

>“…quis ser um poeta que tivesse asas… e poesia em cada voo… quis ser um poeta cujas palavras vos enchesse a casa… e que vos reencontrasse em cada dor… quis ser um poeta que fosse fogo e água e sol e terra… e que com todos esses elementos criasse um novo ser… mas há poetas que são simplesmente poetas… há poetas que ainda nem sabem que o são… há poetas… imensos… tentei um dia ser um desses poetas… e sei hoje que um poeta nunca morre… faz-se em vida mesmo na morte, soltam as asas e levam-vos o vento… protegem-vos e fazem-se ao caminho convosco… peregrinam em vós… que com ele caminhais… bebeis o sorriso dos poetas… vedes pelos seus olhos, e por detrás desses olhos, uma alma que brilha e ilumina cada recanto escuro da vossa própria alma… e é em dias de negro e frio que mais precisais dos poetas… porque eles são fonte, força e semente… um poeta nunca mente… ele, o poeta, é a vossa armadura, a vossa madrugada e o fim de tarde… a vossa lua nova ou lua cheia… são perenes todos os poetas… nascem e renascem… mesmo sem nunca morrerem… nada destrói um poeta, nem a voz nem o sentir… quis ser um desses poetas que tivesse asas e poesia em cada voo… podemos ser usados, abusados, até como lixo abandonados, enegrecidos e deturpados… simplesmente somos quem somos … podemos ser retalhados, citados e aviltados… podemos ser usados como arma de arremesso… podemos ser teorizados e complicados… podemos ser mistificados e cristalizados… podemos até servir de pasto em chamas inquisitoriais… não somos orações, nem homilias nem credos… e não nos deixamos cair… não somos ameaça do fim do mundo… não somos propriedade de ninguém… não somos espada nem guilhotina… não cabemos na pena nem no ódio de quem de nós se apropria… somos apenas poetas… somos simplesmente imensos… não cabemos em nenhuma semana nem em qualquer dia… somos de todos os tempos… não nos deixamos aprisionar por nenhuma alma negra… somos apenas asas… não somos anjos… somos apenas amor e amamos… e se agora sei, como tão bem sei, que as palavras vos podem fazem voar, que às vezes vos levam para lá do mar, em asas de vento, de dor e de amor… sei também, como sabem todos, que não há palavras nem versos, nem poesias que cheguem para transformar um poeta num anjo…”

24/01/2011 Posted by | Diversos | 1 Comentário

>Dia de votar

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23/01/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Dia de reflexão

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22/01/2011 Posted by | Diversos | 1 Comentário

>Veludo

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21/01/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Despedida

>“…Pedaços que desconheço de pedaços perdidos de mim… desde o dia em que parti sem de ti me despedir… não olhei para trás porque pensei voltar a ver-te… mas jamais te vi… e nesse olhar que não olhei sei que fixei o teu olhar a olhar para mim, vendo-me sair… e esse olhar teu que eu não vi, jamais o irei esquecer…”

20/01/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Seda

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19/01/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Sonho

>“… deixa enroscar-me nos teus braços… coloca tua mão na minha cabeça e enrola os teus dedos nos meus raros cabelos… baixa um pouco a tua fronte e beija a minha boca… deixa enroscar-me no teu colo… sentir a tua maciez e ver de baixo para cim…a o teu sorriso… ver-te junto a mim e saber-te ali comigo… de tal forma que quando olhas eu sou o teu olhar… de tal forma que quando sorris eu sou os teus lábios… de tal forma que quando me afagas eu sou a tua mão… de tal forma que quando me tocas eu sou o teu corpo… de tal forma que quando me olhas eu sou o teu olhar… deixa pousar o meu cansaço na tua serenidade e sentir a tua paz na minha guerra… baixar as armas e sentir a trégua na tenda que se ergue no deserto da batalha… humedecer as mãos na brisa da água que corre no ribeiro que nos circunda… lavar a cara na frescura do vento que nos embala… sentir que nem tudo é real mas que o sonho nos preenche… sentir que, por vezes, só o desejo chega, só o querer basta, só o pensar nos satisfaz… deixa-me ser não só a realidade mas também o que não somos… deixa-me olhar para dentro de ti e ver-me inteiro… deixa-me tocar-te com o sonho e saber-me parte dele como sei que ele é uma parte do meu eu verdadeiro…”

18/01/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Leveza

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17/01/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Poema

>“…deixem-me ser um poema!… deixem-me ser todo eu um livro… queria ser todo eu algo escrito, algo para dizer ou ser dito!… queria ser todo eu um poema para num livro à tua cabeceira pousar, sentir-me ser lido e nas tuas mãos versejar… deixem-me ser um poema!… se o livro que desejo ser, em livro um dia se tornar, que seja o livro do livro lido por todos os que precisam de amar… sou assim, o poema desta manhã, as palavras desta tarde e os sons desta noite… sou a manhã deste poema e a tarde destas mesmas palavras, a noite dos sons do fogo que arde… sinto assim a sua fragrância, numa ânsia de palavra dita ou mesmo de palavra escrita… sinto o odor do poema versejado, ouvido, relido, mirado, querido ou até mesmo odiado… sinto o cheiro da palavra que escrevo ou da palavra que leio… sinto o poema dentro de mim com a manhã a nascer em ti ouvindo a tarde adormecer na noite do teu sonho de prazer… sinto-me poema… sinto-me verso… sinto-me palavra… sinto-me viver… deixa-me ouvir… deixa-me ler, porque não quero sentir a dureza do insulto que o silêncio em mim provoca… não quero ouvir os gritos lancinantes dum silêncio que tanto me choca… quero ouvir as palavras ditas… quero ler as palavras escritas… quero ouvir os sons que elas me trazem… quero ler as tonalidades que elas fazem… quero sentir o impacto do dito… quero sentir o embate do grito… não quero ler a palavra não escrita… não quero ouvir o silêncio do livro vazio… não quero escutar o silêncio do dito não dito… quero sentir a pureza da voz que a palavra escrita me traz… quero sentir o estrondo do grito que a palavra dita me faz… quero sentir que és… quero sentir que estás… quero sentir as palavras e quero os livros com elas gravadas!… deixem-me ser um poema!… escrevo assim o poema desta manhã com as palavras da tua tarde e os sons da nossa noite e, se a noite chegar, sem que a manhã tenha surgido, não tenhas receio, não tenhas medo, porque mesmo assim eu te leio…”

16/01/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Beleza

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15/01/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Estender as mãos

>“… estendo as mãos ao futuro na ânsia de o alcançar… revejo-me nele como se fosse hoje o que estou a viver… mas depressa caio em mim e sei que estou a sonhar… nada mais que um breve sorriso e um beijo nuns lábios sedosos, como mel que ainda escorre na minha pele… um doce desejo de voltar a sentir esse doce desejo de abraçar-te num voltear de dança parada na imagem do momento ali focada… num sentir que nada se sente para além do amor que existe mesmo e não nos mente… lateja nas nossas faces de rosadas que se tornam da loucura que nos invade e das mãos que se movem na procura… cabeças que se tocam e se enlaçam em cabelos revoltos misturados com os dedos que os afagam… e os braços remetidos à sua função de prender ali, naquele momento, a eternidade do abraço… e os olhos se olham, se miram e sorriem enquanto os lábios se molham no mel de um beijo prolongado, húmido, molhado, doce doçura de tanta candura e desejo… e a boca de vez em quando entreaberta para pronunciar a palavra certa, a palavra aguardada, descoberta, límpida de tudo e do nada pela simplicidade da verdade que existe quando se pronuncia o quanto se ama, o quanto nos preenche e nos invade a Alma…”

14/01/2011 Posted by | Diversos | 1 Comentário

>Ensaio sobre a solidão

>“…depressa me canso de mim… olho à minha volta e só vejo recordações… uma terna claridade invade o meu quarto e me rodeia de mansinho… já reparei várias vezes: vem sempre acompanhada do silêncio!… nunca soube o porquê de tal evento… é uma luz difusa, lenta, como que surgindo a medo e com ela, um opaco silêncio… algo que nada traz a não ser paz… mas trazê-la já é bom… e é nesses momentos que me sinto só… e sabem porquê?… porque não tenho com quem partilhar esse momento!… algo que sempre desejei fazer um dia na minha vida: partilhar a minha solidão… dizer a alguém: “…Vês?… Estás a ouvir?… A minha solidão está aqui, é isto que vive aqui comigo… Entendes?…”… mas nunca consegui e nunca o consegui porque nos momentos em que a solidão me visita eu nunca estou acompanhado… engano, estar acompanhado estou mas apenas de mim mesmo e dessa luz e desse silêncio… já somos três… estendo-me então no leito dessa luz e deixo-me levar pelo barulho do silêncio que me invade… nunca é tarde para experimentar novas sensações, só que esta é já demasiadamente minha conhecida e então apenas nos olhamos e nos aceitamos mutuamente… nada mais fazemos senão partilhar aquele momento, uma partilha a três numa solidão solitária de um só… estendido nela e com o silêncio deitado a meu lado, olhamos o tecto que lentamente se separa de nós em tons de cinzentos cada vez mais escuros… passo os braços pelo silêncio e aperto-o de encontro ao meu peito… sinto o seu respirar lento e compassado… é um som simpático, eu sei, mas ao mesmo tempo ousado na medida em que invade o som do bater do meu coração… e o silêncio deixa de ser silêncio para ser um baque surdo ritmado aqui, ao meu lado, deitado… no entanto, continuo abraçado a ele e ele sente-se bem porque acarinhado… é um abraço puro mas forte… ingénuo mas apaixonado… é apenas um abraço de silêncio compartilhado num leito de claridade a escurecer em lentos tons que tem o anoitecer… porém, já quando o tecto se separa de nós e nos abandona entregues que ficámos à luz das trevas que entretanto nos envolvem, o silêncio se aperta contra mim e me possui… penetra-me fundo e a respiração torna-se ofegante, sufocante… o que até então era um prazer compartilhado passa a ser dor e algo que corrompe… penetra-me cada vez mais fundo e a dor aumenta… o bater e o som do meu coração ultrapassa o silêncio que entretanto se esvai num orgasmo de sons delirantes de espasmos gigantes que se avolumam dentro de mim… o tecto já não existe, a obscuridade ainda persiste com mais intensidade… é um estar sem vida, sem morte e sem idade… apenas habita em mim numa eterna cumplicidade… respiro o espaço que me rodeia… e a escuridão cai sobre tudo e me envolve como uma teia… já tenho mais uma companhia… o doce sono vem de mansinho amparar meu corpo e cobre-o com carinho… adormeço lento, extenuado de tanta amargura, numa vã procura do próximo amanhecer que de novo me vai trazer o fim de tarde, neste terno ciclo de amor e ódio em que espero pela eternidade…”

14/01/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Ponte da Arrábida

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13/01/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Onde me escondo

>“…na incerteza de um amor naufragado… nas mansas águas do teu rio revolto… em densas brumas de vontades … ousei olhar a minha alma como dona da minha certeza… na efémera busca da eterna beleza… no olhar terno de teus lábios… ou no beijar ardente de teus olhos… deleitado na ânsia da posse… emparedei-me dentro do meu próprio ser… ousei usá-lo como armadura contra o meu medo… contra o medo desmedido de te perder… mas imbuído de todas as forças… descobri-me perto do teu corpo… e me lancei completo e sem cansaço… nos teus braços abertos ao abraço… que tanto busco como o meu único porto…”

12/01/2011 Posted by | Diversos | 2 comentários

>Solidão

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11/01/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Prolongar

>“… e o amor não se esgota nos momentos em que os amantes se encontram… o amor perdura para além deles, dos momentos e dos próprios amantes… o amor fica em cada um como uma marca no tempo que vai para lá do tempo em que foi… o amor vai com cada um e reaje ao menor sinal de memória… reactiva-se a si próprio quando já lá não está, naquele momento em que se ama… eleva-se para além da sua meta e tenta chegar ao momento seguinte, momento esse que não se sabe se vai existir mas que se deseja e do qual se sabe apenas que será um novo momento… o amor não se esgota no momento em que os corpos se esgotam e descansam… o amor vai além desse esvair porque se não for nunca será amor… o amor não se esgota no peito de cada um porque continua na memória de ambos… o amor é isso, é saber que não foi só e apenas aquele momento… o amor prolonga-se a si próprio para além de si mesmo e daqueles que o vivem… o amor está para lá do próprio amor…”

10/01/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>My Winter rose

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09/01/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Adormecendo

> “… deixa enroscar-me nos teus braços… coloca tua mão na minha cabeça e enrola os teus dedos nos meus raros cabelos… baixa um pouco a tua fronte e beija a minha boca… deixa enroscar-me no teu colo… sentir a tua maciez e ver de baixo para cima o teu sorriso… ver-te junto a mim e saber-te ali comigo… de tal forma que quando olhas eu sou o teu olhar… de tal forma que quando sorris eu sou os teus lábios… de tal forma que quando me afagas eu sou a tua mão… de tal forma que quando me tocas eu sou o teu corpo… de tal forma que quando me olhas eu sou o teu olhar… deixa pousar o meu cansaço na tua serenidade e sentir a tua paz na minha guerra… baixar as armas e sentir a trégua na tenda que se ergue no deserto da batalha… humedecer as mãos na brisa da água que corre no ribeiro que nos circunda… lavar a cara na frescura do vento que nos embala… sentir que nem tudo é real mas que o sonho nos preenche… sentir que, por vezes, só o desejo chega, só o querer basta, só o pensar nos satisfaz… deixa-me ser não só a realidade mas também o que não somos… deixa-me olhar para dentro de ti e ver-me inteiro… deixa-me tocar-te com o sonho e saber-me parte dele como sei que ele é uma parte do meu eu verdadeiro…”

08/01/2011 Posted by | Diversos | 1 Comentário

>Viagem de uma bola de golfe

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07/01/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Singelo

> “… não, não te movas… deixa-te estar tal como estás… aí, serena, em paz… deixa-me olhar-te mais uma vez para além das muitas vezes que te olho, que te toco ou que te sinto… deixa-me ver a tua face, os teus olhos, o teu brilho ou até mesmo a tua alma… deixa-te estar assim, serena, calma… deixa-me olhar-te sempre, tal como te olhei ontem, deixa que te olhe hoje e amanhã… quero tudo já, mesmo que demore a eternidade nada me faz mais feliz do que esta tão suave felicidade… o prazer de te ver, de te ouvir, de te sentir, de te saborear… o prazer de te amar… o prazer de te saber aí ou aqui mas dentro de mim, sempre, perene, nunca ausente… é um estádio puro de loucura sã a que vivi ontem a que vivo hoje a que viverei amanhã… é um saber com sabor num saborear a mar… o mar do verbo amar num deixar fluir o teu ser e o meu estar… e o beijo flutua no ar e pousa de mansinho no teu regaço, singelo gesto do mais desejado abraço…”

06/01/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Vertigem

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05/01/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Amante

>Basta ficar em pé, deitada,
Desperta, adormecida, de qualquer jeito,
Para recebe-lo.
Ele chega de qualquer parte, do horizonte,
Da noite, da semente das estrelas.
Vestido de vento,
Suas brisas esvoaçam…
Dos lábios emanam chamas perfumadas
E me beija na testa e me marca
Com gravação de candura
Se está na Grécia, ao redor de Safo,
Ao ouvir meu chamado, dali ausenta-se
Suas mãos desabam sobre o meu corpo
Orquídea de carícias em espiral.
E me afaga por dentro.
Alcança cada princípio da raiz dos meus cabelos,
Desliza até a guia dos meus pelos,
Imanta-me e o sangue arrepiado vai e vem.
Tudo gira mas o tino não se desvia.
Nada se obstrui.
A fronte desvela sua aurora.
Ele está na órbita da minha cabeça,
Sua sombra pousa luz nos meus ouvidos,
No nariz, nos olhos; amadurece minhas faces;
Passa pelos dentes esmaltando o sorriso;
Esquenta a língua;
Fere o diapasão da voz;
Faz esticar a pele dos tambores;
Até o limite da atmosfera, confere a afinação dos pássaros;
A acústica das águas;
Repassa o som das conchas;
O silêncio das folhas orvalhadas,
As notas baixas do altivo bambu;
O soprano da haste do capim;
Os sons da chuva caindo por sobre a madeira verde.
Influi na intensidade das vagas na minha aura,
Na rebentação das praias,
Nas pororocas, na piracema;
No tempo propício ao acasalamento dos insetos;
E no cio das gatas no telhado,
Das cadelas cortejadas por matilha rabugenta;
Ajuda na distribuição do pólen para a fecundação das flores;
Despeja seu hálito na masturbação das virgens
E gradua a paixão das noviças, futuras esposas de Cristo.
Suave envolvimento ele permite ocorrer em minha nuca,
Por trás dos lóbulos das orelhas
Massageia meus tímpanos com seus beijos;
Suas aragens incendiadas roçam meu queixo;
Esticam-se até os lábios e esquece ali um beijo;
E desaba pesando como espuma,
Demolindo átomo por átomo…os ombros;
O torso; ateia fogo nos elétrons dos meus mamilos;
Golpeia as costas com a marreta de suas pétalas;
Jasmins, lírios, cravos, rosas e musgos rebentam pelos flancos.
Anticólica desenfernizo a barriga;
Põe lenha na cadeira do meu plexo solar;
Meu coração arfa, contrações da rede pulmonar;
Implosão nas costelas;
A espinha de cobra da coluna vertebral reveste-se de peçonha;
Insinuo sob a pele o rastro de um silvo;
Arremesso a bifurcação da língua como tênue fita de linfa;
Apoia a cabeça da esfinge na maciez pinicante da púbis
Quais cisnes enamorados, entrelaçam-se tesão e pênis
Dentro, cascata e vulcão, iceberg e vapor;
Humores do pântano, galvanização do prepúcio;
Por trás da aurora, súbito mal de parkinson
Concentra-se em minha nádega;
Glândulas fora dos eixos, planetas desalinhados,
Estou completamente a espera;
Adjetivos nas coxas, conectivos dispersos pela vulva;
Uma aliteração apressa o desabrochar do clitóris.
Encavala-se nos meus ombros;
E mexe, e suspira e mexe;
A fenda quente, punhal em mim…
Abre-se mais descendo pelas costas;
Num impulso deixo-me penetrar.
Desde minha coroa;
Como regresso ao útero.
A membrana circular avança pela testa;
Toldo os olhos, cedo um pouco devido ao plano
Inclinado do nariz;
Retorno da onda para ganhar impulso;
O avanço atinge a manhã envolvendo o pescoço.
A partir desse ponto serpente engolindo a presa;
O ato é mais doloroso, inspiração em histeria;
Dificuldade para se encaixar nas omoplatas;
E de graça me rendo pela santa experiência;
Porque já me reveste como casca e luz;
Fonte profunda, termas de súlfur, gás, pureza:
Adianta-se casulo retardando a borboleta.
Já está quase no umbigo.
Mastigação impossível da ausência de gengivas;
Só tecido e húmus;
Ruminação vagarosa da flor carnívora;
Efervescência da pélvis;
E o silêncio amplifica um concerto;
Engole a parte glútea.
Tritura as coxas; desloca as rótulas;
Eteriza fêmur e raízes venais, poros;
Macera canelas, amacia calos e calcanhares…
Para vencer o limite dos pés;
Inteiro me comprime e me espreme;
E jardins escapam pelo hiato das respirações;
O sol enlouquece desejando enforcar a noite;
Ele mexe o tempo, embaralha as estrelas;
Realizamo-nos selo mútuo;
Jamais me libertarei, e ele, por sua vez;
Está fadado a me possuir até que eu morra;
Quando enfim este meu amante me fará imortal;
A que ora engendro e adoro, servo fiel
De quem também sou cativa, senhora sua;
Com quem eu gozo e depois me abraço
Até brotarem glebas de fungos e lodo entre nós;
A luz envelhecida pousa em cada conjunção;
Abandonando a sombra de diamante em cada imagem;
E contas de cristal nos termos de comparação;
Este homem que para falar seu nome;
Preciso perfumar a boca e lustrar as botas da garganta;
Este homem para quem me guardo…
Este homem para quem me entrego…
Este homem, por quem sempre esperei….
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(from: M. V. Virgino)

04/01/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Botão

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03/01/2011 Posted by | Diversos | 1 Comentário

>Sermos

>“…nem sempre as acções completam as palavras ou vice-versa… por vezes, ficam-se por si mesmas e são suficientes… outras vezes, não… por vezes, pensamos ter dito tudo o que havia para dizer mas depois agimos de outra forma e lembramo-nos que ficou algo por fazer ou até mesmo somente por dizer… e, nessas alturas, perguntamos a nós mesmos onde falhámos ou por que razão falhámos e surge a culpa, o sentimento de culpa por termos falhado, por não termos dito ou por não termos estado… acontece na vida, a todo o momento, sem darmos por isso… atarefados que estamos com nós mesmos, esquecemo-nos que podemos, sem querer, ferir os outros… então, ferimos os outros não por voluntariedade mas sim por leviandade… e, muitas vezes, quase sempre, bastava estarmos atentos… esquecemo-nos de olhar, de ouvir, de sentir e só nos preocupamos com o nosso ser e estar… é preciso, pois, vivenciar em comunhão e estarmos atentos a tudo o que nos rodeia… agir dando uma mão ou uma palavra… agir escutando e dando um sorriso… dizer o que queremos e dizer o que temos para dar… ser e estar em conjunto com nós mesmos e com todos num só ser e estar…e para isso só há uma forma para lá chegarmos: amar…”

02/01/2011 Posted by | Diversos | 1 Comentário

>Entra bem

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01/01/2011 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Adeus 2010

>“…no desespero da minha impotência febril duma vida gasta no mundo que me rodeia, eu vejo a tristeza estampada em teus olhos, cor de anil, azulados pelas mágoas sofridas num mundo perdido na dor que odeias… pela razão do existir, sem poder deixar de permitir que a vida dite as vindas e as idas nas lágrimas dum olhar pendentes, de certezas gastas e de vazios esgares…
…por não haver pão, nem ceias, nem lares…
…e aqui estou, febril de medo e de raiva, por não ter força, nem poder para o mal afastar, desaparecer…
…e aqueles teus olhos de anil olhar, fugidios de um afago, dum apelo, dum sorrir, quem sabe se dum dar, perseguem-me no perto do aqui estar, no longe do não saber partir e me ver ficar…
…sem nada fazer para aquela cor de anil, mudar…”

31/12/2010 Posted by | Diversos | 1 Comentário

>Big Bang

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30/12/2010 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>O caminho

>“… avanço na direcção certa ainda que não saiba o caminho, mas avanço… não me deixo ficar a olhar para a vereda que já percorri… avanço em frente, passo a passo, com cuidado mas com força e determinação… não são os meus pés …que caminham mas a minha alma, o meu sabor de caminhar e o meu saber de que o estou a fazer… avanço porque quero… porque espero… porque sei que vou encontrar… o que quer que seja ou qualquer que seja o meu destino, a minha meta, a minha linha de chegada (a linha de partida já se esvaíu da minha memória), eu sei que a recompensa está lá… seja ela minúscula ou enorme… mas não é o seu tamanho que me move… mas sim o ter de ser… o querer, o amor, o desejo de amar… o caminho mais nobre, mais salutar do ser humano: amar!… vou sem olhar para trás… afasto os escombros dos prédios destruídos da guerra que se travou dentro e fora de mim ao longo dos anos e que foram ficando ali à minha frente porque nada pode ficar para trás… não devemos olhar para trás, não, mas tudo o que passou vai connosco na nossa caminhada… é preciso, pois, afastar o entulho, o pó, as pedras aguçadas que nos cortam o ser e continuar a correr… a percorrer… a olhar em frente, erectos, de cabeça erguida, de olhar brilhante e não turvado por uma ou outra lágrima que teime em cair… apenas tenho de ir… e vou… avanço sem medos, sem receio do que vou encontrar… o que lá estiver será o que calhar, o que tiver de ser… o que lá estiver, no final da caminhada será apenas o meu tudo ou o meu nada… mas o que quer que seja, seja tudo ou seja o nada, o que quer que seja, será meu… meu para abraçar, para abarcar, para enlaçar, para gritar ao mundo que por mais desconhecido que seja o fim do caminho, devemos avançar, com ternura, com amor, com garra, com dor se preciso for, com todo o afinco, com todas as nossas forças na procura do nosso “graal”, na busca do sentido da nossa vida, para que no acto final, qualquer que ele seja, eu saiba que fiz tudo o que me foi possível para saber que valeu a pena, que nada perdi, que fui quem fui, que sou quem sou, que serei quem tiver de ser, no aceitar único de que o percurso certo e correcto é apenas saber e querer amar…”

29/12/2010 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Rose book

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28/12/2010 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Querer (Crer)

>Querer (crer) a mudança. Crer (querer) e mudar. Palavras que nos impõem posturas de altivez perante a vida. Quero, posso e mando! Logo, mudo! Porque quero. Porque creio. Mudar. Mas, mudar como? Apenas crendo (querendo)? Basta querer (crer)? É assim tão simples e tão fácil? O desejo deve superar tudo e todos? O nosso querer (crer) sobrepõe-se ao crer (querer) dos outros? Não, não creio (mas quero). Anseio. Desejo poder crer (querer). Desejo poder querer (crer) mudar. Mas a luta é dura, demasiadamente dura. As pedras do caminho derretem-nos a vontade de avançar. E apenas, lentamente, muito lentamente se consegue (querendo) crendo, ir. Apenas continuamos a perguntar: ir para onde? Se não sabemos o caminho?!… A resposta é sim fácil de dar: Basta caminhar! É isso que faço, não porque queira (creia) mas porque o tenho de fazer. Não posso parar, não quero parar; quero caminhar; não porque creia que caminhar deva ser feito mas porque quero caminhar; não porque queira caminhar mas porque creio que devo caminhar. E é esta duplicidade dentro de mim que me está destruindo: o querer (crer) e o não crer (querer); o ir e o ficar; o ser e o não ser. Dilema terrível que destrói. Magoa. Mata. Corrói. E, no entanto, amar é preciso. E, no entanto, sorrir é dever. E, no entanto, caminhar é crer (bolas, nunca querer!). Caminho porque creio. Sei-o!.

27/12/2010 Posted by | Diversos | 1 Comentário

>FELIZ NATAL

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24/12/2010 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Pedir

>“… pedi para ver o invisível e deram-me a cegueira… pedi para ouvir o inaudível e obtive o silêncio… pedi para tactear o nada e consegui o caos do tudo… pedi sempre o que quer que fosse que me viesse à ideia e o retorno era sempre o oposto… a conclusão óbvia era não pedir ou então pedir apenas o real, o vivo, o palpável, o som, a luz, a beleza… nunca tive a certeza se terá sido a melhor opção… mas a verdade é que a partir do momento em que pedi apenas o viável, as coisas se tornavam passíveis de obtenção… pedi amor e tive-te… pedi um beijo e saboreei-te os lábios… pedi um abraço e amornei meu corpo na tua sedosa pele… pedi um toque e tive-te completa… pedi um olhar e consegui a imagem real… pedi um som e ouvi tua voz num doce dizer que me amas… pedi-te presente e tenho-te em mim por completo… pedi uma ternura e senti amor… pedi apenas o que podia obter e nada me foi por ti negado… senti-me preenchido pelas mais pequeninas coisas que de tão pequeninas se tornam no todo tão desejado… pedi para te amar e senti-me amado… que mais te posso eu pedir que já não me tenhas dado?…”

23/12/2010 Posted by | Diversos | 1 Comentário

>Mandala

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22/12/2010 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>O momento divino

>“… desde sempre me interroguei sobre o porquê do orgasmo ser algo que não tem similitude com qualquer outra sensação do corpo humano… ou seja, os sentidos proporcionam-nos sensações definidas e concretas que sabemos entender e para além de as poder referenciar, podemos também encontrar algumas parecenças entre umas e outras… estou a lembrar-me, por exemplo, do “prazer” de aliviar a bexiga, do “prazer” de espirrar, do “prazer” de inspirar a maresia, do “prazer” de saborear um bom gelado, etc… nesses prazeres, podemos encontrar algumas parecenças entre uns e outros mas todos eles definidos, circunscritos e absolutamente “normais”… o prazer no momento do orgasmo é algo que transcende todos os outros… é o prazer supremo… o cume dos sentidos… o topo de gama!… em toda a minha vida ainda não encontrei nada melhor, nada que proporcionasse ao meu corpo (e penso que ao meu espírito) a escalada ao pico dos prazeres sensoriais… é algo que não tem explicação… podem vir com teses neurológicas, fisiológicas e outras que tais mas a verdade final será sempre a mesma: maior e melhor prazer que um orgasmo, não existe!… daí que, me tenha interrogado ao longo da vida sobre o porquê de tal sublimação!… ou seja, porque razão é aquele e não outro o prazer maior… há filosofias que defendem a ideia de que o sexo é a sublimação por excelência na medida em que significa a união que cria vida… repensei e admiti que o orgasmo também pode ser obtido por estimulação solitária, a vulgar masturbação… porém, aprendi ao longo dos tempos que há diferença entre o prazer que se obtém no orgasmo provindo dum acto solitário e o que se obtém na junção de dois corpos no acto da mais pura cópula, entenda-se vaginal… assim, fui procurando tentar entender porque razão a “natureza” premeia com um prazer sublime todo e qualquer acto sexual na junção de um pénis com uma vagina… desde a necessidade de procriar para a continuidade da espécie, até à frase batida de que até os bichinhos gostam, a verdade é que de todos os actos humanos, aquele é o topo de gama!… só pode haver uma razão: ser aquele momento, o momento divino, o momento em que Deus está em nós e se sublima, sublimando-nos!… é o momento em que Ele vive, em que Ele vibra… é o momento em que Ele diz que existe, que está, que é… é o momento em que Ele nos penetra em totalidade e num único e breve instante Ele se reduz à insignificância do Homem e se transcende na divina certeza de que aquele é tão-somente e apenas o momento da fusão da carne e do espírito… o fugaz momento em que o Homem se torna Deus!…”

21/12/2010 Posted by | Diversos | 1 Comentário

>David e Golias

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20/12/2010 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Anatomia de um beijo

>“…coloco um beijo na palma da minha mão e olho-o para o estudar, para o entender, para saber algo mais sobre ele… a sensação é apenas de toque suave dos meus lábios na palma da minha mão… nada mais retenho que o saber que senti a minha pele tocada pela minha própria boca… preciso saber mais sobre o beijo… examinar minuciosamente de forma a sentir o beijo como algo físico, palpável, real… então, aproximo-me de ti e olho-te nos olhos, nesses olhos que brilham dentro de mim como se tu não estivesses ali mas aqui, como se tu fosses parte do meu ser… toco-te com as minhas mãos nos teus ombros e dou um passo em direcção a ti… tua face serena, abre-se num sorriso… levo a minha mão aos teus cabelos e acaricio-os deslizando na seda dos mesmos… os nossos corpos encostam-se ao de leve num toque global presente sem ausência de sentidos, bem pelo contrário, com os sentidos todos em alerta… olho a tua boca entreaberta nesse sorriso que me encanta e seduz… és luz… és sol… és brilho em meu redor… humedeço meus lábios e aproximo-me lentamente da tua face… toco com eles ao de leve na pele que reluz perante o meu olhar… sinto o sal… um sabor leve a mar… os meus lábios tocam as tuas pálpebras fechadas para receber o meu beijo… sinto um suave sentir, um sorrir no olhar como se de outra boca se tratasse… retiro a minha boca e olho-te de novo… preciso saber o porquê do beijo saber a tudo o que tu és, numa dimensão de ser paz, doçura, mel e mar… vejo-te humedeceres os teus lábios e muito suavemente toco-os com os meus… mantenho a minha boca ao de leve no teu lábio superior e de seguida saboreio o teu lábio inferior… e sinto amor…sinto que preciso de sentir mais, de saber mais e melhor o porquê da paixão… é nesse momento que toco em completo a tua boca e saboreio o mel que tal sensação me transmite… as línguas tocam-se ao de leve para em seguida se fundirem num só beijo, num só toque… já não são duas bocas que se beijam pois é apenas o beijo em si mesmo que ali se encontra, se forma, se transmuta, se torna ávido e sereno ao mesmo tempo… mantemos o sentir tais sentidos, leves, lábios mordidos, línguas entrelaçadas e o sabor doce penetrar em permuta o âmago daquela sensual luta de pele com pele, de alma com alma, de corpo com corpo… e a paixão nasce daí e cresce em mim como em ti… saboreamos o momento… entramos em transe e deixamos de ser quem somos… e o beijo perdura num planar de doçura… e o beijo se torna dono de nós num galopar de sensações plenas, profundas mas de tal forma suaves e serenas que o beijo deixa de ser beijo para passar a ser desejo…”

19/12/2010 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Cor viva

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18/12/2010 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Sabor de uma lágrima

>“…ele olhou-a nos olhos e viu uma tristeza profunda na alma ou lá onde é que a tristeza ou a alegria se instalam às vezes em nós… ele olhou-a nos olhos e viu o que ainda não tinha visto: a mágoa de não ser o que queria ser, a dor de não poder, o sofrimento do desejo insatisfeito ou ainda do satisfeito não desejado… olhou-a bem nos olhos e viu-a chorar por dentro sem que uma lágrima bailasse nas pálpebras tão serenamente abertas… olhou-a uma vez mais, sem pressas (ou altivez como quem percebe o que está a fazer, ou a sentir ou ainda a ver), com vagar, com doçura, com precisão… sentiu-lhe a pulsação acelerada quando lhe pegou na mão… tinha-a fria, quase gelada e aquele olhar tão triste ainda mais fria tornava aquela mão… pegou nela e levou-a até ao seu peito… espalmou-a bem de encontro à sua pele em peito nu e com a outra mão cobriu as costas dela forçando-a a ficar ali para que o calor a invadisse… não, nada lhe disse… ficou assim, olhando bem fundo dentro dela… aproximou a sua boca da boca dela, muito lentamente, e muito ao de leve pousou lá um beijo… nesse momento, sentiu nos seus lábios o sabor salgado de uma lágrima… saboreou o gosto e pousou-lhe a cabeça pendida no ombro… apertou-a contra ele e deixou-se ficar assim, juntos… um momento eterno para lembrar se tivesse sido filmado naquele momento… seria uma pose a lembrar para o resto da eternidade… sentiu a mão dela a aquecer e a sua face enrubescer num lento esgar de um sorriso… viu então o seu olhar, até ali perdido, encontrar-se em algum lugar… talvez dentro de si mesma, talvez dentro dele, talvez na fusão dos dois, não interessava, mas ele, o sorriso, ali se encontrava, um sorriso que brotava do calor dos corpos ou do bater de dois corações que se amam e tudo entendem… ele sorriu também, os corpos se moveram e se convulsionaram num espasmo de espanto e de sabor a tudo e a tanto… o doce sabor do perdão… o doce sabor da gratidão… o doce paladar do encontro, do confronto, do calor do ombro deixado de ser almofada para se tornar parte do abraço… e o riso se instalou num suave embalar dos dois ao mesmo tempo que aquela lágrima ficara lá, em lugar distante, perdida, a secar…”

17/12/2010 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Alone

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16/12/2010 Posted by | Diversos | 1 Comentário

>Espelho

>“…torno-me espelho de mim mesmo e a luz que em mim me toca, se reflecte no exterior do meu ser… espalho o que sou no espaço em meu redor… vejo-me diverso e dividido em milhares de partículas de luz, facto que tanto me seduz… porém, receio quebrar-me em mil pedaços e perder a magia destes meus ténues passos pelo mundo da fantasia… elejo-me mentor de mim mesmo e, sereno, torno-me pleno daquilo que sou: uma partícula apenas no meio do nada que me rodeia… mas a minha imagem, por todos os lados dividida, semeia no espaço em que me insiro tudo o que tenho por pouco que seja e eu sinto que a verdade deste louco imaginar, mais não é do que o desejo de o ser, de em mil imagens me tornar e… me dar…”

15/12/2010 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Luz, Paz e Harmonia

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14/12/2010 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Magia

>“…a magia não se vende, não se compra, não se cria… a magia pode estar apenas num sonho… nas tuas mãos… na tua pele… no teu seio… dentro ou fora de ti… a magia pode estar aqui…ou aí… a magia é o que quisermos que ela seja, um acenar, um olhar, um beijo, um dar a mão, um estar presente… a magia pode estar apenas num sonho, num local, em nós ou nos outros… pode estar no amigo que nos cumprimenta, no abraço ou no enlace… no corpo ou na alma… nos olhos, no rir ou na lágrima… a magia é o que quisermos que ela seja… não necessitamos de ser feiticeiros para criar magia… basta chamar por ela ou estender a mão ao feitiço… basta apenas isso… perder a razão, deixar de ter o siso… entender que a magia é real se dentro de nós existir um sonho… seja ele qual for… vamos prosseguir e persegui-lo… vamos atrás dele, devagar ou a correr, veloz ou calmamente… a magia é o que a gente quiser… basta desejar com força e ela estará logo em nós, ao nosso lado… às vezes nem precisa de ouvir a nossa voz… por ser magia ela sabe do que precisamos… então, vamos… vamos criar magia dentro do que tivermos para a albergar nem que ela seja apenas um sonho mas sem nunca esquecer que nesse mesmo sonho a magia pode existir e nos fazer sorrir…”

13/12/2010 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Minha Mãe faz hoje 95 anos

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12/12/2010 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Quando sabemos que se ama ?

>“… há dias escrevi-te dizendo as razões pelas quais te amo… escrevi dizendo, afinal, que te amo porque te amo… mais tarde comecei a pensar se existe um momento a partir do qual se começa a amar e se esse momento existe, como sabemos então que se ama?… disse-te também há tempos que o amor não tem tempo nem espaço pela simples razão de que o Amor apenas, é… vive, subsiste, existe, está… é algo definido, concreto mesmo não sendo físico nem metafísico, o Amor é algo que é… sendo assim, não tendo o Amor tempo nem espaço e sabendo nós que amamos, como se sabe que se ama?… dediquei todo o tempo da minha vida à procura do Amor, na busca constante do meu “Graal”, na demanda do porquê do se ser e do se estar e das razões pelas quais aqui estamos… durante todos esses anos procurei e um dia (não interessa quando porque o Amor não tem tempo nem espaço) descobri que o Amor está (é) em cada um de nós… não é nada que se descubra ou possua ou se encontre… ele, o Amor, está em nós mesmos… se ele está em nós então ele é nosso, de nossa pertença e faremos dele o que bem se quiser… daí que, quando afirmo as razões pelas quais eu te amo, estou ao mesmo tempo a dizer que te amo apenas porque sei que o Amor que está dentro de mim, passa para ti… deixa de ser “meu” e começa a “existir” em ti porque apenas e só, te doo esse Amor, numa entrega sem pedir troca… dando-o, sei que o dou e nesse momento passo a saber que te amo… assim, só existe uma única forma de sabermos se amamos (ou quando é que sabemos que estamos a amar), é sabendo que o Amor que estava em nós foi dado a outrem, entregue simplesmente, como dádiva… e esse Amor pode estar num simples gesto, num olhar, num acenar, num toque, num sentir, não se ser o que éramos e passarmos a ser de outrem… nesse momento, quando nos sentirmos parte do outro, saberemos que estamos a amar… em contrapartida, quando soubermos que fazemos parte de outrem também saberemos que estamos a ser amados… porque apenas e só, o Amor… é…”

11/12/2010 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Estrelas

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10/12/2010 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Alma

>“…me haverás de perseguir por toda a Eternidade e em mim habitar como uma segunda Entidade, uma alma ou o que queiras ser… serás sempre uma presença a conter a minha essência, mesmo presente ou mesmo na ausência… serás o meu guia, o meu âmago, o Alpha perfeito no meu jeito de amar, de me ser e de me estar, aqui ou ali ou aí, no teu cerne, no meu peito, no corpo do meu amor, no doce beijar da pele que te cobre na acetinada presença de quem amo…”

09/12/2010 Posted by | Diversos | 1 Comentário

>Hoje entro na Terceira Idade :)

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“…durante o meu percurso até aqui, onde nos últimos anos tive a vossa amável presença, aprendi algumas coisas; uma delas foi, sem dúvida, que amar é o caminho… se morresse hoje e me fosse dada a possibilidade de pronunciar umas últimas palavras, diria que tinha valido a pena amar!…”

08/12/2010 Posted by | Diversos | 4 comentários

>Uma forma de escrita

>“… coloco aspas e reticências… um hábito já muito antigo quando quero viajar pelas palavras nem que seja para vos desejar uma boa semana de trabalho… tento, dessa forma, pairar sobre elas na procura das letras que formem palavras… pairo sobre as vogais e as consoantes e demoro-me na procura das frases, das orações, dos pronomes, dos adjectivos, dos verbos e das verbalizações… concebo ainda a existência das vírgulas, dos pontos, de exclamações e por vezes coloco também uma ou outra interrogação… passo ainda pelos advérbios, pelas conjunções, pelos acentos circunflexos, agudos e em algumas vezes os graves… utilizo ainda as palavras que contenham hífen e quase nunca as que possuem tremas… dou uma olhadela pela possível utilização dos números ou dos algarismos, mas raramente… aproximo-me ainda dos galicismos ou de outras proveniências e tento, por ventura, fazer algum sentido com toda esta amálgama de fonemas, ditongos ou quem sabe ainda se também pelas amorfas e pelas átonas… o que quer que elas sejam, elas ficam aqui impressas num exercício renovado de prazer em as escrever e depois as ler… depois desta viagem, pouso a escrita com mais umas reticências e fecho a porta com mais umas aspas…”

07/12/2010 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Um de cada cor

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06/12/2010 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Exposição

>“…queria expor a totalidade do meu ser no teu corpo; deitar-me nele e descansar… esperar a manhã seguinte sem alterar a forma de sentir… vibrar apenas com o facto de me saber em ti pousado ao de leve, de mansinho, como se lá não estivesse… delirar com os teus movimentos e sentir o meu corpo mover-se ao som dos teus… olhar-te os seios e sorrir nos teus mamilos… ver teu ventre quieto, dolente, ali à minha frente… tua sedosa pele em cheiros de jasmim ou de rosa pétala… deixar-me levar pelo teu sonho e pelo teu respirar… ondular… marear… vogar… fluir, ser e estar… e quando do sono o teu ser acordar eu olhar teus olhos matinais e neles me afogar… suster a respiração e desfalecer nos teus braços…”

05/12/2010 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Mandala

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04/12/2010 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Nunca te escrevi uma carta de amor

>“…tens razão, meu amor: nunca te escrevi uma carta de amor… interessante notar que mesmo num tom frio dito assim, sinto a dureza do saber que algo tão simples ainda não foi feito… talvez não tenha jeito… ou será apenas preconceito?… mas, na verdade, nunca te escrevi uma carta de amor, daquelas que levam as mágoas e as saudades em torrentes turvas de rios alterosos em direcção a um mar onde o horizonte se confunde com as cores de majestosos tons… são cartas de amor em que as palavras se confundem com os sentimentos que queremos transmitir e não os sabemos… são cartas de amor em que as palavras se misturam numa amálgama de tonalidades que não duram… são cartas de amor que perduram no tempo sem um lamento mas onde o sentir de um breve sentimento mais não é do que o dizer da palavra em dado momento… são cartas de amor que não escapam ao estereotipo dos sons que se ouvem na escrita e se escrevem com a voz… o som que se debate dentro de nós sem sabermos que já não temos o poder de gritar a sós… cartas de amor dizendo o que não é preciso dizer… cartas de amor falando de coisas que sabemos sentir, possuir, ver… cartas de amor com palavras que transmitem o toque, o cheiro, a visão, o sabor e a audição dos nossos corpos em fusão… na verdade, meu amor, nunca te escrevi uma carta de amor… uma carta que repetisse o que desde o início sempre te disse: que te amo… para quê então, meu bem, escrever o que já se sabe, o que já se tem?… mas um dia vou tentar escrever-te uma carta de amor, uma carta que te leve as palavras que me preenchem e se derramem sobre ti num sabor a tudo o que qualquer homem e mulher podem querer: que se amem a valer sem preciso ter de escrever uma carta de amor, perfeita, bela, cheia de luz e de cor…”

03/12/2010 Posted by | Diversos | 1 Comentário

>Túnel

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02/12/2010 Posted by | Diversos | 1 Comentário

>A trindade do Amor

>Distinguem-se 3 tipos de amor, susceptíveis de encaixarem uns nos outros:

1. EROS (erotismo). É o amor carnal, sexual. O desejo físico do outro exprime-se pela paixão amorosa, vivida, muitas vezes, na falta e no sofrimento.

2. PHILIA (amizade). O amor carnal evolui para o amor-ternura. Não é mais somente um instinto carnal, ou uma concupiscência. Ele dá-se. É alegre, expansivo. É o amor conjugal realizado e aquele que é dado aos seus filhos e reciprocamente. É também amizade. No entanto, permanece mais ou menos interessado.

3. AGAPE (caridade). É o amor dado sem procura de contrapartida. É o bem por excelência. Os crentes encontram a sua fonte em Deus, que é amor.

Há pois oposição entre o amor-EROS de concupiscência e de cobiça, e o amor-PHILIA, ou Agape, que são amores de benevolência e de amizade. Quer-se bem a alguém, em vez de o possuir. Os dois sentimentos, na maior parte das vezes, justapõem-se.

O amor-EROS não é uma virtude. «É uma questão de sentimento e não de vontade, diz Kant, e eu não posso amar porque eu o quero, menos ainda porque eu o devo; daí se conclui que um dever de amar é um contra-senso.»

Efectivamente, «o amor não se comanda porque é ele quem comanda, diz A. Comte-Sponville.»Mas à medida que se avança na sabedoria e na virtude, desligamo-nos dos desejos egoístas e elevamo-nos nos graus do amor.

Primeiro, só se ama a si mesmo, depois o outro e depois os outros.

Assim, «a benevolência nasce da concupiscência pois o amor nasce do desejo, do qual não é mais que a sublimação alegre e satisfeita. Este amor é uma virtude: querer o bem do outro é o próprio bem» (Ibidem, p. 349.)É o ideal. «O ideal da santidade», sublinha Kant. Ele guia-nos e ilumina-nos. É uma virtude pois é uma excelência.

E, milagre, «o amor que realiza a moral liberta-nos dela». «Ama e faz o que quiseres», dizia Santo Agostinho.O amor é pois, o começo de tudo.

(in Jean Guitton et Jean-Jacques Antier – Le Livre da la Sagesse et dês Vertus Retrouvées)

01/12/2010 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Alinhamento

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30/11/2010 Posted by | Diversos | 1 Comentário

>A caixinha de marfim

>“…eram extremamente apelativos… estavam ali à minha disposição… em cima da mesinha de cabeceira… era uma caixinha escura que ela usava para ter à mão os comprimidos que a faziam dormir… nunca liguei qualquer importância ao valor daqu…ela caixinha e, no entanto, ela continha o passaporte para uma viagem, uma sem retorno… nunca houvera pensado nisso, excepto naquela noite… uma noite em que ela não estava ali deitada comigo (nunca mais estaria)… uma noite em que acabara de chegar de mais um bar e depois de ter ingerido um bom pedaço de álcool para me aquecer a alma tão fria e tão dormente que já nem a sentia… também, para que queria eu uma alma?… que é que ela me dá ou me faz?… a caixinha preta continuava ali… quantos comprimidos teria ela deixado desde a última vez que a encheu depois de os tirar da embalagem de marca do medicamento?… a minha mão direita estendeu-se para aquela caixinha preta tão apelativa como tão consoladora pelo imaginário que já me estava a provocar… não custaria nada e dormiria para sempre… tão bom… era disso que eu estava a precisar ou seria de mais um pouco de gin?… mas para tomar os comprimidos eu precisava de beber alguma coisa e essa coisa estava também ali à mão… debaixo da cama, talvez também deitada no chão por cima do tapete… teria ainda algum líquido?… o suficiente para engolir os comprimidos?… já não tinha forças para me levantar e ir buscar outra garrafa… a caixinha preta continuava ali e a minha mão já estava em cima dela… senti aquela textura (penso que era marfim) sob os meus trémulos dedos mas senti-a fria e um arrepio percorreu-me a coluna… ou teria sido outro tipo de arrepio?… não sei quanto tempo estive com aquela caixinha na mão… não sei quanto tempo demorei a tomar uma decisão… não sei quanto tempo a olhei com um turvo olhar… não sei porque razão não a segurei… dei por mim a olhar para ela sem saber para que é que ela servia e naquele momento apenas me apeteceu dormir… tão perto do derradeiro sono… tão desejado… ali tão à mão… reparei então que estava deitado sobre o lugar dela com o braço direito estendido para a mesinha de cabeceira segurando a caixinha preta que continha o passaporte para a derradeira viagem… tantas vezes assim estivemos… tantas vezes senti o seu calor, o seu respirar, o seu arfar… tantas vezes assim ficamos depois de fazermos amor… e, neste estúpido momento, repetia aquela posição estendendo a minha mão para uma viagem… não consegui conter o choro… não consegui aguentar as lágrimas… não consegui segurar a caixinha preta… não consegui partir… restou-me a certeza que no dia seguinte teria mais uma noite de frio…”

29/11/2010 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Pormenor de Albufeira

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28/11/2010 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Par

>“… Entro no espaço que ocupo dentro de mim mesmo e tento perceber o que me rodeia para além dele… mas ao entrar dentro de mim fico perdido num labirinto de quereres e de indecisões, uma espécie de querer e de não querer e sinto que esse espaço que ocupo me dilacera a alma ou o que quer que lhe chamem… assim, ao olhar para todo o restante espaço, aquele que me rodeia, eu sinto que mais não sou do que um simples elemento de um todo que somos e do qual faço parte… entendo-me, então, como um facto e não como um desejo, um acto e não um acaso, um ser e não um abstracto… e tudo à minha volta faz sentido porque todo o resto não é mais do que eu mesmo extravazado para além de mim abarcando tudo o que tu és, tudo o que sou, tudo o que somos… e sinto, dessa forma, que o amor que existe entre nós não é um factor isolado mas um acto perfeito do que somos num só ser fundidos no acto de amar… e deixo-me ficar aí; e deixo-me ficar dentro de mim sabendo-me em ti ou deixo-me ficar em ti sabendo-me em mim e nesse mistério tão simples fica o Par, finalidade última do Amor…”

27/11/2010 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Botão

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26/11/2010 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>A minha cidade

>“… passeio pelas ruas da minha cidade… um cheiro intenso a vida, um odor repleto de vivências, aquilo a que chamo de experiências, de seres contidos em si mesmos e de seres virados para o para lá de si… pessoas que passam e pessoas que estão… vivem e não sabem que vivem porque apenas são… mas olho e vejo ao meu redor essa vida que não se vê e que não sai nos noticiários dos jornais televisivos nem nas parangonas dos tablóides… cheiro o perfume da urina nas esquinas e o sabor do odor do peixe frito nas varandas… o exalado pólen que vem das faias e das margaridas… o zunir das abelhas… vejo aquela mãe naquela varanda de peito de fora a amamentar o seu filho… vejo aquele miúdo traquina descendo a rampa no seu triciclo… os trilhos do eléctrico apanham um tacão desprevenido… e o senhor João da Camisaria Moderna, à porta, a todos que passam, dirige o seu cumprimentar sorridente… e ali vai a varina de cabaz à cabeça apregoando o carapau e a sardinha… no café do senhor José, o Soares está sentado a tomar a sua meia de leite com uma meia torrada e ao lado a senhora Miquelina assoa o nariz ao avental enquanto espera pela filha que foi ao hospital com o neto que havia rachado a cabeça a jogar a bola ali para os lados dos Guindáis… a vida percorre-me as veias como eu percorro a vida pela minha cidade… o Austin do senhor Carvalho acabou de passar e o fumo do escape aquece o chão que piso… a minha cidade tem vida e ninguém dá notícias dela… a vida não é notícia; esta apropria-se da morte que lhe dá valor e a desgraça vende; a guerra faz subir as audiências e o terror instala-se e provoca frenesim e a adrenalina sobe na pesquisa de mais um caso escabroso para contar… a minha cidade não tem notícias para dar… a minha cidade está viva e não vem nos jornais nem aparece nas televisões… e a minha cidade não tem nome nem vem no mapa dos homens; está apenas no meu coração…”

25/11/2010 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Centro do Mundo

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24/11/2010 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Aceitar

>“… um dia (não sei quando) disseram-me que entre o possível e o impossível se encontra a vontade do Homem… ao longo da vida, todos os momentos que eu vivi, foram momentos impossíveis de viver (porque a própria vida é um milagre e eu não acredito em milagres mas em causas que provocam consequências) mas como foram vividos, logo a impossibilidade tornou-se possível… ao longo da vida verifiquei que tudo o que me era dado vivenciar não havia sido “criado” por mim mas apenas estava ali e eu o vivia, eu o sentia, eu fazia parte desse momento… ao longo da vida eu fui verificando que tudo é complicado e ao fim e ao cabo tão simples pela simples razão que somente a simplicidade é autêntica, ou seja, olhar à nossa volta e sentir que tudo o que nos cerca é natural, normal, vida em si mesma, sem ornamentos nem floreados… não somos nós que estamos a enfeitar a vida porque as flores já existem… não somos nós que estamos a perfumar os ambientes porque os odores já circulam à nossa volta… não somos nós que descodificamos os códigos, os códigos já não são enigmas, os enigmas já não são complicados porque tudo é tão simples de entender, tudo é tão simples de vivenciar… nada é impossível, portanto, tudo é viável, basta aceitar…”

23/11/2010 Posted by | Diversos | 1 Comentário

>Abismo colorido

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22/11/2010 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Acção

>“…quantas e quantas vezes, ou talvez não, pedimos um milagre… algo que nos mude a vida para melhor, algo que nos faça deixar de sofrer, algo que nos tire a lágrima que teima em correr, algo que nos permita sorrir para sempre e não mais ser dor… quantas e quantas vezes, ou talvez não, pedimos um milagre… algo que nos modifique a forma de ser, de podermos ser melhores ou até mesmo de podermos ajudar os outros… algo que tire o sofrimento no mundo, algo que permita a paz entre as pessoas… quantas e quantas vezes, ou talvez não, pedimos um milagre… um milagre para nós!… Estamos sempre a pedir um milagre na nossa vida; estamos sempre a pedir um milagre que nos tire a dúvida, a dor, a fome, o desânimo, a doença e tantas outras coisas que nos atormentam… tantas e tantas vezes e o milagre não vem e amaldiçoamos a prece por ela não ser ouvida… talvez fosse melhor não pedir um milagre… talvez fosse melhor sermos nós próprios o próprio milagre: mudarmos a nossa maneira de sentir o que somos e passar a sentirmos o que queremos ser; talvez nos baste sentir o que queremos e alegrarmo-nos com o que temos, com o que nos é dado usufruir… talvez nos baste sentir o que queremos ser e sermos o próprio milagre… quantas e quantas vezes, ou talvez não, pedimos um milagre e esquecemo-nos de o “fazer”, de o “elaborar”, de o “conquistar”… de sermos nós a agir…”

21/11/2010 Posted by | Diversos | 2 comentários

>Nascer do sol a Leste do meu quintal

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20/11/2010 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>7 anos

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…o lobices nasceu nos blogues do Sapo a 19 de Novembro de 2003
…faz hoje, 7 anos!…
…7 anos de letras, palavras, emoções e imagens
…7 anos de interacção com os demais Bloguers, Amigos e Anónimos
…7 anos de palavras escritas saídas destes dedos dedilhando no teclado
…entendi então, dar-lhe uma prenda:
…manter a sua continuidade!
…o lobices-4, este blogue, que encerra toda a actividade desde o início e que irá dar continuidade ao mesmo, dentro dos mesmos termos e natureza
…estarei aqui por vós, para vós, por Amizade e doacção
…o meu abraço fraterno
…e lobices para todos
…bem-hajam

19/11/2010 Posted by | Diversos | 1 Comentário

>Blue fantasy

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18/11/2010 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Momentos

>“… esses momentos existem… mesmo que sejam mui pequenos ou até mesmo, por vezes, efémeros, eles existem… e nós passamos por eles ou, se quiserem, eles passam pelas nossas vidas… mas, prefiro pensar que somos nós que os vivemos duma forma intensa, ou não, mas somos nós que os sentimos… depois, bem, depois fica o sabor de os termos vivenciado, de os termos saboreado e sabermos que jamais sairão da nossa vida porque foram nossos… ao terem sido nossos passaram a fazer parte de nós e vamos recordar esses momentos para todo o sempre… são momentos bons os que gosto de guardar dentro de mim… tento esquecer os momentos maus e sentir que apenas os bons foram reais… felizmente, tenho imensos momentos desses, desses momentos doces que ficam na minha memória e dentro do meu coração e ainda a vibrarem no meu corpo…”

17/11/2010 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Stansted Hall

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16/11/2010 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>O primeiro

>”… havia uma necessidade enorme de estar lá… não era somente desejo, era mesmo imperativo, quase mais que obrigatório… mas sentia que as pernas não se moviam e os braços estavam caídos numa postura de desalento… deixei-me ficar assim ainda mais um momento… tentei, então, mais uma vez, caminhar naquela direcção e fiz um esforço enorme para conseguir mover um pé… sabia que nem era necessário ter fé, bastava mover o pé… senti que uma fina dor me percorria a coluna mas nem por isso deixei de tentar… era preciso ir, era preciso caminhar… no fim do caminho estava apenas a meta a atingir mesmo sem saber qual ela era; no entanto, era certo saber que estava no fim da estrada, no meio do arvoredo… olhei em frente, sem frio, sem aquele frio do medo… havia apenas uns braços abertos e um sorriso na face; e uns olhos brilhando… ouvia um som repetido, uma batida ritmada… esse som chamava-me, clamava por algo que eu não sabia ser o que era… num tremendo e último esforço a minha perna avançou e senti que a coluna se fixou… houve uma espécie de tontura mas o esforço valeu a força precisa para fazer avançar o outro pé… nesse momento senti-me cair mas não cheguei a tocar o chão… uns braços fortes enlaçaram-me e elevaram-me no ar… só muitos anos mais tarde vim a saber que aquele tinha sido o meu primeiro passo…”

15/11/2010 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Acender o candeeiro

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14/11/2010 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>A partida do meu avô Nogueira

>Viveu uma vida plena: cheia de valores morais do mais elevado que eu já conheci; viveu no seio da sua família que defendeu até ao último dos seus dias; viveu a harmonia do bem em companhia com a doçura da paz, mas ao mesmo tempo da ordem e do respeito por si próprio e pelos outros; homem com H grande, respeitador dos seus deveres e dos seus direitos, nunca ofendeu e nunca se sentiu ofendido; sempre perdoou e talvez também tenha sido perdoado se de algum pecado o tivessem acusado…
Viveu conforme a vida que lhe foi proporcionada e aceitou que a mesma tivesse tido o bom e o mau que ele soube enfrentar e dar de si próprio na defesa do bem comum nomeadamente na defesa de todos os que dele dependiam…. Ver mais
Hoje, mais de 50 anos passados da data do seu último dia neste mundo, ainda sinto uma enorme saudade daquele que foi meu “amigo” muito especial, um amigo daqueles que nunca se perdem, daqueles que estão e para sempre ficam na nossa memória, daqueles que recordamos com muito amor e carinho, daqueles que lembramos com orgulho por terem sido “dos nossos” !
Hoje, ao vir aqui lembrar a sua existência, apenas quero prestar a homenagem que nunca lhe prestei, a homenagem de vos dizer o quanto gostei daquele homem que soube sempre indicar-me qual o caminho a seguir e qual o caminho a evitar; nunca me proibiu de fazer isto ou aquilo, apenas me dizia que pensava ser melhor para mim se eu o fizesse daquela determinada maneira: teve sempre razão, pois ainda hoje sigo os seus eternos conselhos.
Ao vir aqui lembrar, não o seu nome, pois não o conheceram e portanto o seu nome não interessa, mas sim a sua memória, pretendo apenas relembrar com amor aquele que representou para mim algo de muito especial, na medida em que tive o privilégio de assistir ao momento crucial da sua partida, ao momento muito especial em que ele deixou de existir fisicamente para passar a existir, para todo o sempre, na nossa memória, na memória que nunca nos deixará também até ao último dos nossos dias.

….
e foi assim:

Tinha eu treze anos quando ele acamou com uma dessas doenças que não perdoam, mas que ele aceitou, consciente da sua pequenez neste mundo, consciente que aquela era a vontade de alguém mais forte que toda a força desta vida, para aquém e para além desta que temos.
Durante dois anos houve momentos de dor e houve momentos de paz; nesses momentos mais felizes de paz, lá ia eu de mão dada com ele passear um pouco para aliviar a carga psicológica que ele sabia carregar e aguentar firme como uma rocha; pequeno de estatura, e magro para além da magreza da própria doença, ele dava aqueles passos com a firmeza de um homem que nada tinha a temer e tudo tinha a enfrentar; ele dava aqueles passos com a firmeza de um homem que não tem medo de nada, nem daquilo que ele já sabia ter de enfrentar um dia.
Os seus passos pequenos, mas firmes, faziam compasso com os meus, ainda pequenos também pela idade ainda de criança, mas sentia-me como que o guardião daquele homem que naqueles momentos estava à minha responsabilidade e isso dava-me uma grande felicidade por estar a seu lado; também eu tinha consciência da doença que o minava pouco a pouco, também eu tinha forças para enfrentar aquela estranha harmonia de paz que nos rodeava aos dois; uma paz diferente, um bem estar compartilhado e interligado pelas duas mãos que se davam uma na outra, como dois cúmplices conscientes do “crime” que estavam a cometer a bem da harmonia e da paz de espírito, pois era carinho o que nos rodeava e envolvia.
Mas o dia da partida (ou da chegada como ele dizia às vezes por brincadeira) estava próximo. E quando esse dia surgiu ele teve consciência desse facto e soube-o enfrentar com uma dignidade que ainda hoje respeito e sempre respeitarei.
Deitado na sua cama e eu sentado a seus pés ele me olhou: os seus lábios já muito finos, mas firmes, disseram: “Vai chamar a tua Avó”. Corri pelo corredor e fui chamar a minha Avó que, como sempre (toda a sua vida), estava agarrada aos tachos no fogão de lenha; na cozinha pairava um cheirinho a sopa quente (Meu Deus, que saudades !).
“Bó.. o vô chamou-a.”
Ela largou o fogão, limpou as mãos ao seu avental e dirigiu-se para o quarto onde ele estava; segui-a logo.
Ela entrou no quarto e eu fiquei à porta vendo.
Naquele momento, todo ele se transformou: na sua frente estava a sua Maria de todo o sempre, a Maria que sempre o acompanhou e que lhe deu as quatro filhas que ele tanto amou, a Maria que tantas vezes ele arreliou e ela perdoou. Na ombreira da porta eu assisti: a sua face pálida ganhou cor, os seus olhos pequeninos brilharam de plena felicidade e a sua boca se abriu com um enorme sorriso ( o maior e mais bonito sorriso de felicidade que eu já vi em toda a minha vida !) e disse: ” Maria, senta-te aqui.”
Minha Avó se sentou à cabeceira da cama e ele com o mesmo sorriso disse já numa voz mais apagada: ” Abraça-me.”
Minha Avó o entrelaçou e eu vi os seus olhos pequeninos fecharem-se para todo o sempre, acompanhado com aquele sorriso lindo de felicidade !

Devia-te esta homenagem, Avô !

O teu neto Joaquim

13/11/2010 Posted by | Diversos | 1 Comentário

>Jacinto era o nome do meu Avô

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12/11/2010 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Dia de São Martinho

>Reza a lenda que por esta altura do ano o tempo seria bom, com sol e calor… reza a lenda que São Martinho distribuía vinho aos passantes… reza a lenda que São Martinho de tornou Santo por ter feito esse (ou outros) milagres… reza a lenda, porque ontem ainda a ouvi na Praça da Alegria na RTP 1, que S. Martinho está associado ao vinho e como é época de castanhas, o povo então passou a comemorar esta data com um ritual de comer castanhas e beber o vinho… se é assim ou não, vinho às refeições, bebo-o sempre… mas hoje não vou comer castanhas… e o tempo não está quente… dizem que o Verão de S. Martinho já o foi há dias atrás… agora as coisas já não são como eram, são como acontecem… no entanto, hoje é dia de S. Martinho e, se puderem, comam castanhas e provem o vinho… mantenha-se a tradição que é algo que faz bem ao nosso coração (pelo menos, dizem que faz bem às artérias)…

11/11/2010 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Azul

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10/11/2010 Posted by | Diversos | 2 comentários

>Lamentação

>”…dou por mim, às vezes, a lamentar a minha situação numa espécie de resignada forma de aceitar o que tenho de enfrentar; outras vezes, quase entro em desespero por me sentir incapaz de resolver o problema; ainda noutras ocasiões, sorrio e enfrento… existem lágrimas por vezes porque apenas o amor me traz o sorriso… então, há sempre alguém que me segreda que há sempre outrém que está em piores circunstâncias… eu sei que isso não me alegra mas faz diminuir a tensão… então, recordo aqueles anos em que andei a acompanhar aqueles grupos de assistência aos sem-abrigo… recordo e sinto o frio que eles sentiam… recordo e vejo o sorriso deles ao receber a sopa quente, o pão, o leite, o cobertor e tantas e tantas outras coisas que lhes dávamos entre a meia noite e as 3 das madrugada aos fins de semana… recordo e vejo-os deitados nos vãos de escada, debaixo das arcadas, embrulhados em caixas de cartão, com a cara tapada para que o bafo da respiração os ajudasse a aquecer… recordo e vejo-os sós, de olhos brilhando nos meus olhos, e eu apenas estendia a mão para entregar o que podia entregar… a raiva instalava-se dentro de mim por não poder gritar ao mundo aquele sofrimento… a dor deles passava para mim por eu não poder fazer mais nada… ali ou aqui bem perto no meu Porto, nas ruas, nas praças, nos recantos, nos jardins… na verdade, o meu problema actual não é nada se comparado com aquele sofrimento… dei um pouco de mim naqueles tempos, naquelas noites em que descobri o meu Porto que desconhecia… amei a dor tentando minimizar a dor deles… naquelas noites aprendi que também era possível amar, sofrendo… naquelas noites aprendi o que não sabia ser possível aprender… hoje, num dia frio e chuvoso, lembrei-me deles e aprendi que afinal o meu problema é de somenos importância…”

09/11/2010 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>5-0

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08/11/2010 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Uma carta

>“…a carta que escrevo aqui e agora é o que “eu” sinto e penso da vida e não “serve” para todos… não há respostas definitivas e únicas para todos nós… vivemos num mundo de desafectos em vez de vivermos num de afectos… vivemos num mundo onde o sentirmo-nos bem com a nossa própria identidade é já tão dificil que
usamos estas identidades “falsas” para podermos falar e ouvir… já nos falta a “coragem” de enfrentarmos os outros, de olharmos os olhos uns dos outros e dizermos a quem estiver na nossa frente o que sentimos, o que pensamos, o que queremos, o que temos, o que podemos ser e, principalmente, o que podemos dar… a vida já vai longa para mim e já vivi muito e quase tudo o que um homem pode viver… passei de tudo um pouco e os anos foram-me tornando “duro” e um pouco “sóbrio” perante as bebedeiras da vida… a vida não é fácil e tudo o que a vida nos dá é pouco porque queremos sempre mais e melhor… passamos a vida a lutar por um lugar ao sol e esquecemos o quanto bom é refrescarmo-nos numa sombra… passamos o tempo a “querer”, passamos o tempo a “desejar”, passamos o tempo a “ter”, a “possuir”, a “querer ter ainda mais”… esquecemo-nos de dar!… e, um dia, ficamos de mãos vazias e ficamos sem nada e lamentamos termos ficado sem tudo o que haviamos tido… que desgraça enorme… perdi tudo, inclusivé o amor!… tudo o que tinhamos se foi… e passamos a ser uns eternos infelizes!… errado!… nunca tivemos nada!… porque não somos donos de nada!… nada temos!… nada possuimos!… nada é nosso!… só dando é possivel ser feliz!… desejar tudo de bom para o outro!… darmo-nos aos outros de todas as formas, de todas as maneiras… não pretender sermos amados… amar somente… a felicidade está em amar, tão somente em amar e sentir que amar é estar feliz consigo mesmo… amar sem posse nem destino… amar incondicionalmente… não chorar sobretudo porque é preferivel sorrir e mesmo que por dentro a alma se parta aos bocadinhos que nos reste um sorriso nos lábios para dar aos outros… foi isso que aprendi ao fim de muitos anos… não fui, não sou nem quero ser dono do que quer que seja… quero olhar e desejar que todos estejam melhor do que eu… escolho o melhor para o meu semelhante… ao fazer isto faço-o com alegria, com gosto e sou feliz!… é esta a resposta: não há caminhos para a felicidade… esta, a felicidade em si mesma, é o verdadeiro caminho… não interessa que estradas havemos de percorrer, o que interessa é caminhar com a certeza de que “escolher” o melhor para o outro é a base do meu bem estar… sentir que com essa “escolha” eu estou a caminhar e não à procura do caminho… estas palavras não “servem” para todos, eu sei… mas não sei outras… tudo o que possais ler nos meus escritos é uma mistura de credulidade e de incredulidade… é uma mistura de fé e de raiva… é uma mistura de sim e de não… pela simples razão que precisamos dessa “balança” para o nosso equilíbrio… mas, o cerne da questão está lá, nas entrelinhas e estas são as que acabo de escrever… não sei se era “isto” que querias ouvir, se era esta a “mão” que precisavas…acredita que é a única que tenho e dei-te o que tinha: tempo, palavras e um desejo firme de felicidade para ti, meu irmão!…

07/11/2010 Posted by | Diversos | 1 Comentário

>Paz

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06/11/2010 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Estender as mãos

“… estendo as mãos ao futuro na ânsia de o alcançar… revejo-me nele como se fosse hoje o que estou a viver… mas depressa caio em mim e sei que estou a sonhar… nada mais que um breve sorriso e um beijo nuns lábios sedosos, como mel que ainda escorre na minha pele… um doce desejo de voltar a sentir esse doce desejo de abraçar-te num voltear de dança parada na imagem do momento ali focada… num sentir que nada se sente para além do amor que existe mesmo e não nos mente… lateja nas nossas faces de rosadas que se tornam da loucura que nos invade e das mãos que se movem na procura… cabeças que se tocam e se enlaçam em cabelos revoltos misturados com os dedos que os afagam… e os braços remetidos à sua função de prender ali, naquele momento, a eternidade do abraço… e os olhos se olham, se miram e sorriem enquanto os lábios se molham no mel de um beijo prolongado, húmido, molhado, doce doçura de tanta candura e desejo… e a boca de vez em quando entreaberta para pronunciar a palavra certa, a palavra aguardada, descoberta, límpida de tudo e do nada pela simplicidade da verdade que existe quando se pronuncia o quanto se ama, o quanto nos preenche e nos invade a Alma…”

05/11/2010 Posted by | Diversos | 3 comentários

>Estender as mãos

>“… estendo as mãos ao futuro na ânsia de o alcançar… revejo-me nele como se fosse hoje o que estou a viver… mas depressa caio em mim e sei que estou a sonhar… nada mais que um breve sorriso e um beijo nuns lábios sedosos, como mel que ainda escorre na minha pele… um doce desejo de voltar a sentir esse doce desejo de abraçar-te num voltear de dança parada na imagem do momento ali focada… num sentir que nada se sente para além do amor que existe mesmo e não nos mente… lateja nas nossas faces de rosadas que se tornam da loucura que nos invade e das mãos que se movem na procura… cabeças que se tocam e se enlaçam em cabelos revoltos misturados com os dedos que os afagam… e os braços remetidos à sua função de prender ali, naquele momento, a eternidade do abraço… e os olhos se olham, se miram e sorriem enquanto os lábios se molham no mel de um beijo prolongado, húmido, molhado, doce doçura de tanta candura e desejo… e a boca de vez em quando entreaberta para pronunciar a palavra certa, a palavra aguardada, descoberta, límpida de tudo e do nada pela simplicidade da verdade que existe quando se pronuncia o quanto se ama, o quanto nos preenche e nos invade a Alma…”

05/11/2010 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>No Convento de Cristo

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04/11/2010 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Exposição

“…queria expor a totalidade do meu ser no teu corpo; deitar-me nele e descansar… esperar a manhã seguinte sem alterar a forma de sentir… vibrar apenas com o facto de me saber em ti pousado ao de leve, de mansinho, como se lá não estivesse… delirar com os teus movimentos e sentir o meu corpo mover-se ao som dos teus… olhar-te os seios e sorrir nos teus mamilos… ver teu ventre quieto, dolente, ali à minha frente… tua sedosa pele em cheiros de jasmim ou de rosa pétala… deixar-me levar pelo teu sonho e pelo teu respirar… ondular… marear… vogar… fluir, ser e estar… e quando do sono o teu ser acordar eu olhar teus olhos matinais e neles me afogar… suster a respiração e desfalecer nos teus braços…”

03/11/2010 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Exposição

>“…queria expor a totalidade do meu ser no teu corpo; deitar-me nele e descansar… esperar a manhã seguinte sem alterar a forma de sentir… vibrar apenas com o facto de me saber em ti pousado ao de leve, de mansinho, como se lá não estivesse… delirar com os teus movimentos e sentir o meu corpo mover-se ao som dos teus… olhar-te os seios e sorrir nos teus mamilos… ver teu ventre quieto, dolente, ali à minha frente… tua sedosa pele em cheiros de jasmim ou de rosa pétala… deixar-me levar pelo teu sonho e pelo teu respirar… ondular… marear… vogar… fluir, ser e estar… e quando do sono o teu ser acordar eu olhar teus olhos matinais e neles me afogar… suster a respiração e desfalecer nos teus braços…”

03/11/2010 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>À entrada da Casa da Música

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02/11/2010 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Espelho

>“…torno-me espelho de mim mesmo e a luz que em mim me toca, se reflecte no exterior do meu ser… espalho o que sou no espaço em meu redor… vejo-me diverso e dividido em milhares de partículas de luz, facto que tanto me seduz… porém, receio quebrar-me em mil pedaços e perder a magia destes meus ténues passos pelo mundo da fantasia… elejo-me mentor de mim mesmo e, sereno, torno-me pleno daquilo que sou: uma partícula apenas no meio do nada que me rodeia… mas a minha imagem, por todos os lados dividida, semeia no espaço em que me insiro tudo o que tenho por pouco que seja e eu sinto que a verdade deste louco imaginar, mais não é do que o desejo de o ser, de em mil imagens me tornar e… me dar…”

01/11/2010 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Pura beleza

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31/10/2010 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Amor de Lobos

“…seriam cerca das 3 da madrugada quando na esquina da velha igreja daquela velha aldeia lá muito ao norte, quase a perder de vista a sua própria existência, se juntaram em silêncio 4 esbeltas mulheres de longos cabelos à solta, todas elas vestidas de branco… um branco alvo, como vestidas de noivas, sem véus nem grinaldas mas de branco… sentia-se um vento meio gélido naquele campo verde que se estendia para além das traseiras daquela velha igreja daquela velha aldeia… mas não se notou qualquer tremor de frio em nenhuma daquelas 4 esbeltas mulheres… a cor dos seus corpos roçava a cor do leite que, momentos antes haviam bebido dum mesmo canado… seus olhos negros, profundos, brilhavam quando os raios do luar daquela lua cheia lhes batiam nas faces em todo o seu fulgor… era uma lua grande, de prata, brilhando num brilho baço mas ao mesmo tempo ofuscante… deram-se as mãos umas às outras e continuaram o seu caminho… para trás ficava tão-somente um cheiro a flores… seus pés estavam nus e pareciam caminhar por sobre a erva daninha daquele campo verde… lá ao longe, um pouco mais para cima, divisava-se um morro e no cimo desse morro uma frondosa árvore, erguia os seus ramos numa espécie de posicionamento de espera e de aceitação… como que esperando por elas e pronta a abraçá-las… o silêncio era total e entre elas não se ouvia um único som… quem as visse de longe para cá daquela velha igreja daquela velha aldeia, pensaria que as 4 visões voavam ou pelo menos deslizavam… cada uma das que ficavam na ponta levava um cesto de verga coberto por pano branco de linho feito… e eis que chegaram aos pés da árvore… pousaram os 2 cestos de verga no chão e deram-se as mãos num círculo que abraçou o tronco da árvore frondosa e num misto de magia a árvore como que se baixou sobre elas como que as cobrindo num acto fálico enquanto as suas folhas roçavam os seus corpos… dos cestos, depois de terem desfeito o círculo, tiraram algo que não era visível aos olhos dos outros seres humanos e que não era possível descrever… entretanto, algures, num outro ponto daquela aldeia, deitado numa cama de doces sonhos, um homem alto, bem constituído fisicamente, com o corpo nu coberto de pelos negros, dormia e via-se que estava possuído por algum sonho de lascívio prazer, pois notava-se através da roupa da cama que o cobria que o seu sexo estava excitado e algumas gotas de suor lhe cobriam o peito forte… repentinamente, num passe de feitiço, esse “sonho” transportou-o para os pés daquela árvore frondosa onde se encontravam as 4 mulheres lindas vestidas de branco… ele olhou para ele mesmo e viu-se nu, tal como viera ao mundo e ao ver aquelas mulheres instintivamente levou as mãos numa tentativa de tapar o seu sexo erecto… a partir desse momento aquele homem entrou num espanto e seus olhos não queriam crer naquilo que estavam a ver… elas se começaram a despir e apenas tinham aquele vestido branco sobre as suas peles acetinadas cor de leite… e ele olhava… elas começaram a sorrir e os seus sorrisos eram como um convite ao sonho… daqueles cestos retiraram uns frascos que continham vários fluidos e começaram a untar os seus corpos… e ele olhava e começava a compreender o que via… elas o fizeram ver… uma se untava de mel, uma outra de untava de leite puro de ovelha uma outra de água salgada do mar e a outra de um creme que cheirava a jasmim… e ele não resistiu e o sexo se tornou novamente erecto e o seu corpo parou de tremer… aqueles corpos untados cintilavam quando os raios da lua cheia lhes batia na pele e elas continuaram com o ritual… todo o seu corpo foi untado incluindo os seios, o pescoço, as pernas,… apenas os cabelos soltos ficaram secos… então, elas se aproximaram daquele homem e se roçaram por ele de tal forma que o corpo dele ficou totalmente embebido daquela mistura de fluidos…apenas as mãos dele ficaram secas… e num acto quase que instintivo elas se deitaram no chão sobre os vestidos brancos que faziam de leito, o leito do Amor, o leito da procura do Amor, o leito da descoberta do Amor… e ele se misturou com elas e começou a possuí-las, uma a uma, e também numa mistura arbitrária de escolha… o seu corpo confundia-se agora com o corpo delas e já não existiam 4 mulheres ali… apenas existia uma única mulher onde ele se fundia numa escolha impossível… os ventres juntavam-se e os costados também… ele as tomou por detrás agarrando-se aos cabelos delas com as suas mãos possantes e puxava as cabeças delas num misto de prazer e dor, de agonia e êxtase, como se tudo se pudesse perder num só instante, numa avidez de gozo indescritível … de repente ele sentiu os diversos odores que o cercavam e aos poucos foi deixando uma a uma até que ficou olhando aquela que cheirava a mar… e, nesse momento, algo de mágico se passou: um raio de luar atingiu-o e ele numa nova forma de sentir, viu lentamente o seu corpo transformar-se em lobo, um corpo coberto de pelo sedoso negro e brilhante ao mesmo tempo que a mulher que cheirava a mar se posicionava como fêmea do lobo… e ele a agarrou pelos cabelos puxando a sua cabeça para o seu peito e com firmeza a penetrou fundo num acto de posse total, num acto de prazer inimaginável onde a fusão foi possível tão-somente por magia… o seu corpo ofegou e o instinto animal veio ao de cima e, no mesmo momento em que lambia todo aquele mar, ele, num último uivo lancinante de prazer, espalhou sobre ela todo o fruto do seu Amor… então os corpos se misturaram e apenas se divisava um casal de lobos fazendo Amor… os seus corpos não conseguiam parar e num espasmo final ela se transformou em maresia, como que alva espuma misturada com o fluído dele… então, naquele silêncio de corpos se amando, um último uivo, não o dele mas o dela, se fez ouvir por aquela encosta abaixo, no preciso momento em que os primeiros raios de sol começavam ao longe, bem perto daquela velha igreja daquela velha aldeia, a despontar… nesse momento, o homem acordou de repente na sua cama e olhou e viu: uma mulher linda, vestida de branco, dormia profundamente ao seu lado…”

30/10/2010 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Amor de lobos

>“…seriam cerca das 3 da madrugada quando na esquina da velha igreja daquela velha aldeia lá muito ao norte, quase a perder de vista a sua própria existência, se juntaram em silêncio 4 esbeltas mulheres de longos cabelos à solta, todas elas vestidas de branco… um branco alvo, como vestidas de noivas, sem véus nem grinaldas mas de branco… sentia-se um vento meio gélido naquele campo verde que se estendia para além das traseiras daquela velha igreja daquela velha aldeia… mas não se notou qualquer tremor de frio em nenhuma daquelas 4 esbeltas mulheres… a cor dos seus corpos roçava a cor do leite que, momentos antes haviam bebido dum mesmo canado… seus olhos negros, profundos, brilhavam quando os raios do luar daquela lua cheia lhes batiam nas faces em todo o seu fulgor… era uma lua grande, de prata, brilhando num brilho baço mas ao mesmo tempo ofuscante… deram-se as mãos umas às outras e continuaram o seu caminho… para trás ficava tão-somente um cheiro a flores… seus pés estavam nus e pareciam caminhar por sobre a erva daninha daquele campo verde… lá ao longe, um pouco mais para cima, divisava-se um morro e no cimo desse morro uma frondosa árvore, erguia os seus ramos numa espécie de posicionamento de espera e de aceitação… como que esperando por elas e pronta a abraçá-las… o silêncio era total e entre elas não se ouvia um único som… quem as visse de longe para cá daquela velha igreja daquela velha aldeia, pensaria que as 4 visões voavam ou pelo menos deslizavam… cada uma das que ficavam na ponta levava um cesto de verga coberto por pano branco de linho feito… e eis que chegaram aos pés da árvore… pousaram os 2 cestos de verga no chão e deram-se as mãos num círculo que abraçou o tronco da árvore frondosa e num misto de magia a árvore como que se baixou sobre elas como que as cobrindo num acto fálico enquanto as suas folhas roçavam os seus corpos… dos cestos, depois de terem desfeito o círculo, tiraram algo que não era visível aos olhos dos outros seres humanos e que não era possível descrever… entretanto, algures, num outro ponto daquela aldeia, deitado numa cama de doces sonhos, um homem alto, bem constituído fisicamente, com o corpo nu coberto de pelos negros, dormia e via-se que estava possuído por algum sonho de lascívio prazer, pois notava-se através da roupa da cama que o cobria que o seu sexo estava excitado e algumas gotas de suor lhe cobriam o peito forte… repentinamente, num passe de feitiço, esse “sonho” transportou-o para os pés daquela árvore frondosa onde se encontravam as 4 mulheres lindas vestidas de branco… ele olhou para ele mesmo e viu-se nu, tal como viera ao mundo e ao ver aquelas mulheres instintivamente levou as mãos numa tentativa de tapar o seu sexo erecto… a partir desse momento aquele homem entrou num espanto e seus olhos não queriam crer naquilo que estavam a ver… elas se começaram a despir e apenas tinham aquele vestido branco sobre as suas peles acetinadas cor de leite… e ele olhava… elas começaram a sorrir e os seus sorrisos eram como um convite ao sonho… daqueles cestos retiraram uns frascos que continham vários fluidos e começaram a untar os seus corpos… e ele olhava e começava a compreender o que via… elas o fizeram ver… uma se untava de mel, uma outra de untava de leite puro de ovelha uma outra de água salgada do mar e a outra de um creme que cheirava a jasmim… e ele não resistiu e o sexo se tornou novamente erecto e o seu corpo parou de tremer… aqueles corpos untados cintilavam quando os raios da lua cheia lhes batia na pele e elas continuaram com o ritual… todo o seu corpo foi untado incluindo os seios, o pescoço, as pernas,… apenas os cabelos soltos ficaram secos… então, elas se aproximaram daquele homem e se roçaram por ele de tal forma que o corpo dele ficou totalmente embebido daquela mistura de fluidos…apenas as mãos dele ficaram secas… e num acto quase que instintivo elas se deitaram no chão sobre os vestidos brancos que faziam de leito, o leito do Amor, o leito da procura do Amor, o leito da descoberta do Amor… e ele se misturou com elas e começou a possuí-las, uma a uma, e também numa mistura arbitrária de escolha… o seu corpo confundia-se agora com o corpo delas e já não existiam 4 mulheres ali… apenas existia uma única mulher onde ele se fundia numa escolha impossível… os ventres juntavam-se e os costados também… ele as tomou por detrás agarrando-se aos cabelos delas com as suas mãos possantes e puxava as cabeças delas num misto de prazer e dor, de agonia e êxtase, como se tudo se pudesse perder num só instante, numa avidez de gozo indescritível … de repente ele sentiu os diversos odores que o cercavam e aos poucos foi deixando uma a uma até que ficou olhando aquela que cheirava a mar… e, nesse momento, algo de mágico se passou: um raio de luar atingiu-o e ele numa nova forma de sentir, viu lentamente o seu corpo transformar-se em lobo, um corpo coberto de pelo sedoso negro e brilhante ao mesmo tempo que a mulher que cheirava a mar se posicionava como fêmea do lobo… e ele a agarrou pelos cabelos puxando a sua cabeça para o seu peito e com firmeza a penetrou fundo num acto de posse total, num acto de prazer inimaginável onde a fusão foi possível tão-somente por magia… o seu corpo ofegou e o instinto animal veio ao de cima e, no mesmo momento em que lambia todo aquele mar, ele, num último uivo lancinante de prazer, espalhou sobre ela todo o fruto do seu Amor… então os corpos se misturaram e apenas se divisava um casal de lobos fazendo Amor… os seus corpos não conseguiam parar e num espasmo final ela se transformou em maresia, como que alva espuma misturada com o fluído dele… então, naquele silêncio de corpos se amando, um último uivo, não o dele mas o dela, se fez ouvir por aquela encosta abaixo, no preciso momento em que os primeiros raios de sol começavam ao longe, bem perto daquela velha igreja daquela velha aldeia, a despontar… nesse momento, o homem acordou de repente na sua cama e olhou e viu: uma mulher linda, vestida de branco, dormia profundamente ao seu lado…”

30/10/2010 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

A eterna procura

“… avanço na direcção certa ainda que não saiba o caminho, mas avanço… não me deixo ficar a olhar para a vereda que já percorri… avanço em frente, passo a passo, com cuidado mas com força e determinação… não são os meus pés que caminham mas a minha alma, o meu sabor de caminhar e o meu saber de que o estou a fazer… avanço porque quero… porque espero… porque sei que vou encontrar… o que quer que seja ou qualquer que seja o meu destino, a minha meta, a minha linha de chegada (a linha de partida já se esvaíu da minha memória), eu sei que a recompensa está lá… seja ela minúscula ou enorme… mas não é o seu tamanho que me move… mas sim o ter de ser… o querer, o amor, o desejo de amar… o caminho mais nobre, mais salutar do ser humano: amar!… vou sem olhar para trás… afasto os escombros dos prédios destruídos da guerra que se travou dentro e fora de mim ao longo dos anos e que foram ficando ali à minha frente porque nada pode ficar para trás… não devemos olhar para trás, não, mas tudo o que passou vai connosco na nossa caminhada… é preciso, pois, afastar o entulho, o pó, as pedras aguçadas que nos cortam o ser e continuar a correr… a percorrer… a olhar em frente, erectos, de cabeça erguida, de olhar brilhante e não turvado por uma ou outra lágrima que teime em cair… apenas tenho de ir… e vou… avanço sem medos, sem receio do que vou encontrar… o que lá estiver será o que calhar, o que tiver de ser… o que lá estiver, no final da caminhada será apenas o meu tudo ou o meu nada… mas o que quer que seja, seja tudo ou seja o nada, o que quer que seja, será meu… meu para abraçar, para abarcar, para enlaçar, para gritar ao mundo que por mais desconhecido que seja o fim do caminho, devemos avançar, com ternura, com amor, com garra, com dor se preciso for, com todo o afinco, com todas as nossas forças na procura do nosso “graal”, na busca do sentido da nossa vida, para que no acto final, qualquer que ele seja, eu saiba que fiz tudo o que me foi possível para saber que valeu a pena, que nada perdi, que fui quem fui, que sou quem sou, que serei quem tiver de ser, no aceitar único de que o percurso certo e correcto é apenas saber e querer amar…”

28/10/2010 Posted by | Diversos | 1 Comentário

>A eterna procura

>“… avanço na direcção certa ainda que não saiba o caminho, mas avanço… não me deixo ficar a olhar para a vereda que já percorri… avanço em frente, passo a passo, com cuidado mas com força e determinação… não são os meus pés que caminham mas a minha alma, o meu sabor de caminhar e o meu saber de que o estou a fazer… avanço porque quero… porque espero… porque sei que vou encontrar… o que quer que seja ou qualquer que seja o meu destino, a minha meta, a minha linha de chegada (a linha de partida já se esvaíu da minha memória), eu sei que a recompensa está lá… seja ela minúscula ou enorme… mas não é o seu tamanho que me move… mas sim o ter de ser… o querer, o amor, o desejo de amar… o caminho mais nobre, mais salutar do ser humano: amar!… vou sem olhar para trás… afasto os escombros dos prédios destruídos da guerra que se travou dentro e fora de mim ao longo dos anos e que foram ficando ali à minha frente porque nada pode ficar para trás… não devemos olhar para trás, não, mas tudo o que passou vai connosco na nossa caminhada… é preciso, pois, afastar o entulho, o pó, as pedras aguçadas que nos cortam o ser e continuar a correr… a percorrer… a olhar em frente, erectos, de cabeça erguida, de olhar brilhante e não turvado por uma ou outra lágrima que teime em cair… apenas tenho de ir… e vou… avanço sem medos, sem receio do que vou encontrar… o que lá estiver será o que calhar, o que tiver de ser… o que lá estiver, no final da caminhada será apenas o meu tudo ou o meu nada… mas o que quer que seja, seja tudo ou seja o nada, o que quer que seja, será meu… meu para abraçar, para abarcar, para enlaçar, para gritar ao mundo que por mais desconhecido que seja o fim do caminho, devemos avançar, com ternura, com amor, com garra, com dor se preciso for, com todo o afinco, com todas as nossas forças na procura do nosso “graal”, na busca do sentido da nossa vida, para que no acto final, qualquer que ele seja, eu saiba que fiz tudo o que me foi possível para saber que valeu a pena, que nada perdi, que fui quem fui, que sou quem sou, que serei quem tiver de ser, no aceitar único de que o percurso certo e correcto é apenas saber e querer amar…”

28/10/2010 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Prisioneiros do amor

“…há homens que vivem para amar… e então, amam tudo e todos… despertam o amor em muitos seres mas nunca irá conseguir amar uma só pessoa… esse homem tem em si o desejo de viver num pleno estado de graça que o “Amar” lhe proporciona… esse homem que tanto ama, que tanto vive para amar… é um ser solitário… porque sofre… porque sempre insatisfeito… porque no meio de tanto e tanto amar ele não consegue “sossegar” num único amor… passa a vida a lutar pelo amor, passa a vida na constante procura do amor… percorre todos os caminhos e nunca encontra o seu “graal”… vive num eterno desejo de paz, de descanso do guerreiro… mas jamais o encontrará… é um ser insatisfeito, porque o Amor que espalha á sua volta é um círculo que o aprisiona e ele torna-se prisioneiro dessa procura…”

27/10/2010 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Prisioneiros do amor

>“…há homens que vivem para amar… e então, amam tudo e todos… despertam o amor em muitos seres mas nunca irá conseguir amar uma só pessoa… esse homem tem em si o desejo de viver num pleno estado de graça que o “Amar” lhe proporciona… esse homem que tanto ama, que tanto vive para amar… é um ser solitário… porque sofre… porque sempre insatisfeito… porque no meio de tanto e tanto amar ele não consegue “sossegar” num único amor… passa a vida a lutar pelo amor, passa a vida na constante procura do amor… percorre todos os caminhos e nunca encontra o seu “graal”… vive num eterno desejo de paz, de descanso do guerreiro… mas jamais o encontrará… é um ser insatisfeito, porque o Amor que espalha á sua volta é um círculo que o aprisiona e ele torna-se prisioneiro dessa procura…”

27/10/2010 Posted by | Diversos | 1 Comentário

Ao sabor das correntes

… a vida tem correntes que nos prendem e não nos deixam vaguear… são as correntes de ferro forjadas nas condições dos agravos que ela, a vida, nos abala… a vida tem correntes que nos levam em várias direcções como as vagas de um mar encapelado ou de um rio em tormenta… são as correntes invisiveis que nos empurram para a frente… a vida tem correntes sem correntes que nos fazem estagnar… são como os lagos mansos em que nem uma folha se move e assim, presa, depressa esmorece e morre… a vida tem tudo o que podemos desejar e tudo o que não queremos e temos de aceitar… a vida é bela e doutras vezes, do outro lado dela, a vida é como o fel em que o sabor doce do mel não existe e não se deixa provar por sedentas línguas de tanta e tanta gente neste longo mar a esbracejar… porém, a vida é uma realidade que nos faz aqui estar… ela nos empurra, ela nos prende, ela nos sujeita às mais diversas e caprichosas vontades de um poder mais forte que a nossa própria força… a chamada Lei da Atracção faz com que se consiga moldar a vida à nossa maneira, só que essa mesma Lei funciona para todos e se eu atraio para aqui haverá o meu oposto que atrairá para ali… vencerá algum ou perderemos os dois?… só a vida o saberá quando dermos pelo lado em que nos encontrarmos em determinado momento… porém, nada nos impede de continuar a perseguir sempre o mesmo caminho e, como tenho dito sempre e por, talvez, demasiadas vezes, vezes a mais, amar é o caminho e não interessa qual o caminho, interessa isso sim, caminhar… mesmo que as correntes nos prendam ou nos empurrem, forcemos os elementos que nos cercam e caminhemos em frente com a firme certeza que o amor está lá, lá bem ao fundo, em algum lugar à nossa espera… não desesperemos… avancemos com redobrada força… tenhamos confiança… acreditemos que amamos, que somos fiéis e que somos verdadeiros, no mínimo com nós mesmos… viva-se o momento, momento a momento apenas com um único intento: chegar lá, chegar aos braços do ser que amamos, do ser que desejamos alcançar, mantê-lo ao nosso lado, abraçar, beijar, sentir, viver, enfim, numa palavra, amar…”

26/10/2010 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Ao sabor das correntes

>… a vida tem correntes que nos prendem e não nos deixam vaguear… são as correntes de ferro forjadas nas condições dos agravos que ela, a vida, nos abala… a vida tem correntes que nos levam em várias direcções como as vagas de um mar encapelado ou de um rio em tormenta… são as correntes invisiveis que nos empurram para a frente… a vida tem correntes sem correntes que nos fazem estagnar… são como os lagos mansos em que nem uma folha se move e assim, presa, depressa esmorece e morre… a vida tem tudo o que podemos desejar e tudo o que não queremos e temos de aceitar… a vida é bela e doutras vezes, do outro lado dela, a vida é como o fel em que o sabor doce do mel não existe e não se deixa provar por sedentas línguas de tanta e tanta gente neste longo mar a esbracejar… porém, a vida é uma realidade que nos faz aqui estar… ela nos empurra, ela nos prende, ela nos sujeita às mais diversas e caprichosas vontades de um poder mais forte que a nossa própria força… a chamada Lei da Atracção faz com que se consiga moldar a vida à nossa maneira, só que essa mesma Lei funciona para todos e se eu atraio para aqui haverá o meu oposto que atrairá para ali… vencerá algum ou perderemos os dois?… só a vida o saberá quando dermos pelo lado em que nos encontrarmos em determinado momento… porém, nada nos impede de continuar a perseguir sempre o mesmo caminho e, como tenho dito sempre e por, talvez, demasiadas vezes, vezes a mais, amar é o caminho e não interessa qual o caminho, interessa isso sim, caminhar… mesmo que as correntes nos prendam ou nos empurrem, forcemos os elementos que nos cercam e caminhemos em frente com a firme certeza que o amor está lá, lá bem ao fundo, em algum lugar à nossa espera… não desesperemos… avancemos com redobrada força… tenhamos confiança… acreditemos que amamos, que somos fiéis e que somos verdadeiros, no mínimo com nós mesmos… viva-se o momento, momento a momento apenas com um único intento: chegar lá, chegar aos braços do ser que amamos, do ser que desejamos alcançar, mantê-lo ao nosso lado, abraçar, beijar, sentir, viver, enfim, numa palavra, amar…”

26/10/2010 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Lágrimas perfeitas

12/10/2010 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Lágrimas perfeitas

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12/10/2010 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Ponte S. João, no Porto

11/10/2010 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Ponte S. João, no Porto

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11/10/2010 Posted by | Diversos | 1 Comentário

Acabaram-se as palavras

… terminaram as palavras… as letras deixaram de existir… as frases já não podem ser formuladas e a comunicação escrita ou falada findou… o Homem deixou de poder dizer um simples vocábulo e nem um só ditongo se consegue escrever ou articular… mas a sua necessidade de gritar leva-o a inventar novas formas de comunicar… passa a usar o seu corpo para insinuar as sílabas e começar a juntar os elementos que formam a ideia, a imagem ou apenas o sentido… o seu corpo passa a ser a caneta ou a corda vocal… e as mãos tocam ali, acolá ou aqui… movem-se no espaço e sentem que do outro lado existem outras mãos que fazem o mesmo… e todos começam a gesticular… e do gesto, passam ao encontro, ao toque mútuo, ao abraço, ao enlace, à carícia, ao beijo, à ternura, a todo o género de acto que defina um desejo de comunicar, de dizer: estou aqui, estás aí, podemos falar?… então trocam-se os toques e todos se movem no mesmo sentido… no Mundo existe o silêncio mas passou a existir o abraço… algo que o Homem já havia esquecido há muito… e apesar de o riso não ser articulado, existe o sorriso… e apesar do grito se ter silenciado a lágrima pode escorrer pela face e dessa forma se diz o que se passa, o que se sente, o que se deseja, o que se vê e o que se quer que seja entendido… o Homem calou a voz mas não consegue deixar de comunicar… e o seu corpo passa a ser o elemento base dessa acção… e, dessa forma, mesmo não podendo dizer que se ama, pode-se dizer o mesmo num sorriso, num beijo, num toque, num abraço, num desejo… e o Amor, por mais que o Homem possa perder as suas faculdades, jamais morrerá… e Amar, continuará a ser o único caminho!…”

08/10/2010 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Acabaram-se as palavras

>“… terminaram as palavras… as letras deixaram de existir… as frases já não podem ser formuladas e a comunicação escrita ou falada findou… o Homem deixou de poder dizer um simples vocábulo e nem um só ditongo se consegue escrever ou articular… mas a sua necessidade de gritar leva-o a inventar novas formas de comunicar… passa a usar o seu corpo para insinuar as sílabas e começar a juntar os elementos que formam a ideia, a imagem ou apenas o sentido… o seu corpo passa a ser a caneta ou a corda vocal… e as mãos tocam ali, acolá ou aqui… movem-se no espaço e sentem que do outro lado existem outras mãos que fazem o mesmo… e todos começam a gesticular… e do gesto, passam ao encontro, ao toque mútuo, ao abraço, ao enlace, à carícia, ao beijo, à ternura, a todo o género de acto que defina um desejo de comunicar, de dizer: estou aqui, estás aí, podemos falar?… então trocam-se os toques e todos se movem no mesmo sentido… no Mundo existe o silêncio mas passou a existir o abraço… algo que o Homem já havia esquecido há muito… e apesar de o riso não ser articulado, existe o sorriso… e apesar do grito se ter silenciado a lágrima pode escorrer pela face e dessa forma se diz o que se passa, o que se sente, o que se deseja, o que se vê e o que se quer que seja entendido… o Homem calou a voz mas não consegue deixar de comunicar… e o seu corpo passa a ser o elemento base dessa acção… e, dessa forma, mesmo não podendo dizer que se ama, pode-se dizer o mesmo num sorriso, num beijo, num toque, num abraço, num desejo… e o Amor, por mais que o Homem possa perder as suas faculdades, jamais morrerá… e Amar, continuará a ser o único caminho!…”

08/10/2010 Posted by | Diversos | 2 comentários

O silêncio da solidão

“…Há um silêncio absoluto aqui até mesmo dentro de mim… Estou só, acompanhado apenas da minha solidão… por isso, não estou sozinho… estou acompanhado, logo não estou só… Estranho… O silêncio penetra dentro de mim sem pedir licença… também não sou capaz de lhe impedir a entrada… ele é tão livre quanto eu e eu, possuidor dessa liberdade, deixo-o entrar e sinto que a excitação que ele me provoca é sinal de prazer… Um prazer proveniente da paz que ele, o silêncio, alberga… Com ele, vem apenas o som da deslocação do ar quando ele chega sem avisar… É que, de repente, só (estando só) o sinto quando ouço o silêncio da sua chegada… Senta-se aqui ao meu lado e vejo perfeitamente que ele me olha de soslaio… mas não lhe ligo importância… quem se julga ele?… Alguém de muito especial?… Devo-lhe alguma deferência?… Não… Não lhe franqueio sempre a entrada?… Então, que mais ele quer?… Que lhe dirija a palavra?… Não!… Mil vezes não!… Se o deixo penetrar-me é porque assim o desejo e o quero, em silêncio, em paz, ouvindo-o sem o ouvir… sabendo apenas que ele está aqui… A solidão, por seu lado, essa não se importa muito pela presença dele… já está habituada… Olha-o com desdém como se ele, o calado silêncio, fosse ninguém… Sabe muito bem que ele não me faz mossa… sabe perfeitamente que ela, a solidão, é que é a minha amante preferida, hoje cinzenta (pode ser) mas amanhã, quem sabe, se colorida… É apenas a paz que me traz sereno e me faz sentir o seu frio ameno… é que o silêncio tem temperatura, ora é doce e quente, ora azedo e frio… mas já reparei imensas vezes que quando é azedo se sente um frio ameno… não enregela nem me estremece o corpo… amorna-me a alma e deixo-me ficar na mordomia da sua presença… É tudo apenas um estado de solidão a sós com o silêncio que me faz companhia… Por isso, não esfria… Deixa-me estar como quero… E ele se queda também e fica… Não incomoda… Sabe que a qualquer momento que eu queira, o mando embora… sabe que um grito forte pode, num ápice, cortar o ar que ele deslocou ao chegar… Ele sabe isso e por isso não se preocupa comigo… Mantém apenas um vago olhar… Como quem não sabe se parta ou se deve ficar… Depende apenas e só do meu grito… se este, o grito, do meu peito sair com força, com ânimo, com desejo de ser quem sou e não quem quero parecer ser… O problema com que me debato é saber o que sou ou mesmo até quem sou… Serei eu próprio o silêncio?…”

06/10/2010 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>O silêncio da solidão

>“…Há um silêncio absoluto aqui até mesmo dentro de mim… Estou só, acompanhado apenas da minha solidão… por isso, não estou sozinho… estou acompanhado, logo não estou só… Estranho… O silêncio penetra dentro de mim sem pedir licença… também não sou capaz de lhe impedir a entrada… ele é tão livre quanto eu e eu, possuidor dessa liberdade, deixo-o entrar e sinto que a excitação que ele me provoca é sinal de prazer… Um prazer proveniente da paz que ele, o silêncio, alberga… Com ele, vem apenas o som da deslocação do ar quando ele chega sem avisar… É que, de repente, só (estando só) o sinto quando ouço o silêncio da sua chegada… Senta-se aqui ao meu lado e vejo perfeitamente que ele me olha de soslaio… mas não lhe ligo importância… quem se julga ele?… Alguém de muito especial?… Devo-lhe alguma deferência?… Não… Não lhe franqueio sempre a entrada?… Então, que mais ele quer?… Que lhe dirija a palavra?… Não!… Mil vezes não!… Se o deixo penetrar-me é porque assim o desejo e o quero, em silêncio, em paz, ouvindo-o sem o ouvir… sabendo apenas que ele está aqui… A solidão, por seu lado, essa não se importa muito pela presença dele… já está habituada… Olha-o com desdém como se ele, o calado silêncio, fosse ninguém… Sabe muito bem que ele não me faz mossa… sabe perfeitamente que ela, a solidão, é que é a minha amante preferida, hoje cinzenta (pode ser) mas amanhã, quem sabe, se colorida… É apenas a paz que me traz sereno e me faz sentir o seu frio ameno… é que o silêncio tem temperatura, ora é doce e quente, ora azedo e frio… mas já reparei imensas vezes que quando é azedo se sente um frio ameno… não enregela nem me estremece o corpo… amorna-me a alma e deixo-me ficar na mordomia da sua presença… É tudo apenas um estado de solidão a sós com o silêncio que me faz companhia… Por isso, não esfria… Deixa-me estar como quero… E ele se queda também e fica… Não incomoda… Sabe que a qualquer momento que eu queira, o mando embora… sabe que um grito forte pode, num ápice, cortar o ar que ele deslocou ao chegar… Ele sabe isso e por isso não se preocupa comigo… Mantém apenas um vago olhar… Como quem não sabe se parta ou se deve ficar… Depende apenas e só do meu grito… se este, o grito, do meu peito sair com força, com ânimo, com desejo de ser quem sou e não quem quero parecer ser… O problema com que me debato é saber o que sou ou mesmo até quem sou… Serei eu próprio o silêncio?…”

06/10/2010 Posted by | Diversos | 2 comentários

>Pronto para receber

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04/10/2010 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Queria apenas ser o teu sonho

>“…Em frente ao espelho da cómoda do teu quarto, sentada num banquinho forrado a tecido de cortinado vermelho, penteavas os teus cabelos, num ritual que funciona mesmo sem dares por isso… a escova passava ora uma, ora duas vezes, de cima para baixo e alisava os teus cabelos sedosos, cor de mel e de marfim… brilhavam no espelho e te revias momento a momento numa expectativa de mudança, o que não acontecia pois não podias ficar mais bela do que aquilo que já eras… a beleza em ti não residia nem morava … era!… A tua camisa de noite, acetinada bege, de rendas sobre o peito alvo de seios firmes e redondos, deixava transparecer a cor da tua pele suave e doce ao olhar sem ser preciso tocar… a tua cama de lençóis de prata, aguardava o teu corpo numa ânsia lasciva de quem à noite, só, te espera num desespero de intocabilidade… e tu, demoravas… da cómoda tiraste um frasquinho de perfuma e te ungiste com ele o que provocou um agradável respirar a todos os móveis que te rodeavam… e a tua cama, ansiava pela tua presença… e o teu corpo demorava a conceder-lhe esse desejo… levantaste-te de frente do espelho e te miraste novamente de corpo inteiro e gostaste da tua imagem alva e bela naquele quarto iluminado pela tua presença… olhaste de soslaio e sorriste… sentaste-te na beira da cama e esta suspirou docemente perante a antevisão de que breve te possuiria… Tiraste os teus pézinhos leves de dentro dos chinelos de cetim vermelho, levantaste um pouco o lençol e te entregaste total e lentamente ao prazer de estender do teu corpo e da entrega final ao teu leito… a tua cama nem sequer se moveu… aquietou-se para não te perturbar, para que não te arrependesses daquilo que acabaras de fazer, com medo que te levantasses e ela te voltasse a perder… a tua cama inspirou baixinho a fragrância do cheiro da tua pele e deixou-se ficar aguardando o teu próximo movimento… deitada de bruços te deixaste finalmente ficar e tua cabeça leve pousada de mansinho na almofada, arfava lentamente o teu respirar de prazer por mais uma noite de descanso e de sonhos… Teus olhos semicerrados viram a lâmpada acesa e teu braço se estendeu ao interruptor da mesinha de cabeceira para a desligar; os teus movimentos eram propositadamente lentos para que o tempo demorasse ainda mais do que aquele que já existia… e a tua cama sentia… na obscuridade do teu quarto, teus olhos semicerrados olharam o tecto e se fixaram na sua alva cor que permitia uma réstia de luz no meio da escuridão… olhaste a janela e pelas frinchas da persiana, divisaste a luz cinzenta duma lua crescente… avizinhava-se uma noite de lua cheia e teu corpo descansou por um momento… a tua cama então suspirou e te abraçou fortemente… em suas mãos te acabavas de entregar… e o sono chegou…. adormeceste… não sei mais o que se passou… a noite decorreu, teu corpo diversas vezes se moveu… a tua cama não se movia, com receio de te acordar; abraçava-te sempre para não te deixar fugir… sentia-te sua e possuía-te num sonho imenso de impossibilidade, de impotência, de raiva, por não te conseguir ter tendo-te ali… tua mente adormecida, movia-se e sabia-se que sonhavas… a tua cama te tinha ali, indefesa, sozinha… sonhavas e eu aqui, nada mais te pedia… nada mais desejava…
Queria apenas ser o teu sonho…”

01/10/2010 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Gémeas

30/09/2010 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Gémeas

>

30/09/2010 Posted by | Diversos | 1 Comentário

Agarrar o tempo

“…e os dias escorrem por entre os meus dedos e não os consigo agarrar… e as horas se esvaem em momentos de saudade e de desejos de presença… e os minutos contam quando se pensa no que queremos que seja e sentimos não poder ser… até que surge o momento em que o encontro se apraz nele mesmo e nos delicia com todos os segundos que o toque nos propicia… e os dias que escorrem pelos dedos deixam de existir e a paz volta a fazer-nos sorrir… e o ciclo continua numa luta de vontades e de saudades… as idas e as vindas e o abraço da chegada e o abraço da partida… ambos transmitem o mesmo mas com sentido diferente… ambos são enlaces mas um traz o sorriso e o outro leva a lágrima… até que nova vinda que nos anima surja após os dias que escorrem pelos meus dedos… e, nessa altura, desaparecem todos os medos e fica apenas a troca dos segredos que guardados foram nos momentos que escorreram pelos dedos… e esses breves dias que tão rápidos passam por nós, trazem-nos os sorrisos, os beijos, os abraços e sabemos que não estamos sós… temo-nos um ao outro, por tempo que sabemos ser pouco mas que vale pela ânsia daqueles que nos escorrem pelos dedos… e o beijo sela a doçura do tempo em que a dor perdura na esperança que depressa passe a amargura dos dias que nos escorrem pelos dedos e não os conseguimos segurar… sabemos apenas que, pelo menos, amar a cada segundo que passa é uma bênção que fica cá dentro e não foge como o tempo que gostaríamos de prender… mas a dor da ausência ajuda-nos a vencer…”

24/09/2010 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Agarrar o tempo

>“…e os dias escorrem por entre os meus dedos e não os consigo agarrar… e as horas se esvaem em momentos de saudade e de desejos de presença… e os minutos contam quando se pensa no que queremos que seja e sentimos não poder ser… até que surge o momento em que o encontro se apraz nele mesmo e nos delicia com todos os segundos que o toque nos propicia… e os dias que escorrem pelos dedos deixam de existir e a paz volta a fazer-nos sorrir… e o ciclo continua numa luta de vontades e de saudades… as idas e as vindas e o abraço da chegada e o abraço da partida… ambos transmitem o mesmo mas com sentido diferente… ambos são enlaces mas um traz o sorriso e o outro leva a lágrima… até que nova vinda que nos anima surja após os dias que escorrem pelos meus dedos… e, nessa altura, desaparecem todos os medos e fica apenas a troca dos segredos que guardados foram nos momentos que escorreram pelos dedos… e esses breves dias que tão rápidos passam por nós, trazem-nos os sorrisos, os beijos, os abraços e sabemos que não estamos sós… temo-nos um ao outro, por tempo que sabemos ser pouco mas que vale pela ânsia daqueles que nos escorrem pelos dedos… e o beijo sela a doçura do tempo em que a dor perdura na esperança que depressa passe a amargura dos dias que nos escorrem pelos dedos e não os conseguimos segurar… sabemos apenas que, pelo menos, amar a cada segundo que passa é uma bênção que fica cá dentro e não foge como o tempo que gostaríamos de prender… mas a dor da ausência ajuda-nos a vencer…”

24/09/2010 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Amar como o vento

“…Em cada relação que começa, a vida e o amor renascem. A paixão coloca cada pessoa num ponto alto e excepcional, inevitável e imperdível. Gostosamente. Mas as pessoas no seu melhor vêm depois, às vezes muito depois, quando se chora e luta, quando se aceita e se resiste, quando se constrói e quando se acredita. As verdadeiras relações, os grandes amores são sempre virtuais. Não por serem irreais, antes por serem imateriais, apesar de nos darem a ilusão de um corpo, de um suporte material que tocamos e possuímos, que acreditamos nosso, real, físico, material. Sentimos amor, quase conseguimos tocar, agarrar essa sensação. Dizemos convictos que é real. Olhamos o outro nos olhos e parece real, parece que o outro ali está e nos ama mais que nós… Mas ver, sentir, tocar, são formas de aceder ao amor, ascensores, facilitadores. Difícil mesmo é planar. As relações são feitas de ar, planar. É no vento que se ama. Talvez ser o próprio vento, e não a folha. Vê-se melhor o que é amar quando é difícil amar, aceitar que é sempre mais do que improvavelmente, um esforço, um desejo, um empenho pessoal em algo que materialmente não existe, não é palpável nem mesmo se sente. Nunca se ama realmente, a realidade do amor é nunca ser real. Virtual. No dia a dia, corpo a corpo, sonha-se o amor, sonha-se um amor virtual, que se não for virtual não é amor. Virtual porque não depende da presença do outro, da aparência do outro, do comportamento do outro. Um amar que perdura e se sustenta (Vento) mesmo quando não vemos o outro. Amar é memória, antecipação e crença profunda em memórias que hão-de vir. Virar a cara a quem nos vira a cara, sabemos todos que é real, bem concrecto, mas não é amar. Ama-se mesmo quem não nos ama e nos quer deixar. É na paciência, na persistência que se mede o amor. Amar é escolher amar. Depende de quem ama e não de quem é amado. Depende do esforço e disponibilidade de quem ama. Ninguém merece ser amado, porque ninguém pode deixar de merecer ser amado. Não depende do mérito, não depende do comportamento, não se vê nem se comprova. Posso ter que silenciar, posso ter de partir… vai comigo o amor…”

18/09/2010 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Amar como o vento

>“…Em cada relação que começa, a vida e o amor renascem. A paixão coloca cada pessoa num ponto alto e excepcional, inevitável e imperdível. Gostosamente. Mas as pessoas no seu melhor vêm depois, às vezes muito depois, quando se chora e luta, quando se aceita e se resiste, quando se constrói e quando se acredita. As verdadeiras relações, os grandes amores são sempre virtuais. Não por serem irreais, antes por serem imateriais, apesar de nos darem a ilusão de um corpo, de um suporte material que tocamos e possuímos, que acreditamos nosso, real, físico, material. Sentimos amor, quase conseguimos tocar, agarrar essa sensação. Dizemos convictos que é real. Olhamos o outro nos olhos e parece real, parece que o outro ali está e nos ama mais que nós… Mas ver, sentir, tocar, são formas de aceder ao amor, ascensores, facilitadores. Difícil mesmo é planar. As relações são feitas de ar, planar. É no vento que se ama. Talvez ser o próprio vento, e não a folha. Vê-se melhor o que é amar quando é difícil amar, aceitar que é sempre mais do que improvavelmente, um esforço, um desejo, um empenho pessoal em algo que materialmente não existe, não é palpável nem mesmo se sente. Nunca se ama realmente, a realidade do amor é nunca ser real. Virtual. No dia a dia, corpo a corpo, sonha-se o amor, sonha-se um amor virtual, que se não for virtual não é amor. Virtual porque não depende da presença do outro, da aparência do outro, do comportamento do outro. Um amar que perdura e se sustenta (Vento) mesmo quando não vemos o outro. Amar é memória, antecipação e crença profunda em memórias que hão-de vir. Virar a cara a quem nos vira a cara, sabemos todos que é real, bem concrecto, mas não é amar. Ama-se mesmo quem não nos ama e nos quer deixar. É na paciência, na persistência que se mede o amor. Amar é escolher amar. Depende de quem ama e não de quem é amado. Depende do esforço e disponibilidade de quem ama. Ninguém merece ser amado, porque ninguém pode deixar de merecer ser amado. Não depende do mérito, não depende do comportamento, não se vê nem se comprova. Posso ter que silenciar, posso ter de partir… vai comigo o amor…”

18/09/2010 Posted by | Diversos | 1 Comentário

Sinfonia azul

14/09/2010 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Sinfonia azul

>

14/09/2010 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Novas palavras

“… quisera escrever palavras que ainda não tivessem sido ditas ou escritas porque ainda não inventadas e dedicar-tas só para ti… dizer-te palavras diferentes de todas as que já foram ditas, escritas, reditas e reescritas… poder sentir que aquelas palavras eram só para ti e que mais ninguém as houvera lido ainda nem sequer sido sonhadas porque não inventadas nem rotuladas com significados óbvios… poder sentir que o destino delas era único e que mais ninguém se pudesse apropriar delas porque seriam apenas tuas… poder sentir que nada do que pudesse até então ter sido dito havia sido repetido… seriam palavras para escrever um livro onde nele descrevesse tudo o que estivesse na minha Alma e nunca houvera dela saído para o exterior… seriam sim claro, palavras de amor… mas essas existem em todo o lado, estão espalhadas pelo espaço de todos os pontos cardeais, em todos os cantos, dirigidas em todos os sentidos, conduzindo o Amor para a sua simplicidade ainda que indolor… seriam sim claro, palavras de ternura, de carinho, de afago, de candura, de puro desejo de as sorver num só trago e mais não existissem excepto no teu coração pois para ele elas haviam sido dirigidas… queria sim escrevê-las num só fôlego, num só dizer, num só escrever, numa só direcção e saber que as havias recebido, sentido e digerido dentro do teu ser… palavras escritas para mais ninguém as ler… só tu as receberias e as sentirias porque saberias que te pertenciam… queria, pois, inventar novas palavras que exprimissem o que já sabes sem eu as escrever porque tas digo ao ouvido, porque tas entrego no corpo, porque elas se entranham em ti vindas de mim, num crescendo de Amor sem palavras ditas ou escritas de cor, apenas sentidas pelo teu existir… dessa forma, não necessito de as inventar porque elas já existem dentro de ti quando as entendes no momento em que não as pronunciando, a ti somente as entrego… fico assim sem necessidade de as escrever porque elas mais não são do que o sentir em mim a força do âmago do teu ser…”

12/09/2010 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Novas palavras

>“… quisera escrever palavras que ainda não tivessem sido ditas ou escritas porque ainda não inventadas e dedicar-tas só para ti… dizer-te palavras diferentes de todas as que já foram ditas, escritas, reditas e reescritas… poder sentir que aquelas palavras eram só para ti e que mais ninguém as houvera lido ainda nem sequer sido sonhadas porque não inventadas nem rotuladas com significados óbvios… poder sentir que o destino delas era único e que mais ninguém se pudesse apropriar delas porque seriam apenas tuas… poder sentir que nada do que pudesse até então ter sido dito havia sido repetido… seriam palavras para escrever um livro onde nele descrevesse tudo o que estivesse na minha Alma e nunca houvera dela saído para o exterior… seriam sim claro, palavras de amor… mas essas existem em todo o lado, estão espalhadas pelo espaço de todos os pontos cardeais, em todos os cantos, dirigidas em todos os sentidos, conduzindo o Amor para a sua simplicidade ainda que indolor… seriam sim claro, palavras de ternura, de carinho, de afago, de candura, de puro desejo de as sorver num só trago e mais não existissem excepto no teu coração pois para ele elas haviam sido dirigidas… queria sim escrevê-las num só fôlego, num só dizer, num só escrever, numa só direcção e saber que as havias recebido, sentido e digerido dentro do teu ser… palavras escritas para mais ninguém as ler… só tu as receberias e as sentirias porque saberias que te pertenciam… queria, pois, inventar novas palavras que exprimissem o que já sabes sem eu as escrever porque tas digo ao ouvido, porque tas entrego no corpo, porque elas se entranham em ti vindas de mim, num crescendo de Amor sem palavras ditas ou escritas de cor, apenas sentidas pelo teu existir… dessa forma, não necessito de as inventar porque elas já existem dentro de ti quando as entendes no momento em que não as pronunciando, a ti somente as entrego… fico assim sem necessidade de as escrever porque elas mais não são do que o sentir em mim a força do âmago do teu ser…”

12/09/2010 Posted by | Diversos | 1 Comentário

Uma carta de amor

“…tens razão, meu amor: nunca te escrevi uma carta de amor… interessante notar que mesmo num tom frio dito assim, sinto a dureza do saber que algo tão simples ainda não foi feito… talvez não tenha jeito… ou será apenas preconceito?… mas, na verdade, nunca te escrevi uma carta de amor, daquelas que levam as mágoas e as saudades em torrentes turvas de rios alterosos em direcção a um mar onde o horizonte se confunde com as cores de majestosos tons… são cartas de amor em que as palavras se confundem com os sentimentos que queremos transmitir e não os sabemos… são cartas de amor em que as palavras se misturam numa amálgama de tonalidades que não duram… são cartas de amor que perduram no tempo sem um lamento mas onde o sentir de um breve sentimento mais não é do que o dizer da palavra em dado momento… são cartas de amor que não escapam ao estereotipo dos sons que se ouvem na escrita e se escrevem com a voz… o som que se debate dentro de nós sem sabermos que já não temos o poder de gritar a sós… cartas de amor dizendo o que não é preciso dizer… cartas de amor falando de coisas que sabemos sentir, possuir, ver… cartas de amor com palavras que transmitem o toque, o cheiro, a visão, o sabor e a audição dos nossos corpos em fusão… na verdade, meu amor, nunca te escrevi uma carta de amor… uma carta que repetisse o que desde o início sempre te disse: que te amo… para quê então, meu bem, escrever o que já se sabe, o que já se tem?… mas um dia vou tentar escrever-te uma carta de amor, uma carta que te leve as palavras que me preenchem e se derramem sobre ti num sabor a tudo o que qualquer homem e mulher podem querer: que se amem a valer sem preciso ter de escrever uma carta de amor, perfeita, bela, cheia de luz e de cor…”

11/09/2010 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Uma carta de amor

>“…tens razão, meu amor: nunca te escrevi uma carta de amor… interessante notar que mesmo num tom frio dito assim, sinto a dureza do saber que algo tão simples ainda não foi feito… talvez não tenha jeito… ou será apenas preconceito?… mas, na verdade, nunca te escrevi uma carta de amor, daquelas que levam as mágoas e as saudades em torrentes turvas de rios alterosos em direcção a um mar onde o horizonte se confunde com as cores de majestosos tons… são cartas de amor em que as palavras se confundem com os sentimentos que queremos transmitir e não os sabemos… são cartas de amor em que as palavras se misturam numa amálgama de tonalidades que não duram… são cartas de amor que perduram no tempo sem um lamento mas onde o sentir de um breve sentimento mais não é do que o dizer da palavra em dado momento… são cartas de amor que não escapam ao estereotipo dos sons que se ouvem na escrita e se escrevem com a voz… o som que se debate dentro de nós sem sabermos que já não temos o poder de gritar a sós… cartas de amor dizendo o que não é preciso dizer… cartas de amor falando de coisas que sabemos sentir, possuir, ver… cartas de amor com palavras que transmitem o toque, o cheiro, a visão, o sabor e a audição dos nossos corpos em fusão… na verdade, meu amor, nunca te escrevi uma carta de amor… uma carta que repetisse o que desde o início sempre te disse: que te amo… para quê então, meu bem, escrever o que já se sabe, o que já se tem?… mas um dia vou tentar escrever-te uma carta de amor, uma carta que te leve as palavras que me preenchem e se derramem sobre ti num sabor a tudo o que qualquer homem e mulher podem querer: que se amem a valer sem preciso ter de escrever uma carta de amor, perfeita, bela, cheia de luz e de cor…”

11/09/2010 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

Porque te amo ?

“…amo-te porque te amo… porque me sinto bem quanto te olho… quanto te toco… quando te beijo… quando sinto a tua pele perfumada junto da minha… quando te vejo sorrir para mim… quando ouço a tua voz… quando te ris… quando me tocas, me acaricias e me fazes sentir homem… amo-te quando me dizes que também me amas, quando me dizes gostar de mim, quando me olhas e vejo no teu olhar a tua alma e o reflexo da minha… quando sabemos que nada mais no mundo nos importa… quando sentimos que tudo o que gira à nossa volta está parado e somos o centro de tudo… amo-te quando te digo que te amo, quando te sussurro palavras ternas, quando ouço as que me dizes… amo-te quando me dás um mimo, um sabor, o roçar ao de leve ou mesmo forte… amo-te porque te amo… porque te sinto bem quando me olhas… quando me tocas… quando me beijas… quando sinto que sentes a minha pele… quando te sorrio… quando ouves a minha voz… quando me rio… quando te toco, quando te acaricio e te faço sentir voar… amo-te quando estou aqui ou aí… amo-te mesmo quando não estamos ou não somos… amo-te porque sei que te amo, porque sinto que te amo, porque vivo esse amor duma forma terna, doce, suave e pura mesmo quando os corpos se entrelaçam e vibram em loucura… amo-te assim, tão simples…tão tudo em ti e em mim…”

10/09/2010 Posted by | Diversos | Deixe um comentário

>Porque te amo ?

>“…amo-te porque te amo… porque me sinto bem quanto te olho… quanto te toco… quando te beijo… quando sinto a tua pele perfumada junto da minha… quando te vejo sorrir para mim… quando ouço a tua voz… quando te ris… quando me tocas, me acaricias e me fazes sentir homem… amo-te quando me dizes que também me amas, quando me dizes gostar de mim, quando me olhas e vejo no teu olhar a tua alma e o reflexo da minha… quando sabemos que nada mais no mundo nos importa… quando sentimos que tudo o que gira à nossa volta está parado e somos o centro de tudo… amo-te quando te digo que te amo, quando te sussurro palavras ternas, quando ouço as que me dizes… amo-te quando me dás um mimo, um sabor, o roçar ao de leve ou mesmo forte… amo-te porque te amo… porque te sinto bem quando me olhas… quando me tocas… quando me beijas… quando sinto que sentes a minha pele… quando te sorrio… quando ouves a minha voz… quando me rio… quando te toco, quando te acaricio e te faço sentir voar… amo-te quando estou aqui ou aí… amo-te mesmo quando não estamos ou não somos… amo-te porque sei que te amo, porque sinto que te amo, porque vivo esse amor duma forma terna, doce, suave e pura mesmo quando os corpos se entrelaçam e vibram em loucura… amo-te assim, tão simples…tão tudo em ti e em mim…”

10/09/2010 Posted by | Diversos | 1 Comentário